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Antero… my friend!

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Antero… meu amigo! My friend!

Passei a madrugada em claro, e estou com as ideias totalmente afetadas pelas preocupações do cotidiano. Mas estou aqui para te agradecer e dizer “até um dia”.

Não digo adeus para meus amigos. Para as pessoas que amo ou aprendi a amar, deixou um “até logo”, pois dentro de minhas convicções, sei que o reencontro acontece.

E você, Antero, é meu amigo. Meu mestre. Meu exemplo a ser seguido.

Alguém que eu gostaria de ser.

Aquele que gostaria de ter conhecido.

Apesar da convivência à distância, nunca tive o privilégio de tomar um café com um pão na chapa na padaria ao lado do prédio da ESPN em São Paulo. Mas você é o meu amigo. Você e o Amigão Paulo Soares.

Vocês dois tinham o privilégio de entrar na minha casa todo final de noite, naquele horário de preguiça de sair do sofá para ocupar um lugar na cama para dormir de forma decente.

Eram vocês dois que me tiravam o sono. Era com vocês que eu ia para a cama (e que Jô Soares não leia isso).

O SportsCenter, a “bíblia do jornalismo esportivo”, era brilhantemente comandado por vocês. Paulo e Antero.

 

Obrigado por me tirar o sono, Antero.

Muito obrigado por me oferecer a informação com opinião. Por ir além do que os meus olhos podem ver na análise de uma partida ou de um time. Obrigado por me fazer perceber que o futebol pode sim ser observado de forma mais inteligente do que o raso “mete ponta, Telê” ou que o cara que era “do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça” era apenas um perfeito idiota que sofreu um 7 a 1 em uma semifinal de Copa do Mundo em casa.

Você, Antero, é um dos responsáveis por ainda gostar de futebol e acreditar, de forma até tola, que entendo alguma coisa desse esporte.

Obrigado por enfrentar o ruído de muitos acéfalos ao expressar com coragem o que pensa. É uma pena que você não está aqui para ver o que estamos reconstruindo, mas vamos cuidar bem daquilo que você ajudou a alicerçar.

Incluindo as flores que plantou pelo caminho.

Antero… a falta que você vai fazer será enorme, mas a sua presença constante é a nossa certeza de que você foi brilhante e gigante no nobre ofício de ser jornalista em um país onde as pessoas se tornaram tão rasas a ponto de ler apenas o título das matérias.

Muito obrigado por me mostrar que escrever 500 palavras (pelo menos) é fundamental para expressar pensamentos e sentimentos.

Você é eterno, Antero. Por isso, não foi embora. Só foi até ali, ocupar o seu lugar no panteão ao lado do Armando Nogueira. Só para entrevistar de novo Sócrates, Pelé e Garrincha.

Por isso, “até breve”. Um dia a gente se encontra e finalmente conversa um pouco sobre futebol e outras tantas bobagens.

Obrigado por inspirar a mim e a tantos outros a continuar nessa fascinante, desafiadora e viciante missão de ser testemunha ocular da história e, com muita sorte, ter algo a dizer sobre tudo o que nossos olhos podem testemunhar.

Obrigado… my friend.


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@oEduardoMoreira