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Teste de benchmark pra quê, não é mesmo?

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Quando esse post for ao ar, o review do Motorola Moto X já estará disponível no TargetHD. Normalmente procuro fazer o review mais completo possível, buscando esclarecer as dúvidas dos usuários. Uma dessas dúvidas eu considero meio desnecessária para a maioria deles, que só querem que o smartphone funcione bem. E se tornou mais redundante depois de hoje: o benchmark.

Eu sempre vi o benchmark com um pé atrás. Afinal de contas, é um teste de desempenho teórico e estimado de um dispositivo, que traça um comparativo com outros dispositivos, mas que não se traduz como a voz da verdade em um uso cotidiano. O teste do Moto X é uma clara prova disso: mesmo tendo resultados considerados inferiores aos dois modelos considerados tops de linha do mercado (Galaxy S4 e HTC One – mas incluo nessa lista o Xperia ZQ por minha conta), ele não ficou atrás dos dois primeiros em termos de desempenho e, principalmente, experiência de uso.

Pelo contrário. Acho o Moto X um smartphone espetacular, e na sua faixa de preços (até R$ 1.500) é hoje a melhor opção do mercado (mesmo com uma câmera não tão boa no momento – mas que a Motorola promete corrigir depois). Entrega a experiência de uso agradável, fluída, funcional e competente que a maioria dos usuários necessitam.

Aliás, a esmagadora maioria dos usuários (eu diria pelo menos 90%) não são usuários que vão fazer programação avançada nos smartphones. Logo, mesmo com um produto com um hardware “mediano” (pois não é) do Moto X pode satisfazer até aos mais exigentes, que normalmente querem um bom smartphone para vídeos e jogos, uma boa autonomia de bateria e uma ótima tela. Pois bem, o Moto X oferece tudo isso, sem ser um monstro nas especificações técnicas.

Sem falar no fato que alguma fabricantes de tecnologia andam maquiando benchmarks por aí.

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Hoje (01), o site ArsTechnica revelou mais uma maracutaia da Samsung, que turbina os resultados de benchmarks do Galaxy Note 3, adicionando um arquivo com os registros dos principais aplicativos de benchmarks disponíveis no mercado, que faz com que o seu processador aumente o seu clock automaticamente quando um desses aplicativos são executados pelo usuário no smartphone e/ou até mesmo quando o app fica em segundo plano.

O resultado do truque é que o mesmo processador presente no Galaxy Note 3 era, em média, 20% mais potente que o processador do LG G2. Totalmente desnecessário, não é mesmo?

Eu, que já tinha bronca desse tipo de teste (porque, de novo, o que realmente importa é se o smartphone/tablet funciona bem ou não, de acordo com as suas expectativas e necessidades), depois dessa “novidade” (só que não, pois a Samsung já fez isso no passado), decidi eliminar os benchmarks dos meus reviews. Primeiro, porque nunca achei que fossem relevantes (e tenho que desenvolver o meu trabalho naquilo que eu acredito também). Segundo, porque não sei quais são as fabricantes que estão repetindo a mesma estratégia. Logo, para não correr riscos, vamos cortar o mal pela raiz.

Aliás, um último conselho: opinião sobre “esse é melhor que aquele” no mundo da tecnologia varia muito de pessoa para pessoa. A melhor coisa que você pode fazer por você mesmo antes de comprar um produto é: depois de ler todos os reviews, vai na loja e testa o produto. Mesmo que depois você compre pela internet. Não conseguiu testar? Veja os reviews em vídeo. Tente obter o máximo de informações e tire as suas conclusões baseados no que você viu também.

A opinião de quem faz reviews e testa produtos pode ser importante pela experiência com o produto que você não teve. Mas busque ter as suas impressões e criar a sua impressão final sobre o produto. É melhor do que qualquer benchmark (que pode muito bem ser maquiado, dependendo do fabricante).


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@oEduardoMoreira