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American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace (FX, 2018) | Série em Review

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O sangue de Ryan Murpy tem poder!

American Crime Story chegou como uma franquia que visa explorar os crimes históricos da humanidade como desculpa para falar de temas sociais. Alias, Murphy faz isso em todas as suas séries.

Em The People v. OJ Simpson, abordaram o racismo (com toques de diferenças de classes) e o machismo. Em Feud: Bette & Joan, sobre a discriminação em Hollywood, tanto pelo sexo como por idade. E em American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace, Murphy aproveita o assassinato do designer de moda em 1997 para falar do homossexualismo na década de 1990, de moda (obviamente), da fama e do mundo das aparências.

A nova temporada contará com nove episódios, e começa com o assassinato de Versace (Édgar Ramírez), pelas mãos do serial killer Andrew Cunanan (Darren Criss), e todas as ramificações passadas e futuras que levaram a esse crime.

O foco aqui é bem diferente em relação ao da primeira temporada. Os roteiristas mudaram, e agora temos uma visão mais intimista dos personagens.

Por isso, no lugar de testemunharmos mais o que aconteceu depois da morte de Versace, vamos ver o que aconteceu antes, com eventos nos anos 1990, 1994 e 1997. Conheceremos o passado de Andrew Conanan, como ele chega em Miami e conhece Gianni para depois cometer o crime.

 

 

Cunanan é bem explorado, mas deixa a desejar um pouco na visibilidade do seu passado. Não em mostrar as suas origens, mas em como aconteceram os seus assassinatos anteriores.

A casa Versace está preocupada com a série, já que, segundo eles, mostra um retrato distorcido da figura de Gianni e sua marca, construída na base de rumores presentes no livro de Maureen Orth. Prova disso é que a série aborda a possibilidade do designer ser soropositivo, algo que sempre foi um tabu na família.

O fantasma do HIV se materializa no relatório policial, que informa que Andrew Cunanan estaria infectado pelo retro-vírus. Some isso ao conceito que a AIDS na época ainda era uma ‘doença dos gays’ e a suposta atividade sexual de Versace e seu parceiro (que recebiam frequentemente as visitas de prostitutos), mostra uma combinação explosiva e irresistível para Ryan Murphy, que gosta de contar as inquietudes da comunidade LGBT.

Uma coisa que se destaca em American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace é o fato de como ela mostra os seus dois grandes pilares emocionais: Donatella (Penélope Cruz), sua irmã, e Antonio (Ricky Martin), seu namorado.

 

 

Donatella é mostrada como uma mulher com ideias muito claras sobre como tem que ser uma empresa familiar, sua marca e a imagem que projeta. Aqui temos algumas conversas com Gianni sobre não ser agora ‘o futuro da moda’. Não sabemos o quanto é real ou ficcional nessa parte, mas Cruz consegue dar veracidade à situação.

Já sobre Antonio temos uma concepção mais tradicional, onde vemos um parceiro que entrega ao outro uma segurança, que é correspondida com amor.

O elenco é de primeira, e a trilha sonora é imersiva. Um dos grandes méritos de American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace é ter certos traços característicos de suas séries, como os alardes e a busca do impacto. E isso não se desgasta. Também é possível perceber que Murphy dessa vez não está tão envolvido no roteiro nessa série como em outras em que ele assina.

 

 

American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace ainda está longe da qualidade de The People v. OJ Simpson, mas vai por um bom caminho. Certamente será uma grande temporada.

 

 


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@oEduardoMoreira