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Por que as fotos e vídeos 3D não vingaram nos smartphones?

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Os smartphones com câmeras de fotos 3D foram como um sonho de uma noite de verão de um mercado de telefonia móvel que precisava inovar par a expandir suas vendas. Na prática, esses telefones nunca vingaram no mercado, por motivos muito similares pelos quais a tecnologia de consumo de conteúdo em três dimensões nunca virou tendência nas salas de casa dos usuários.

Eu mesmo nunca tive tanto fascínio pelo 3D quando constatei que ele jamais seria na prática o que toda a indústria de entretenimento e tecnologia tentou vender na teoria. Mas o que testemunhei de 2012 para frente foi uma grande forçada de barra por parte dos fabricantes desse segmento, e no final das contas, não chegamos a lugar nenhum.

Vamos descobrir juntos o que deu errado com os smartphones com tecnologia 3D, e porque eles nunca viraram tendência no mercado de telefonia móvel.

 

A tecnologia 3D sempre foi algo interessante

A fotografia em 3D nasceu no final do século XIX, mas só chegou nos smartphones com o lançamento do modelo LG Optimus. O dispositivo até chegava a impressionar os usuários e entusiastas de tecnologia em 2012 por já contar com dois sensores de câmeras na parte traseira, algo inédito no segmento de telefonia móvel, mas com um objetivo muito diferente do que encontramos hoje nos dispositivos mais populares do mercado.

Porém, na prática, apesar de oferecer fotos em 3D de qualidade razoável, o recurso não era lá muito útil. As imagens tridimensionais eram possíveis por conta do posicionamento dos sensores de câmeras, mas só poderiam ser visualizadas na tela do próprio dispositivo, o que limitava a sua adoção em outros cenários. A única grande vantagem relativa que o LG Optimus oferecia em sua proposta era dispensar o uso de óculos especiais para a visualização das imagens em três dimensões, o que tornava essa tecnologia mais acessível para o grande público.

No final das contas, o formato de fotos em 3D seria abandonado poucos anos depois desse modelo pioneiro. Outros fabricantes tentaram reinventar a roda oferecendo fotos holográficas em seus dispositivos, mas os poucos lançamentos que chegaram ao mercado caíram no esquecimento. E isso fez com que todo mundo basicamente esquecesse que as fotos tridimensionais estavam tentando mudar o mundo da fotografia nos smartphones.

 

Por que o 3D não vingou nos smartphones?

O formato 3D para consumo de conteúdo e entretenimento não pegou, tanto nos smartphones como no cinema em casa e nos videogames. A impressão que fica é que o único ser humano no planeta Terra que ainda consegue algum sucesso com propostas tridimensionais é mesmo o diretor James Cameron.

E o grande problema no caso dos telefones 3D foi a falta de praticidade desse formato para o consumo geral.

A maioria dos usuários prefere mesmo as fotos e vídeos tradicionais, por serem mais práticas e mais acessíveis para todos. Dispensam a necessidade de uso de óculos especiais ou dispositivos adaptados para o formato, e algumas pessoas com algum tipo de deficiência visual ficariam de fora de uma experiência plena para o consumo desse tipo de conteúdo.

Talvez o principal motivo para o 3D não vingar na fotografia ou vídeo foi justamente o fato dos usuários mais velhos ficaram de fora dessa experiência. Sem falar que algumas pessoas acabavam sentindo os efeitos colaterais causados por esse formato, como os enjoos e tonturas depois de alguns minutos de exposição.

No final das contas, ninguém está realmente sentindo falta dos conteúdos em 3D de foto e vídeo nos smartphones. Por melhor que qualquer recurso tecnológico seja, ele precisa ser prático, funcional e acessível para todos, e não apenas algo interessante para o nicho mais íntimo ou exigente com o mundo da tecnologia.

Quando nem mesmo propostas que poderiam aproveitar muito bem os resultados práticos do formato tridimensional, como são os casos do cinema e dos videogames, conseguiram alcançar o sucesso com o 3D com a força esperada ou imaginada no começo do século, é mais do que natural ver os conteúdos tradicionais prevalecendo. O que foi um acerto, principalmente para o mundo do entretenimento.

No caso dos smartphones, a escolha pelo formato tradicional foi algo quase natural. E hoje nem pensamos direito no 3D nas fotos e vídeos como um recurso válido ou viável para o dia a dia dos usuários.


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@oEduardoMoreira