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Nokia fez um reboot, com um sistema da Microsoft. Agora vai?

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Agora é pra valer. Nokia e Microsoft uniram suas forças, para iniciarem, juntas, uma nova fase em suas vidas no segmento mobile. O Nokia Lumia 800 e o Nokia Lumia 710 são os primeiros aparelhos da empresa finlandesa com Windows Phone, trazendo o novo à Nokia, que viveu por anos com o Symbian, brincou com o MeeGo, até chegar aqui. Depois de quase um ano de preparativos e desenvolvimento, eis que as crianças nasceram. E são bonitas e atraentes. Mas… será que agora vai?

A Nokia tem uma grande jornada pela frente. Pra começar, tem que enfrentar a concorrência, que está na frente. Os aparelhos apresentados hoje no Nokia World são robustos no seu hardware (processador de 1.4 GHz para gerenciar o Windows Phone), mas ainda ficam um pouco atrás no conjunto da obra para iPhone 4S, Motorola RAZR e Samsung Galaxy Nexus. Pelo amor de São Genaro, não estou dizendo que os Windows Phones apresentados hoje pela Nokia são ruins. Mas, para os usuários mais chatos, eles serão um prato cheio para dizerem que “falta isso, falta aquilo, é pior nisso, não tem vibrador sexual, etc…”. Apesar de não achar isso relevante na escolha de um produto, é fato que eles vão dever alguma coisa para os seus concorrentes.

Depois, a Nokia tem que enfrentar o ceticismo de alguns dos seus usuários mais conservadores, que ainda apoiam o projeto do Symbian. Honestamente, o Symbian não deu certo nos telefones com tela de toque, ficando muito (mas muito, muito mesmo) atrás de sistemas como o iOS e o Android, que foram concebidos do zero para aparelhos touchscreen, e não adaptado, como nos modelos apresentados no mercado até então.

Entendo os defensores do Symbian, mas tenho que ser franco: a melhor fase do Symbian foi nas séries E e N (E63, E71, N95, etc). Nessas séries, o Symbian era imbatível. Um sistema ágil, prático, simples, funcional. Perfeito. Até hoje, gosto de trabalhar com o Nokia E63 quando me deparo com um deles. Porém, em modelos como o N8, o Symbian^3 não deu certo. Era horrível!

Pode até ser que o N8 tenha uma sobrevida com o Symbian Anna (muita gente disse que melhorou bastante, e eu acredito, pois piorar era difícil), mas acredito que é a melhora da morte no Symbian. Ao meu ver, o sistema “morre” no Symbian Belle, com a Nokia centrando os seus esforços nos dois extremos: no Symbian S40 nos modelos de entrada, e no Windows Phone, nos “superphones”.

Por fim, a Nokia precisa vencer a própria Nokia. Precisa abandonar de vez o pensamento conservador, compreender que não são mais a empresa que dita as regras do jogo, que lideram o mercado de smartphones. Foram ultrapassados no mercado que, em 2006, eram líderes absolutos. E pior: ultrapassados por fabricantes que não tinham a mesma tradição que eles nesse mercado (Apple e Samsung).

Logo, nada melhor do que se renovar. Vejo o Windows Phone como uma forma válida de apresentar uma proposta nova para o mercado, uma alternativa para o consumidor. Apostando na simplicidade do sistema, mas principalmente, no poder que ele terá de interagir com outros produtos da Microsoft no futuro. Com o Windows 8 e futuras atualizações do Xbox 360, os proprietários de telefones com o sistema operacional móvel da Microsoft poderão contar com um ambiente semelhante em todas as plataformas, podendo sincronizar suas informações com desktops, notebooks, netbooks, tablets, videogames e smartphones. Todo um ecossistema que será familiar ao usuário, aumentando o interesse em adquirir os produtos que possuem a mesma funcionalidade e mecânica de operação.

E o embrião disso é o Windows Phone. E o principal parceiro da Microsoft é justamente a Nokia.

De início, acho que, apesar das resistências e algumas vendas que podem não surpreender tanto, a curiosidade será enorme, e muita gente vai querer testar o Windows Phone. Só o tempo (e os preços desses modelos, principalmente no Brasil) vai dizer se ele será sedutor o suficiente para fazerem os antigos clientes da Nokia dizerem adeus ao Symbian e embarcarem em uma proposta nova, remodelada e promissora. E só o tempo vai dizer se os novos usuários, já estabelecidos em uma das plataformas atuais, vão trocar o certo pelo promissor. 2012 será o ano do “tudo ou nada” para Nokia e Microsoft no mercado de mobilidade. Em dezembro de 2012 (com o mundo não acabando), voltaremos a falar nesse assunto.

Mas eu tenho que confessar: eu sou um que estou curioso para testar logo esses smartphones!


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@oEduardoMoreira