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A Apple “arregou” diante da queda de 15% do iPhone

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Até a Apple reconheceu que tem limites.

A apresentação dos resultados financeiros relacionados ao primeiro trimestre fiscal de 2019 da Apple (correspondente às vendas do quarto trimestre de 2018) revelaram números piores do que a empresa esperava, e que já estavam revisados quase 30 dias antes desse anúncio. O número que mais chama a atenção foi os 15% nas quedas de receitas do iPhone, o seu principal produto.

De novo, Tim Cook apresentou vários motivos para justificar as quedas nas vendas. E agora entendemos que, quando ele falou que a China era um problema, ele não estava exagerando ou mentindo, já que a queda nas vendas daquele país foi de mais de 26%.

Mas o mais interessante de tudo isso é que, de forma até surpreendente, o próprio Tim Cook mencionou que a Apple estuda em reduzir os preços dos iPhones nas regiões do planeta onde os aumentos de preços foram mais acentuados, principalmente em função da variação cambial (o dólar ficou mais forte em algumas regiões).

Além disso, a empresa de Cupertino estuda flexibilizar as opções de vendas dos dispositivos nas diferentes regiões do planeta, adotando planos de compra via parcelamento sem juros e programas de trocas de dispositivos.

Vamos por partes.

 

 

Receitas dos iPhones em queda

A Apple, como um todo, registrou quedas nas receitas de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior, e o grande vilão nessa história foi justamente o iPhone, que registrou queda de receita de 15% no período.

É claro que o principal motivo para isso acontecer foi o preço dos novos produtos, que eram simplesmente ridículos (e não no bom sentido, como Everaldo Marques fala de vez em quando na ESPN).

Por mais que a Apple tente tampar o sol com a peneira (informando que são mais de 900 milhões de iPhones ativos nesse momento), nada consegue mudar o fato que o iPhone XS Max de 512 GB a US$ 1.449 (no Brasil, R$ 9.999) é o iPhone mais caro da história. Assim como boa parte da nova família de smartphones da empresa.

 

 

Apple admite que o iPhone é caro demais. “Cêjura?”

Sério mesmo, Apple, que só agora você reconhece que o iPhone é caro? Estamos falando isso desde… sei lá… 2014?

São números péssimos para o período de vendas mais forte do ano, que inclui o Natal. Sem falar que são produtos novos que, pelo menos em teoria, atrai o interesse dos fãs e usuários mais leais. E nem eles saíram correndo atrás dos novos iPhones.

Tá, nem tudo é culpa do preço, eu sei. Ciclos de vida mais longos e uma queda acentuada nas receitas da China (26%) acabam influenciando negativamente nos resultados das receitas da Apple.

Mesmo assim, é inegável que o fator preço pesa nessa equação há muito tempo, e passou da hora da Apple fazer alguma coisa. Inclusive reduzir os preços dos iPhones em alguns mercados, algo que Tim Cook deixou claro que é uma opção em estudo na empresa.

 

 

Os serviços podem se transformar na joia da coroa da Apple

Isso pode ser exatamente o que a Apple precisava para voltar ao caminho correto. Esse relatório é uma grande chamada de atenção, algo que a Apple não pode simplesmente ocultar com outras conquistas, como aconteceu em outras ocasiões. Se esta queda nas vendas servir para a empresa começa a levar a sério sua base de usuários, pode ser a melhor coisa que aconteceu.

Além disso, nem tudo é tragédia nesse relatório. Enquanto o iPhone cai em receita, o resto da empresa aumentou nada menos que 19%. Os serviços, incluindo o Apple Music e o Apple News, cresceram 19%, as receitas do iPad cresceram 17% e mesmo as receitas do Mac são melhores em 9%.

A Apple está criando uma base muito sólida para o seu futuro. Especialmente agora, quando o seu serviço de streaming está chegando, com séries e filmes exclusivos. Sem falar no serviço de streaming para jogos, um rumor que ganhou força nos últimos dias.

Ou seja, a luz no fim do túnel está lá. Falta a Apple descobrir se é ou não o trem vindo na direção contrária, e mudar o caminho a seguir a tempo. Antes de uma colisão sem precedentes.


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@oEduardoMoreira