
Sim, eu sei… o campeonato de 2025 da Fórmula 1 mal começou, e é cedo para tirar qualquer conclusão com apenas duas etapas. Porém, alguns fatos apontam para alguns possíveis cenários que já podem ser comentados ou especulados.
A vitória de Oscar Piastri e a dobradinha da McLaren no Grande Prêmio da China estabelecem um novo panorama para o Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2025. A equipe de Woking demonstra claramente que encontrou o caminho para desafiar a Red Bull, que dominou as últimas temporadas com mão de ferro.
Por outro lado, a mesma Red Bull bate cabeça com o seu carro, que mesmo claramente voltado para a forma de condução de Max Verstappen, não é bom o suficiente para desafiar a McLaren. Ao mesmo tempo, esse mesmo carro não favorece à Liam Lawson, que está sofrendo com uma baixa performance no começo da tempora.
E tem as demais: Mercedes inconstante, mas consistente. Ferrari desastrosa. E os demais, que estão brigando por um lugar ao sol.
O que explica a McLaren na frente?

O excelente momento técnico vivido pela McLaren, com três vitórias consecutivas desde o final da temporada anterior, sugere que os engenheiros liderados por Andrea Stella conseguiram interpretar perfeitamente os regulamentos atuais, desenvolvendo um carro que se adapta bem a diferentes tipos de circuito.
A superioridade da McLaren no começo cria um certo ponto de contraste em comparação com o que se esperava para a temporada de 2025. Ao mesmo tempo, essa sólida vantagem não é algo acachapante, como foi no caso da Red Bull em 2022 e 2023.
O equilíbrio de forças promete proporcionar aos fãs da categoria uma disputa mais acirrada pelo título, especialmente considerando que Red Bull e Ferrari também demonstram potencial para vencer corridas.

O que pode ser considerado um ponto de surpresa na China (salvo as suas proporções) foi o desempenho da Mercedes, que ainda não tem um carro totalmente confiável, mas está colocando George Russell na zona de pontuação.
A consistência será o fator determinante na disputa pelo campeonato deste ano, como evidenciado pela recuperação de Piastri após o erro que comprometeu sua corrida na Austrália.
O piloto australiano mostrou maturidade ao superar a decepção de sua corrida em casa e produzir um fim de semana perfeito em Xangai, conquistando sua primeira pole position na Fórmula 1, convertendo a posição de largada em vitória de maneira convincente.

Como será que Lando Norris vai reagir à isso?
Ele ainda é, de fato e de direito, o primeiro piloto da equipe. Porém, Zak Brown liberou a disputa com Piastri desde a primeira etapa do campeonato em 2025, pois sabe que as chances de a McLaren ser campeã nos construtores são enormes.
Logo, para Brown, está valendo a tese do “que vença o melhor piloto”. E nas internas da Fórmula 1, a boca pequena completa a frase com um “de preferência, que seja o Piastri”.
Ferrari e Red Bull que corram atrás

Da mesma forma, a Ferrari precisará resolver rapidamente os problemas técnicos que resultaram na desclassificação de seus pilotos após o GP da China para se manter competitiva.
A equipe italiana foi simplesmente vergonhosa, e mesmo apresentando um bom ritmo durante a corrida em Xangai, já começa a levantar dúvidas se é realmente capaz de ser organizada o suficiente para enfrentar de frente McLaren e Red Bull.
E… para os mais céticos… apesar das desclassificações dos dois pilotos, Lewis Hamilton já está na frente de Charles Leclerc na tabela de pontuação. E já mostrou que, quanto melhor entende o carro, maiores são as chances de andar pelo menos no mesmo nível que o monegasco.
Não desacreditem do patrão. Fica a dica.

Já a Red Bull enfrenta o desafio de recuperar o desempenho que a levou ao domínio nas temporadas anteriores. Cada ponto perdido nesta fase inicial do campeonato pode fazer diferença na classificação final, como bem sabem os estrategistas das equipes de ponta.
O carro da Red Bull em 2025 é o primeiro que não recebe a influência de Adrian Newey no projeto, apesar de herdar muitas de suas visões na concepção. Isso faz com que esse caro, mesmo sendo inferior à McLaren hoje, ainda seja competitivo, muito em partes por causa de Max Verstappen e sua forma de condução.
O fraco desempenho de Liam Lawson pode se explicar não apenas pela deficiência natural do projeto, mas também por ser um carro “no estilo Verstappen” de dirigir, o que torna a vida do neozelandês ainda mais complicada.
Mas como alguns dentro da Red Bull não vão enxergar isso de forma objetiva, é mais fácil ouvir o óleo quente fritando o Lawson do que enxergar a necessidade de desenvolver um carro para DOIS PILOTOS, caso a equipe realmente queira ser campeã de construtores.

A próxima etapa do calendário leva a Fórmula 1 ao lendário circuito de Suzuka, no Japão, após uma semana de folga. O traçado japonês, com suas curvas de alta velocidade e exigências técnicas únicas, representará um novo teste para o equilíbrio de forças entre as equipes.
Tradicionalmente um circuito favorável aos carros da Red Bull devido às suas características aerodinâmicas, Suzuka poderá oferecer a oportunidade perfeita para Verstappen e sua equipe recuperarem o terreno perdido em Xangai.
Por outro lado, a McLaren chega embalada por sua dobradinha na China e certamente trabalhará arduamente durante a semana de folga para consolidar seu excelente momento, enquanto Ferrari e Mercedes buscarão soluções para os problemas enfrentados no último fim de semana.
Todos os questionamentos pendentes só serão respondidos daqui a duas semanas. Até lá, vamos refletir sobre tudo isso… e descansar um pouco mais, pois ninguém é de ferro para tantas madrugadas em claro.
Via Formula1.com

