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A Geração Z sofre de disformia monetária

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Muitos estudos tentam entender como é a relação da Geração Z com as atividades profissionais e o trabalho, e os jovens estão colocando em xeque as dinâmicas tradicionais.

Alguns desses estudos apontam que o desinteresse do jovem em dar tudo pela empresa vem do fato de entenderem que o trabalho não dá dinheiro suficiente para uma vida confortável e estável par aos seus pais.

As Gerações Z e Millennial valorizam outros aspectos que vão além do dinheiro, mesmo que isso signifique trabalhar em mais de um emprego por necessidade.

As novas gerações contam com o que é chamado de disformia monetária.

 

O que é disformia monetária

A dismorfia monetária é a percepção negativa ou distorcida do bem-estar financeiro pessoal. O termo ganhou notoriedade recentemente em debates sobre a relação entre a saúde financeira e o bem-estar dos jovens.

Amanda Clayman, terapeuta financeira, define a dismorfia monetária como um estado de vigilância e insegurança internalizada em relação ao dinheiro, mesmo na ausência de problemas financeiros urgentes.

Estudos indicam que mais de 40% dos membros da Geração Z e dos Millennials relatam experimentar dismorfia monetária.

O fenômeno é menos comum entre gerações mais velhas, como a Geração X e os Baby Boomers, que sempre entenderam que trabalhar duro é sinônimo de ganhar dinheiro e ter uma vida estável.

As gerações mais jovens frequentemente se comparam com seus pares, o que pode levar a sentimentos de incompetência e ansiedade financeira.

A pressão para igualar os hábitos de consumo dos outros exacerba a distorção da percepção financeira, o que deixa de ser algo saudável com o passar do tempo.

 

Fatores que contribuem para o processo

A constante exposição às redes sociais e a comparação com a vida financeira de outros contribuem para o desenvolvimento dessa dismorfia monetária.

O aumento gradual dos gastos conforme os rendimentos aumentam, conhecido como “lifestyle creep”, é outro fator que pode desencadear essa percepção distorcida.

Mesmo que a estabilidade financeira seja alcançada, a sensação de insegurança persiste, o que resulta em um sentimento de necessidade desesperada para garantir o equilíbrio financeiro.

A dismorfia monetária pode levar a sérios problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. A sensação de nunca ter dinheiro suficiente pode criar um ciclo de estresse contínuo no indivíduo.

 

Abordagem terapêutica

Terapias focadas em saúde financeira, como as oferecidas por especialistas como Alex Melkumian, podem ajudar a abordar essas questões, promovendo uma melhor compreensão e gerenciamento das finanças pessoais.

Já os profissionais de saúde financeira recomendam a conscientização sobre a dismorfia monetária e a implementação de estratégias para mitigar seus efeitos. Isso inclui a definição de objetivos financeiros claros e realistas.

A educação financeira é fundamental para resolver o problema. Conhecimentos sólidos sobre finanças pessoais podem ajudar as pessoas a sentir-se mais seguras e competentes na gestão de seu dinheiro.

Conhecimento é poder. Não se esqueça disso.

No meio de tudo isso, termos como “coliving” e “staycation” têm sido romantizados na mídia, mas refletem realidades financeiras que podem contribuir para a dismorfia monetária, marcando a precariedade financeira em muitos casos.

É importante analisar criticamente essas tendências e reconhecer os problemas financeiros subjacentes que muitas pessoas enfrentam todos os dias.

E discutir essas questões é o primeiro passo para a resolução de um problema que se tornou de uma geração inteira.


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