O HTC One M7 introduziu o metal nos smartphones top de linha. Depois isso foi impulsionado pelo iPhone. E o material virou tendência na estética e qualidade, acima do plástico. Mas três anos depois, a cerâmica vira tendência entre os tops de linha. Será que é a próxima moda?
Pelo menos parte dos fabricantes estão flertando com este material, e recentemente o Apple Watch Series 2 recebeu a cerâmica. Já vimos alguns dispositivos com esse material, e queremos saber o que pode estar motivando os fabricantes a essa iniciativa.
A cerâmica, a eletrônica e 2016
A XIaomi foi quem começou essa nova febre da cerâmica nos dispositivos eletrônicos, sempre pensando na relação custo-benefício. E nesse ano, na MWC, dotou o seu Xiaomi Mi5 com este material.
Era especificamente uma edição especial e mais cara do produto – o Mi5 Pro -, e a empresa teve problemas na fabricação e distribuição. Mas o motivo desse atraso foi a resistência do produto, e esse foi um apelo importante.
Mas não foi o único a chegar no mercado. Meses depois, a OnePlus apresentou o OnePlus 3, e o OnePlus X também recebeu uma edição com acabamento em cerâmica.
Agora, o material volta a ficar em evidência, por conta do novo smartwatch da Apple, que nesse caso também se trada de uma edição de luxo no meio dos demais modelos. Assim, o Apple Watch Editon tem um valor intermediário. Bom, mais ou menos.
Por que cerâmica?
A cerâmica é um pouco a antítese do conceito de cerâmica decorativa, ou seja, resistência vs fragilidade. A ideia é obter um material resistente acima de tudo. Nomes como Rolex e Channel já fizeram o mesmo em seus relógios tradicionais, mas no caso do produto da Apple eles recorreram ao óxido de zircônio.
O zircônio não é um material comum, mas é frequente na indústria de joalheiras, laboratórios e odontologia. A sua principal propriedade é a resistência, tanto na estrutura como em variações de temperatura.
Na indústria da eletrônica, a cerâmica evita os arranhões e não é condutora, além de não interferir na recarga sem fio. Não aguenta desafios extremos, mas é um material quase impossível de ser arranhado e muito difícil de se romper, por conta dos finos poros de sua estrutura. No caso do Apple Watch, um revestimento de óxido de alumínio em tom branco reforça ainda mais o conjunto.
Será que o próximo iPhone será de cerâmica?
Pode parecer um passo lógico, ainda mais com o modelo jet black do iPhone 7. Quem sabe o próximo iPhone recebe a cerâmica, tal e como em outros produtos. Um dos pontos a serem respondidos é o preço desse modelo.
Há toda uma teoria envolvendo patentes registradas antes do lançamento do primeiro iPhone em 2007, mas a mais chamativa vem de 8 de setembro, onde Brian Roemmele, o autoproclamado “alquimista e metafísico”, que afirma essa possibilidade. Porém, o professor Jon Biner, da Universidade de Brimingham, vê como algo muito difícil o lançamento de um iPhone de cerâmica.
Além do encarecimento do processo de fabricação, a relação de tarifas nos relógios é menor. Binner também explica que, pelo fato da cerâmica não ser condutora, a Apple teria que pensar em uma forma de extrair o calor gerado pelos componentes ativos. Uma solução é fundir a cerâmica com o alumínio (este sim, condutor de calor).
Por enquanto, é muito cedo falar do iPhone 8, mas fato é que a cerâmica já está aí. E pelos precedentes, a Apple pode ser o trampolim para a indústria mais uma vez. Veremos se será dessa forma que o metal será aposentado.