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A origem do comando que mais salva a nossa vida no PC

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Você apagou aquela parte importante do texto no Microsoft Word, ou aplicou o efeito de correção de imagem de forma incorreta no Adobe Photoshop. Então… calma… respire fundo, pois não há qualquer motivo para pânico nesses casos.

Errar é humano. E sempre dá para corrigir o erro.

Nos casos que mencionei um pouco antes, tudo pode ser resolvido de forma bem simples. É só utilizar um comando que praticamente todo mundo já memorizou, mas certamente os usuários menos experientes não sabem disso.

E esse comando é o muito popular CTRL + Z.

Esse atalho do teclado é universal no mundo da informática, e está presente em praticamente todos os sistemas operacionais. A grande exceção é mesmo o macOS, que usa algo similar: Command + Z.

Vamos explicar a partir de agora a origem desse comando, e outras particularidades sobre o seu funcionamento.

 

Como o CTRL + Z nasceu?

Em 1968, o programa FRESS (File Retrieval and Editing System) foi o primeiro editor de hipertexto da história. E foi o primeiro software a oferecer o comando Undo (ou Desfazer), que não estava vinculado a nenhum atalho do teclado.

O Undo restaurava de forma imediata o estado anterior do sistema, que ficava salvo na memória do software. Porém, esse comando de Desfazer só poderia ser feito uma única vez, e não em uma cadeia de comandos para voltar vários passos.

Várias fontes mostram diferentes origens para o momento em que os softwares passaram a utilizar a tecla Z nos computadores, o que torna esse capítulo do mundo da tecnologia um mistério. A teoria mais aceita é que um engenheiro anônimo do Xerox PARC incorporou o atalho do teclado em algum momento da década de 1970.

Há quem diga que aquela famosa visita de Steve Jobs à Xerox em 1979 foi o que motivou o co-fundador da Apple a copiar o comando para incorporá-lo no Apple Lisa em 1983.

Ou seja, Jobs teria abraçado com força o “copia, mas não faz igual” neste caso.

 

O CRTL + Z tem pai, e se chama Larry

Porém, em 2016, Larry Tesler, um especialista no campo da interação Humano-Computador (e um dos engenheiros que migrou do Xerox PARC para a Apple na década de 1980), reivindicou a paternidade do uso da tecla Z para desfazer ações no computador, afirmando que sua criação nasceu na época em que trabalhou para a empresa de Steve Jobs.

O Apple Lisa foi o primeiro computador a utilizar o sistema de teclas combinadas símbolo da Apple (na época, o Command era uma tecla do ícone da maçã mordida) + XCVZ para Cortar, Copiar, Colar e Desfazer respectivamente, onde Larry alega que foi ele quem escolheu as teclas. E argumenta suas escolhas.

O X para recortar era o símbolo de apagar padrão; o C vem da primeira letra de Copy; o V era um símbolo de intercalação inversa (e aparentemente já significava Inserir em pelo menos um editor de textos anterior); e o Z era a tecla subsequente no teclado do padrão QWERTY norte-americano.

Larry continua na sua interpretação do uso da letra Z, reforçando que a letra também representava a tríade “Fazer-Desfazer-Refazer”, com o seu traço superior direito, intermediário e inferior, respectivamente. E, de fato, não temos qualquer conhecimento do uso da tecla Z nesse sentido antes do lançamento do Apple Lisa.

É importante ressaltar que foi o Windows quem implementou pela primeira vez o uso da tecla Y para Desfazer, complementando assim o final do alfabeto para os comandos via teclado (X-Y-Z).

Por fim, o Macintosh, equipamento sucessor do Apple Lisa, foi o primeiro computador a incluir o comando Desfazer como o primeiro dentro do menu Editar, algo que a Microsoft copiou anos depois no Windows 3.1.

E foi o AmigaOS o primeiro sistema operacional a implementar o comando completo como conhecemos hoje, o CRTL + Z, permitindo realizar as mudanças de comandos da forma contemporânea e corrente em todos os principais softwares que utilizamos hoje.


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@oEduardoMoreira