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O brasileiro (de um modo geral) não sabe usar um smartphone! É o que dizem…

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Amigo leitor: não sou eu que estou fazendo tal afirmação, mas digo desde já que eu concordo com ela. E acreditem, não é nenhum absurdo essa afirmação existir em relação ao usuário brasileiro. Não é de hoje que vejo pessoas comprarem um smartphone pelo status, mas não saber direito o que fazer com ele. E a recente pesquisa da Qualcomm em parceria com o IBOPE apenas confirma o que já era constatado por muitos: o brasileiro, de um modo geral, não sabe usar um smartphone.

A peqsuisa revela que 70% dos brasileiros adquiriram o seu primeiro smartphone há menos de seis meses. Logo, é mais do que natural que boa parte dessas pessoas realmente não saibam direito o que fazer com eles. Afinal de contas, ou são pessoas que nunca tiveram um smartphone na vida, ou são aqueles que só tiveram celulares, com recursos limitados (praticamente para fazer e receber chamadas e ligações), e ficam naturalmente perdidos com o arsenal de informações e recursos disponíveis no novo dispositivo.

No entanto, o que chama a atenção na pesquisa é o nível de desinformação que o brasileiro possui sobre como funciona a política de aquisição de aplicativos e funcionalidades em um smartphone. A mesma pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros estão dispostos a pagar entre R$ 27 e R$ 93 por um pacote de apps pré-instalados. COMO ASSIM, BRASIL?

O país está tão acostumado aos “pacotes disso, pacotes daquilo”, que não se dá conta que 1) não precisa de pacotes de aplicativos pré-instalados; 2) não se dá ao trabalho que, em alguns casos, o aplicativo que você deseja não custa nada. É só uma questão de pesquisar um pouco o básico de uso de um smartphone, ou até mesmo como funciona esse sistema de compras de aplicativos. Não é tão difícil assim. É que tem muita gente que é preguiçosa mesmo.

Outra mostra que o brasileiro (de um modo geral) não sabe usar um smartphone está nos hábitos desse usuário iniciante com o novo dispositivo. A maioria compra um smartphone para acessar as redes sociais e (pasmem) fazer e receber ligações. 92% dos entrevistados compram um smartphone para telefonemas. Oras, se é para fazer isso a maior parte do tempo, o seu celular com dois chips de R$ 100 serve. E faz até melhor que um smartphone.

80% dos entrevistados usam o novo smartphone para redes sociais. 77% para ouvir música, 75% para envio e recebimento de mensagens, 71% para pesquisas na internet e responder e-mails. Essas foram as atividades mais citadas pelos novos usuários de smartphones. Entendo que essas atividades deveriam ser mais utilizadas do que realizar e receber chamadas. Até porque hoje em dia as pessoas estão deixando de telefonar, e passaram a resolver tudo pelo WhatsApp.

A luz no fim do túnel (que não é o trem vindo na direção contrária, nesse caso) é que a pesquisa mostra que os usuários acessam as lojas de aplicativos mais populares (Apple App Store e Google Play) pelo menos uma vez por semana, em busca de novos aplicativos. Isso mostra que, com o passar do tempo, o brasileiro vai aprender como lidar com o dispositivo, e principalmente, como ele pode ser mais construtivo no seu dia a dia.

Uma das dificuldades apresentadas pelos novos usuários de smartphones no Brasil está no fato desse mesmo usuário querer ver o aplicativo em execução antes de comprá-lo, e nem todos os apps pagos oferecem essa possibilidade de degustação. Talvez fique aqui uma dica para os desenvolvedores de plantão: invistam nas versões de demonstração, para que esse novo público se interesse pelos seus projetos.

De qualquer maneira, eu fico na torcida para que esse cenário mude com o passar do tempo. Afinal de contas, para muitos, a situação econômica melhorou de forma significativa, e cada vez mais as pessoas estão adquirindo smartphones. Com isso, é necessário que esse povo todo não só seja oficialmente apresentado ao novo mundo dos telefones inteligentes, mas que também tenham interesse em aprender como esse mundo funciona.

Caso contrário, vão continuar a utilizar o smartphone para realizar e receber chamadas de voz.

Com informações do site EXAME


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@oEduardoMoreira