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‘Coyote vs ACME’ liberado para ser salvo, mas David Zaslav não se livra de ser o palhaço do momento

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David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery, enfrenta duras críticas por suas decisões financeiramente motivadas, como o cancelamento de “Batgirl” e agora, “Coyote vs ACME”, uma produção do universo Looney Tunes que estava completamente finalizada e pronta para ir aos cinemas.

A desculpa do Zaslav em não lançar os dois projetos é a economia fiscal, na tentativa de evitar eventuais prejuízos e gastos adicionais com a publicidade dos projetos. Mas nem todos estão convencidos disso.

E como o pau quebrou feio pro lado do David, ele decidiu “voltar atrás”. Mas fez isso tarde demais: todo mundo agora está com um pé atrás com a Warner Bros. Discovery.

 

Investimentos milionários jogados no lixo

“Coyote vs ACME” teve um custo de 70 milhões de dólares, e é uma obra concluída. Mas Zaslav optou por não lançar o filme, com o objetivo de economizar 30 milhões em impostos. E isso está desencadeando debates sobre prioridades financeiras em detrimento da arte.

Tudo bem, não estamos falando de uma obra prima ou um potencial blockbuster. Mas esse era um filme que muitos gostariam de ver nos cinemas. “Coyote vs ACME” prometia ser um épico crossover, reunindo personagens icônicos como o Coiote e o Papa-Léguas com participação de astros como John Cena e Will Forte, com roteiro de ninguém menos que James Gunn, atual chefe criativo da DC.

A equipe de atores e produtores reage ao cancelamento divulgando vídeos dos bastidores e efeitos práticos nas redes sociais, provocando indignação do público que queria ver esse projeto nos cinemas.

 

Está liberado para vender

Diante da repercussão negativa, a Warner Bros. Discovery permitiu que os diretores busquem alternativas de distribuição, apontando a Amazon como uma possibilidade, expandindo a narrativa para o impacto nas negociações da indústria cinematográfica.

A possibilidade de o Amazon Prime Video adquirir o filme rejeitada reacende o debate sobre estúdios de streaming resgatando projetos, destacando o impacto econômico e criativo dessa prática, que está se tornando recorrente nessa plataforma.

De alguma forma, a plataforma ganha ao oferecer um conteúdo exclusivo para os seus assinantes.

Um ponto alarmante dessa narrativa é o fato de que os criadores de “Coyote vs ACME” foram pegos de surpresa, desconhecendo o cancelamento da obra já finalizada, alimentando a insegurança de outros cineastas em relação à estabilidade de seus projetos.

A situação contribui para uma atmosfera de incerteza em Hollywood, onde a confiança dos diretores nos estúdios é abalada, temendo que seus trabalhos possam ser descartados mesmo após conclusão.

 

Desculpas anteriores de Zaslav

O histórico de Zaslav com cancelamentos de projetos já não é dos melhores.

O mais polêmico e famoso foi o cancelamento de “Batgirl”, justificado pela “proteção da marca DC”, uma vez que quem viu o filme afirma que ele era simplesmente inassistível.

Isso é subjetivo. É melhor que o público julgue por conta própria a qualidade de uma obra.

Esse tipo de desculpa gera dúvidas sobre as reais motivações por trás das decisões dele, já que outras produções de qualidade enfrentaram o mesmo destino, mas sem adotar a mesma justificativa.

Diferentemente de “Batgirl”, “Coyote vs ACME” recebeu críticas favoráveis, estava pronta para exibição e, independentemente do comprador, possuía potencial comercial, destacando a ironia da situação.

A controvérsia afeta a reputação da Warner, levando a uma percepção generalizada em Hollywood de que projetos podem ser abruptamente descartados por critérios e justificativas aleatórias, minando a confiança entre estúdios e criadores.

Toda essa polêmica envolvendo “Coyote vs ACME” levanta questões sobre o controle criativo e financeiro na indústria cinematográfica, gerando um precedente que pode influenciar futuras negociações e decisões de estúdios.

A notícia impactou não apenas os criadores de “Coyote vs ACME” mas também outros diretores, levando a cancelamentos de reuniões com a Warner, evidenciando o clima de desconfiança consolidado.

Este é um capítulo grotesco na história de Hollywood. Simples assim.


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@oEduardoMoreira