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O problema é a Neon Eletro… E alguns consumidores brasileiros…

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neoneletro

Pode parecer uma redundância o que vou dizer no começo desse post, mas é uma realidade que algumas (muitas) pessoas insistem em simplesmente esquecer: “não existem milagres em qualquer coisa que envolva dinheiro e/ou cartões de crédito”.  Você não compra uma casa no céu, não consegue trazer de volta a pessoa amada em três dias, não tem o seu câncer eliminado com uma água benta que você comprou em alguma loja de artigos místicos, e principalmente… você não encontra no Brasil o iPhone mais barato do mundo.

Aliás, é exatamente o contrário. Ainda temos o iPhone mais caro do mungo. Mas isso não entra no mérito da questão desse post.

Li algumas coisas sobre o caso Neon Eletro, que estava anunciando produtos por preços que que quem acompanha mais de perto o mercado de eletrônicos tinha a certeza absoluta que eram, no mínimo impraticáveis. Não abordei sobre o assunto porque confesso que não cheguei a ver nenhum anúncio do site nos citados veículos (programas da Eliana e do Ratinho no SBT). Para não dizer que não fiquei sabendo sobre eles, recebi um tweet do amigo @zuil, que me perguntou o que achava dos preços deles. Perguntei qual era o valor, e só disse “é uma cilada, Bino”. Mas agora é hora de falar sobre do que penso sobre o assunto.

Eu não precisava dizer isso, mas… é óbvio que era de se estranhar. Pense: um site que oferece produto a preços incríveis, ORIGINAIS, mas com um prazo de entrega de 60 dias úteis. Outra coisa: mesmo com chat e telefone de atendimento, a empresa em si não tinha procedências muito confiáveis. Além disso, alguns (poucos) usuários receberam produtos deles que vieram da Zona Franca de Manaus, o que deixa a coisa mais estranha ainda. Afinal de contas, se eram produtos daqui, como eles conseguiram preços tão competitivos?

A Neon Eletro, nesse momento, está no Ministério Público. Até que tudo seja investigado, é melhor eu tomar cuidado com as palavras. Mas algumas eu posso dizer: sites como o da Neon Eletro prejudicam e muito o mercado de eletrônicos de consumo no Brasil, e até mesmo em uma reformulação na cultura do comprador brasileiro.

Calma. Vou explicar.

O problema está na Neon Eletro sim. Afinal de contas, excluindo todas as possibilidades de termos um serviço de procedência duvidosa, na pior das hipóteses, temos aquela relação do “o barato sai caro” de forma explícita. Não estou aqui questionando caráter e honestidade dos donos do e-commerce (e, particularmente, nem preciso), mas sim o perfil de produto/serviço oferecido ao consumidor. Parece que vivemos mesmo em um sistema onde boa parte dos serviços nacionais precisam ser prestados “nas coxas”, de qualquer jeito, sem nenhum tipo de respeito ao consumidor.

Tive essa experiência recentemente. Decidi trocar minha hospedagem dos meus sites no Brasil (HostGator, um lixo… mas depois eu falo sobre isso) por uma hospedagem nos Estados Unidos (Liquidweb). A diferença na qualidade do atendimento é simplesmente brutal. Cuidaram de toda a migração sem que eu tivesse que esperar 72 horas para ter tudo funcionando, me ajudaram no problema de sobrecarga de recursos sem colocar a culpa em mim, e otimizaram alguns recursos para que tudo funcione de forma perfeita sem custo adicional.

Ou seja, lá fora, cliente é tratado como cliente, como um bem valioso, como algo que pode atrair mais clientes para a empresa. Aqui no Brasil, cliente é apenas mais um, algo que serve para obter lucros imediatos. E se algum problema aparecer “a culpa é do cliente”.

E sabe o que é pior? Boa parte dos brasileiros aceitam isso. Por que? Porque querem levar vantagem em tudo!

Lei de Gérson, amigos. Na forma mais pura e simples.

Eu sempre recomendo para quem me procura sobre os preços de um produto ou serviço que façam uma pesquisa de preço, para que encontre a opção mais barata. Porém, muita gente não desconfia quando uma coisa está muito mais barata do que o normal, e nem se preocupa com a procedência disso. Tá, eu sei que o público-alvo da campanha da Neon Eletro é claramente a segmentação mais popular, a “nova classe C”, que é quem tem a grana hoje. Por outro lado, até mesmo essas pessoas precisam ser reeducadas para gastar o seu dinheiro. Não é possível que ninguém desconfie que um iPhone que é encontrado nos e-commerces nacionais a R$ 2.600, apareça em um site, DO NADA, por R$ 950. Alguma coisa está muito errada (e isso, até a empregada que trabalha para a minha mãe falou).

Deixando de lado os inocentes e pouco instruídos, que não são poucos (e, de novo, eles precisam receber educação em todos os sentidos, incluindo a econômica), tem sempre aquela parcela da população metida a esperta. Aquele malaco que acha que vai tirar vantagem dos tontos que vão pagar o preço de dois notebooks médios em um iPhone. Na boa? Os dois grupos são meio trouxas. Quem paga R$ 2.600 em um smartphone é imbecil por queimar dinheiro. E quem acredita que existe iPhone 5 NOVO a R$ 950 é mais tonto ainda. Ah, e antes que me xinguem: eu sei que você faz o que você quiser com o seu dinheiro. Só saiba que eu faço também o que eu quero com a minha forma de pensar. Logo, na minha opinião, os dois grupos são bem idiotas.

Pra resumir, fica de novo aquele alerta: não se deixe enganar. O seu dinheiro é suado. Pesquise nas fontes certas. Compre em locais com precedência, ou naqueles que você já tem uma boa experiência de compra. Avalie o preço médio cobrado por um produto e faça a compra que oferecer a melhor relação custo/benefício, e inclua nessa relação a satisfação de um bom atendimento ou um pós-venda.

Não existem milagres quando estão envolvidos o dinheiro e o cartão de crédito. E, nesse caso em especial, eu não posso dizer que lamento por aqueles que tiveram problemas com a Neon Eletro. Estava muito na cara que tinha tudo para dar errado.

 


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@oEduardoMoreira