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Você deixaria escanear a íris do seu olho em troca de uma criptomoeda?

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A promessa de uma criptomoeda gratuita atraiu centenas de jovens na Espanha, formando longas filas em centros comerciais para escanear suas íris.

A iniciativa, da Worldcoin, oferece um “Worldcoin Orb” em troca da digitalização da íris, prometendo acesso a um futuro sistema de identidade global e distribuição de renda.

O rápido crescimento da Worldcoin com sua criptomoeda agora valendo mais de sete euros despertou a atenção da Agência Espanhola de Proteção de Dados (AEPD). E o Brasil precisa ficar atento ao que está acontecendo lá fora neste caso.

 

Onde está o problema?

Denúncias sobre o tratamento de dados pessoais pela empresa estão em análise, enquanto a legalidade e conformidade da iniciativa na Espanha ainda são incertas.

A Worldcoin não é a primeira empresa a tentar usar a biometria para fins de identificação e distribuição de renda. No entanto, a iniciativa levanta preocupações em relação à privacidade e segurança dos dados, especialmente com a recente onda de ciberataques e violações de dados.

Considerando o fato de que ninguém sabe direito o que a Worldcoin é e o que ela realmente vai fazer com esses dados, é mais do que natural que os sinais de alerta comecem a soar.

Inclusive por aqui.

 

França bloqueia, Brasil e Índia questionam

Em outros países como França, a iniciativa foi bloqueada pelos reguladores devido a preocupações com a privacidade. No Brasil e na Índia, as autoridades também estão questionando a Worldcoin, buscando garantias sobre o uso dos dados coletados.

A empresa por trás da Worldcoin é a Tools for Humanity, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI. A empresa argumenta que o escaneamento da íris é um método infalível para verificar a identidade e que a criação de um sistema de identidade global baseado na íris trará benefícios para a sociedade.

Mas isso, na teoria. Na prática, ainda não sabemos exatamente o que a empresa fará com essas informações, muito menos se teremos a garantia de que esses dados coletados estarão seguros.

É tudo muito incerto e nebuloso para que todos se sintam tranquilos.

 

Críticas e riscos à vista

Os críticos da iniciativa alertam para os perigos de se concentrar em jovens e oferecer recompensas em troca de dados biométricos sensíveis.

Há relatos de menores de idade nas filas, mesmo com a idade de consentimento para o uso de dados pessoais sendo de 16 anos. E aqui, eu pergunto: onde estão os pais dessas crianças?

A Worldcoin garante que as imagens da íris são excluídas após o registro e que nunca saem da RAM do Orb. No entanto, especialistas em segurança alertam para os riscos de se ter um registro de íris de milhões de pessoas, um alvo tentador para cibercriminosos.

 

Crescimento na Espanha e futuro incerto

Em julho de 2023, a Worldcoin já contava com mais de 150.000 usuários registrados na Espanha, com 20.000 novos inscritos a cada mês. O registro é feito em stands nos principais centros comerciais de cidades como Barcelona, Madrid, Valencia, Málaga e Bilbao.

O futuro da Worldcoin na Espanha e em outros países dependerá da capacidade da empresa em dissipar as preocupações sobre privacidade e segurança. A AEPD e outras autoridades internacionais continuarão a analisar a iniciativa, buscando garantir que os direitos dos usuários sejam protegidos.

Mas não diga depois que não foi avisado. Se você chegou até o final deste artigo, é porque está sabendo do assunto. Mas do que a maioria, inclusive.


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@oEduardoMoreira