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A Via Crucis da Uber

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2017 está sendo um ano desastroso para a Uber.

Desde que o tema sexismo ganhou destaque na empresa, tudo se tornou consequência que arranhou a imagem da empresa para o mundo, pelo menos na sua parte diretiva.

Nas receitas, a Uber tem estimativas de perdas de quase US$ 3.3 bilhões, com arrecadações de US$ 9.1 bilhões nos últimos três trimestres. Além das questões legislativas nas diferentes regiões do planeta, ainda tem o Cabify crescendo com muita força em todos os mercados.

O seu posicionamento político em determinados momentos afetaram a visão do consumidor, o que afetou no volume de downloads do aplicativo. Mas Travis Kalanick retirou a empresa da gestão Trump, e o valor de mercado da Uber se mantém em US$ 62.5 bilhões, uma das mais altas do setor.

Porém, o que acontece com a Uber?

Por um lado, brechas de segurança e mudanças nos termos de privacidade dos dados dos usuários não agradaram aos clientes. A Uber queria lucrar com os dados dos usuários, e teve como consequência das violações de políticas uma sanção de 20 anos de auditorias.

Soma-se a isso às polêmicas com seus funcionários diretos. Ou melhor, funcionárias. Ou melhor, engenheiras.

A postagem de Susan Fowler abriu a Caixa de Pandora do sexismo do Uber, e foi um dos fatores que levou Kalanick a sair do posto de CEO. Hoje, as dissonâncias continuam. Claire Delauney, co-fundadora da divisão de caminhões autônomos da Otto, afirma que em nenhum momento sofreu pressões machistas, e Chris Saad, ex-diretora de desenvolvimento de produto, apontou o mesmo sexismo.

Com tantos escândalos, a saída de Kalanick era iminente. Somados aos escândalos, algumas declarações do fundador do Uber indicava que ele precisava de ajuda para se manter como CEO.

 

 

Kalanick saiu, e os escândalos continuaram. Muitos funcionários querem a volta do fundador como CEO, algo que é complexo de acontecer. Ainda mais quando os acionistas da empesa processaram o fundador por fraude e não cumprimento de contratos.

Mas… Travis Kalanick é tão importante?

Se o objetivo for a corrida por oferecer caminhões autônomos primeiro no mercado, a resposta pode ser sim. Afinal, ele faz frente à empresas como Tesla e Google (com grande batalha legal contra as duas), além de criticar duramente Elon Musk e suas estratégias.

Todas as empresas tem problemas, e a Uber não seria exceção. O que surpreende é a quantidade de problemas em tão poucos meses. Em retrospectiva, esta é uma empresa jovem e, até certo ponto, inexperiente, que cresceu muito e muito rápido.

E, o mais importante: está em um setor muito tradicional, que mudou o mundo dos transportes nas cidades em um curto espaço de tempo. Era de se esperar que problemas (e soluções) cresçam com o tempo.

Porém, fica a pergunta: qual será a próxima polêmica?


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@oEduardoMoreira