
Sabe quando algo pede para jamais acontecer?
Aparentemente é isso o que está acontecendo com a cidade de Madri (Espanha), que vai receber a Fórmula 1 em 2026, mas que muitos entendem que a categoria não precisa passar por lá. Ainda mais em um circuito que já apresenta problemas antes mesmo da categoria desembarcar no circuito dentro da cidade.
As obras na entrada da capital espanhola na estrada A-5 geraram curvas perigosas em vários pontos, o que já resultou em um acidente fatal.
De novo: não estamos falando de Fórmula 1… ainda.
O que está acontecendo

As obras de soterramento da estrada A-5 em Madri transformaram a entrada da capital em um trajeto repleto de riscos. Curvas apertadas, muros de concreto e mudanças de elevação tornaram a via um desafio perigoso para motoristas e motociclistas.
Quando o projeto foi anunciado, a Câmara Municipal prometeu que o tráfego seria compatível com as obras. A ideia era manter um lado em funcionamento enquanto o outro passaria a ser soterrado, reduzindo os transtornos apenas a congestionamentos.
O problema surgiu quando foi necessário desviar o trânsito para dar acesso a bairros como Aluche e Lucero. A solução encontrada foram curvas improvisadas em formato de S, que aumentaram a complexidade da condução na região e elevaram o risco de acidentes.
Essas curvas utilizam faixas mais estreitas do que o padrão, delimitadas por paredes de concreto e, em alguns pontos, incluem mudanças bruscas de nível. Além disso, cruzamentos com semáforos e saídas mal posicionadas, como a de um posto de gasolina próximo, intensificam os perigos.
Os motoristas relatam que a sensação de insegurança é constante ao percorrer esses trechos. As reclamações se multiplicaram, e a Câmara de Madri já estuda modificar o traçado para reduzir os riscos e melhorar a fluidez do trânsito.
O local tem problemas de sinalização, com placas pequenas e posicionadas apenas no início das saídas e sem avisos prévios. A falta de clareza aumenta os riscos, especialmente porque o trajeto muda frequentemente devido ao avanço das obras.
Quem não está acostumado com a região tende a sofrer mais, pois como os motoristas ocasionais não estão habituados às constantes alterações, enfrentam maiores dificuldades em se adaptar, o que amplia a probabilidade de acidentes.
Além da insegurança viária, os moradores sofrem com os impactos colaterais. Houve interrupções em serviços essenciais, como internet, eletricidade e água, sem aviso prévio, além do barulho intenso e da circulação constante de caminhões e máquinas.
Enquanto isso, a medida emergencial foi reduzir a velocidade máxima para 20 ou 30 km/h em determinadas áreas. No entanto, mesmo com o limite rígido, os riscos persistem. E no início de setembro, um motociclista perdeu a vida em um acidente envolvendo essas curvas.
A Fórmula 1 deveria acontecer em Madri?
Alguns especialistas no país afirmam que não, pois as ruas da cidade não só não comportam os carros de alta velocidade, como também não conseguem lidar com todas as mudanças estruturais necessárias para a categoria desembarcar por lá.
Mas como estamos falando de um Mohammed bin Sulayem, que é mais teimoso que uma porta (e mais ganancioso que qualquer um de nós que não tem grana na vida), a corrida deve acontecer por lá, salvo atrasos nas obras ou um problema mais sério.
Por mim, independentemente de qualquer coisa, a prova não aconteceria. O traçado é péssimo, e perder corridas em cenários mais relevantes é uma dor no peito que os fãs da Fórmula 1 não precisavam sentir.

