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O sangue de Taylor Swift tem poder… não é mesmo, Apple?

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Taylor Swift. Não vamos aqui julgar o estilo musical da moça, muito menos o seu talento. Isso não está em questão nesse momento. Fato é que, você gostando ou não dela, a verdade é umas só: ela está mandando no mundo da música.

Swift é hoje a artista com maior evidência no mundo da música, uma das mais executadas em todo o planeta, com uma base de fãs fiéis e várias músicas na liderança das paradas de sucesso. Tudo isso faz com que ela concentre um grande poder dentro da indústria fonográfica, e ela se vale disso para ditar regras. E as grandes corporações estão se curvando. Até porque ninguém quer perder dinheiro nesse segmento.

Quando ela decidiu retirar todas as suas músicas do Spotify, alegando que o serviço de streaming pagava muito pouco para os artistas cujas obras eram reproduzidas na plataforma, a medida foi considerada impopular por muitos. Ainda mais em se tratar de um serviço gratuito, com pagamento de assinatura opcional. Mas, se você parar para pensar, se levarmos em consideração a quantidade pessoas envolvidas para receber os respectivos direitos de uma música (cantor, músicos, produtores, equipe técnica, gravadora, a tia do cafezinho, etc), e os valores cobrados por cada assinatura, o que cada um recebe é algo mínimo. Muito pouco mesmo.

Aliás, sempre fica a pergunta: como o Spotify consegue ‘se pagar’. Afinal, não existe o tal ‘almoço grátis’. Alguém tem que pagar essa conta, e com uma assinatura cujo valor inicial custa R$ 14,90/mês, é realmente muito difícil imaginar o serviço obtendo grandes margens de lucro.

De qualquer forma, nesse final de semana, Taylor Swift deu mais uma demonstração de força e poder, quando publicou em seu blog pessoal uma carta aberta direcionada à Apple, reclamando do fato do Apple Music não pagar absolutamente nada aos artistas que contam com músicas disponíveis no serviço durante o seu período de degustação para os assinantes da plataforma iOS, que dura 3 meses.

Swift então decidiu retirar o seu álbum mais recente, ‘1989’ do Apple Music, e justificou a sua decisão não por ela, mas sim pelos demais profissionais envolvidos no projeto, e também por conta dos artistas novos, que podem emplacar uma música na plataforma, mas não receber nenhum centavo pela exploração midiática que a Apple certamente faria com essa descoberta.

Para completar, no final do texto, a cantora joga a verdade na cara da Apple, ao dizer que ‘ninguém fica pedindo iPhones de graça’. E esse é o grande ponto.

Todo mundo que trabalha quer receber por isso. É o seu talento que você está vendendo ao mundo. É o seu trabalho. Todo mundo preciso sobreviver e ser remunerado por isso. Ninguém nessa vida gosta de trabalhar de graça (a não ser que seja um trabalho voluntário, mas você há de concordar comigo que não é disso que estamos falando nesse post).

A Apple entendeu o recado, a ponto de Eddy Cue, principal responsável pelo segmento de produtos e serviços da empresa, se pronunciar publicamente que as políticas do Apple Watch serão sim modificadas, e que os artistas vão receber pela execução de suas obras durante o período de degustação das assinaturas.

O episódio é mais uma prova do poder de Taylor Swift na indústria da música. Para que uma gigante como a Apple se curvasse para a cantora – que é qualificada por alguns como ‘uma menina mimada’ -, não é pouca coisa. Tudo bem, a Apple de hoje é mais poderosa e, ao mesmo tempo, mais flexível do que a empresa do passado. Mesmo assim, poucas vezes eu vi a gigante de Cupertino cedendo para alguém ou alguma coisa.

Será que Steve Jobs fez um ‘Shake It Off’ no seu túmulo diante dessa situação?


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@oEduardoMoreira