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Apple segue supervalorizada no Brasil. iPad mini é uma prova clara disso

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A criança nasceu! O iPad mini chegou ao mercado brasileiro, e a partir de hoje (25), qualquer cidadão brasileiro que tenha pelo menos R$ 1.299 no cartão de crédito (ou R$ 1.169 em dinheiro) poderá comprar a versão compacta do tablet da Apple. E não… não temos muitos motivos para comemorar em relação à isso. Afinal de contas, entramos na festa com oito meses de atraso. Mas esse nem é muito o ponto.

Faz muito tempo que sustento a tese que a Apple é supervalorizada no Brasil. E para quem tem o mínimo de consciência monetária, que sabe que dinheiro não nasce em árvore, e acompanha como a própria Apple trata o Brasil sabe disso. Ter um produto da Apple, para muita gente (ei, eu disse MUITA GENTE e não TODO MUNDO… agora, se a carapuça serviu, o problema é seu), é uma questão de status. Ou de menosprezar os outros. Eu sei que tem muita gente que usa os produtos da Apple de forma produtiva e consciente, e admiro essas pessoas. Porém, a parcela da população que acredita mesmo que vale a pena ter um iPad mini apenas por ser da Apple é considerável. E é para essas pessoas que dedico o post de hoje.

Para começar, o iPad mini foi anunciado nos Estados Unidos em outubro de 2012. Lá, tem um preço relativamente competitivo (US$ 349). E digo “relativamente”, pois os concorrentes diretos dele oferecem alternativas tão boas quanto e com preços mais baratos. Mas vamos deixar isso para lá. O fator mais relevante para a discussão é o tempo que levou para chegar aqui: OITO MESES!

Oito meses no mundo da tecnologia é, hoje, uma eternidade. Muita coisa muda em oito meses. Muita coisa fica obsoleta em oito meses. E o mais importante: em oito meses, os adversários da Apple no Brasil se movimentaram muito. A Samsung lançou o Galaxy Note 8.0 (que, de forma quase bizarra, é mais barato que o iPad mini – é o inverso nos Estados Unidos), a ASUS (a muito custo) lançou o Nexus 7, que é pelo menos R$ 300 mais barato que o iPad mini, sem falar nos competidores de outras marcas, que aproveitaram o momento para oferecerem produtos mais baratos.

Não acho que a Apple vai ter grandes prejuízos com essa competição no Brasil. Até porque o público cativo da Apple é grande por aqui. Porém, será que esse iPad mini vale mesmo os R$ 1.299 cobrados no modelo mais básico? Um produto com oito meses de atraso, com uma tecnologia que não possui todo o potencial que sabemos que tem, e com concorrentes ofertando produtos melhores e mais baratos?

Ah, tem a “experiência de uso da Apple”. Tá certo… só tem um detalhe. Na verdade, alguns…

Estamos no final de junho de 2013. O iPad mini pode ser considerado um “parto pré maturo” com um atraso gigante. Todo mundo que acompanha um pouco melhor o mercado de tecnologia sabe que a Apple vai lançar novos produtos (iPhone, iPad, iPad mini) no terceiro trimestre de 2013 (que, por sinal, começa na semana que vem, caso você não saiba). Muito provavelmente no mês de setembro, novos modelos chegarão ao mercado, com novos recursos, um hardware melhorado, e com o mesmo preço da versão anterior (pelo menos nos EUA, onde essa política da Apple se faz mais presente).

No final das contas, o iPad mini que chega hoje ao Brasil, não só chega defasado, como tem grandes chances de ficar desatualizado em apenas três meses.

Aí eu te pergunto: você, que tem condições de buscar produtos diretamente dos EU… será que vale mesmo a pena comprar o iPad mini hoje, agora? Ou vale mais a pena esperar mais três meses por uma nova versão?

Não me entendam mal. Eu sei que tem gente que vai dizer: “quando lançar um novo iPad mini, o meu antigo não vai parar de funcionar”. Você tem razão. Porém, pagar R$ 1.300 NA MINHA OPINIÃO é investir em tecnologia, e não apenas comprar um luxo, ou um “produto que funcione”. Eu entendo que qualquer pessoas que anseie pelo melhor em tecnologia se sentiria frustrado ao saber que o seu produto, que era de ponta em maio, se tornou um produto obsoleto e/ou descontinuado em agosto (tal como aconteceu com o iPad 3, quando o iPad 4 foi lançado).

Se você não se importa em queimar R$ 1.300 em um produto que pode ficar obsoleto em três meses, o problema é seu. NA MINHA OPINIÃO, de geek hardcore, eu não me sinto nada feliz com esse cenário.

De qualquer forma, deixo esses pontos para vocês refletirem. A Apple tem ótimos produtos, mas aqui no Brasil segue sendo muito mais o status do que aquilo que um produto realmente poderia valer. E em alguns momentos, vale mais a pena deixar o orgulho de lado, e segurar um pouco mais o cartão de crédito na carteira do que sair se mostrando para amigos e familiares com o seu novo iPad mini.


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@oEduardoMoreira