A realme completou recentemente cinco anos de vida. De forma oficial, a marca nasceu em 6 de maio de 2018, mas só deu as caras em diferentes mercados globais apenas em 2019.
No Brasil, ela é relativamente popular. E eu sei disso porque vejo os números de acesso nos artigos do TargetHD.net e nas estatísticas de visualizações dos vídeos relacionados com a marca no YouTube. E se vocês gostam disso, entendo que vale a pena falar sobre o assunto, pois eu preciso atrair a audiência, basicamente.
Dito tudo isso, eu estou aqui para fazer uma breve revisão sobre os primeiros cinco anos da realme em nossas vidas.
Antes de começar, vamos definir isso de forma clara…
Eu sei que alguns mais chatos vão pegar no meu pé sobre a forma que estou utilizando para escrever realme nesse artigo. Então, vamos limpar essa pauta logo de cara.
É isso mesmo que você está lendo: é realme em minúsculo, pois essa é a forma que a marca escreve o seu nome em todo e qualquer material promocional, além de ser o grafismo oficial para a empresa.
Logo, não vou colocar o realme começando com uma letra maiúscula, tal e como as normas de redação e estilo pedem.
Entendeu agora?
Ótimo. Podemos continuar.
O início
A realme foi criada por Sky Li em 2018, e tinha um foco muito claro: oferecer smartphones que entregavam as melhores relações custo-benefício do mercado, em um movimento que desafiava a empresa líder desse segmento, a Xiaomi.
Apostar em uma estratégia que funcionou com a Mi era parte importante dos planos da realme. Não sabemos exatamente se a marca copiou todos os passos da coleguinha chinesa, incluindo os 5% de lucros em cima de cada telefone vendido. Mas que o DNA adotado era o mesmo, isso ficou evidente nos próprios produtos que chegaram ao mercado.
Modelos como o realme 5, o realme X2 e o realme X2 Pro foram autênticos campeões de vendas no mercado ocidental, deixando claro que a empresa chegou para ficar e brigar para conquistar os corações e os bolsos dos usuários.
E olhar para essa evolução é importante inclusive para compreender como a realme contribuiu de forma relevante para a evolução do segmento de smartphones como um todo. Os telefones da marca ajudaram a estabelecer novos padrões de telefones intermediários que melhoraram muito nas especificações técnicas ao longo dos últimos cinco anos.
Smartphones para qualquer tipo de usuários
A realme soube evoluir bem nas propostas dos seus produtos, e se estabeleceu em três grandes linhas de telefones.
A linha C recebe os telefones de entrada, com os valores mais econômicos para smartphones com especificações técnicas mais modestas. Já a linha com números nos telefones tem os dispositivos intermediários, e neste momento é representada pelo realme 10.
Por fim, a linha GT, que possui os smartphones mais completos da realme, com as especificações mais potentes. Essa família substitui a linha X2 do passado, e o modelo mais recente dessa série é o realme GT 3, que possui a recarga mais rápida de bateria do mercado neste momento (entre os telefones que qualquer mortal pode comprar).
Sim, existe uma categoria de produto adicional entre os telefones da realme: a linha Narzo, que é exclusiva para a Índia e oferece telefones econômicos com ótima relação custo-benefício. Neste momento, essa série tem como recente lançamento o Narzo 50, que começou a desembarcar em alguns mercados na Europa.
Quem sabe o Narzo passa por aqui em algum momento no futuro. Ou você respira fundo, se enche de coragem e importa esse telefone, tal e como qualquer brasileiro pode fazer a qualquer momento… se quiser.
A evolução dos telefones da realme
De forma muito breve, vou comparar as especificações técnicas dos dois principais telefones das linhas média e top de linha da realme em um intervalo de cinco anos, apenas para mostrar como foi na prática a evolução dos dispositivos da marca durante o período.
Do realme 5 para o realme 10, a impressão que fica é que existe um abismo entre dois mundos. O modelo de 2023 é muito menor e mais leve (20g a menos), em um dispositivo que tem uma tela apenas 0,1” menor.
Aliás, a tela AMOLED de 90 Hz do realme 10 substitui bem a tela IPS LCD de 60 Hz do realme 5, além da resolução FullHD+ tomando o lugar do HD+. E o furo da tela para a câmera frontal é sempre melhor que o notch em forma de gota.
Apesar de contar com o dobro de RAM (8 GB), o realme 10 mantém os 128 GB de armazenamento e aposta na MediaTek no lugar da Qualcomm para o seu processador. Porém, pode confiar nesse MediaTek Helio G99, que ele manda bem.
Quatro câmeras meia boca do realme 5 são substituídas por uma câmera principal muito promissora de 50 megapixels e um sensor adicional de 2 megapixels que é pura perfumaria no realme 10.
Por tudo isso, temos o realme 10 custando mais de 50% mais caro que o realme 5. Mas… considere a inflação dos últimos cinco anos, e você tem essa diferença de valores mais que justificada.
Quando falamos dos dois telefones top de linha, as diferenças existem, mas são menos gritantes e mais pontuais em aspectos específicos.
Colocando lado a lado o realme x2 Pro e o realme GT 3, a tela OLED com 144 Hz e um pouco maior obviamente chamam mais a atenção do que necessariamente as diferenças de processador, RAM e armazenamento.
Não que o realme GT 3 não seja melhor que o realme X2 Pro (porque, ora bolas, ele é). Mas a diferença aqui é relativa, pois o modelo de 2018 entrega especificações robustas para um dispositivo do seu tempo.
Digo mais: ele poderia ser muito útil nas mãos de muitos usuários menos exigentes.
A câmera principal de 50 megapixels do realme GT 3 promete imagens espetaculares. Mas não podemos nos esquecer que o realme X2 Pro possui um sensor principal de 64 megapixels com especificações muito generosas. E a câmera frontal de 16 megapixels é basicamente a mesma para os dois modelos.
A bateria do realme GT 3 é maior (4.600 mAh). E tem que ser, porque é mais potente. Mas é justamente este aspecto que entrega a maior diferença para cinco anos de tecnologia: o modelo de 2023 possui uma tecnologia de recarga com nada menos que 240W, um absurdo para os padrões atuais da telefonia móvel.
Por fim, a diferença de preço é proporcionalmente menor, já que a diferença de valores entre o realme X2 Pro e o realme GT 3 está abaixo da casa dos 50%, o que é algo positivo de alguma forma.
Conclusão
Em cinco anos, a realme contribuiu positivamente para o mercado de telefonia móvel.
Além de oferecer telefones inovadores nos aspectos técnicos e com preços que não subiram tanto dentro desse intervalo de tempo, a marca ajudou a estabelecer os padrões de configurações para o segmento de telefones intermediários disponíveis nesse momento no mercado.
E até mesmo para os telefones top de linha encontramos as influências da marca, com dispositivos muito potentes e completos que custam muito menos do que marcas badaladas como Samsung e Apple cobram dos seus clientes.
Por isso, só posso dar os parabéns para a realme pelos cinco anos de atividades. E que a marca continue a prosperar no mercado de telefonia móvel.
Só espero que a realme não dê uma de Xiaomi e abandone no futuro a boa relação custo-benefício em nome de lucros maiores.
Isso seria péssimo.