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Angry Birds: O Filme (2016) | Cinema em Review

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A raiva não ajuda a resolver tudo. Mas acaba com porcos verdes e safados.

Entendo os motivos pelos quais temos hoje um filme de Angry Birds. Estamos falando de um dos jogos para smartphones mais bem sucedidos de todos os tempos, se não for o de maior sucesso. Por conta desse jogo, a Rovio, produtora do jogo, saiu do nada para se tornar uma das empresas de maior destaque do setor. Porém, me pergunto por que eles demoraram tanto para esse filme estrear.

Hoje, não vejo tanta gente jogando Angry Birds nas ruas. Nem mesmo as crianças preferem esse jogo. A Rovio em si perdeu o momento de capitalizar pesado em cima do jogo, e registra prejuízos nos últimos trimestres, com quedas nas vendas dos jogos da franquia. Talvez a falta de timing atrapalhe o desempenho do filme nas bilheterias. Por outro lado, se conseguir capturar a empatia das crianças, que é o real público-alvo do longa, pode se dar bem. Aliás, muito bem: dificilmente criança entra no cinema sozinha. Ou seja, são dois ingressos vendidos para cada criança dentro da sala. No mínimo.

Angry Birds: O Filme basicamente mostra a história sobre como começou a briga entre os passarinhos coloridos e os porquinhos verdes. Toda a ação se centra em um protagonista, o Red (Jason Sudeikis – no Brasil, Marcelo Adnet), um pássaro com dificuldades em controlar a sua raiva, absurdamente intempestivo e completamente solitário. E é solitário desde o primeiro dia de vida, já que é um filho de chocadeira. Nunca conheceu seus pais.

Por conta de sua anti-sociabilidade, Red é condenado a passar por um tratamento de controle da raiva. Lá, ele encontra aqueles que seriam os seus primeiros amigos na vida e companheiros de aventura: a terapeuta Matilda (Maya Rudolph – no Brasil, Dani Calabresa), Chuck (Josh Gad – no Brasil, Fábio Porchat), Bomba (Danny McBride – no Brasil, Mauro Ramos) e o nem tão amigo assim Terence (Sean Penn). Apesar de temperamentos diferentes, esse time se une quando os porcos chegam até a ilha dos pássaros, liderados pelo rei Leonardo (Bill Hader – no Brasil, Guilherme Briggs).

Os porcos se mostram todos amigões, mas na verdade estão de olho em uma única coisa: os ovos dos pássaros. Red, que não confia em ninguém, descobre todo o plano, e organiza com seus amigos uma investida para defender os filhotes que nem nasceram, em uma jornada sem precedentes.

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Angry Birds: O Filme é um filme feito para crianças, em todos os sentidos. Talvez os mais chatos vão dizer “ah, mas o filme ensina que para vencer é preciso ficar nervoso”. Nada disso: o filme ensina a ser obstinado, se tornar herói de si mesmo. Ainda mais quando o seu herói, o Mega Águia (Peter Dinklage – no Brasil, Márcio Simões) é um velho e gordo. Logo, ou você se enche de coragem, ou é derrotado. Se bem que o filme é tão linear e inocente que boa parte das crianças nem vão pensar nisso.

O roteiro do filme é bem organizado, onde não temos eventos aleatórios ou que não se explicam com o mínimo de coerência. E não estou falando que o mundo de fantasia não permitiria alguns absurdos. Até permitem, mas os roteiristas não se valeram disso. Por outro lado, acho que estou mal acostumado com as animações da Disney, que contam com uma pegada mais elaborada no desenvolvimento da história e de seus personagens, principalmente nos aspectos psicológicos. Por conta disso, vi a história dos passarinhos infantil demais para mim.

Mas isso não é culpa do filme. Como disse antes, é um filme infantil. É aquele filme para você pegar o seu filho e neto pela mão, levá-lo ao cinema e deixar ele se divertir. Com certeza eles vão gostar. Para os adultos, poucos atrativos sobram, além de uma ou outra piada mais ácida e algumas referências à cultura pop. Fora isso, é o que falei antes: a Disney nos acostumou mal, fazendo filmes para os dois grupos que vão ao cinema.

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De qualquer forma, é uma ótima alternativa para esses meses frios de maio, antes do começo das festas juninas. DICA: não tente dar o balão no seu filho, deixando ele na sala do Angry Birds e ir em outra para rever Capitão América: Guerra Civil. Caso contrário, seu filho terá que esperar pelo menos uma hora em algum lugar do shopping. Sozinho. E isso não é legal.

 


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@oEduardoMoreira