
A Hewlett-Packard (HP) nasceu em 1938, pelas mãos de Bill Hewlett e Dave Packard, em uma pequena garagem localizada em Palo Alto, Califórnia (EUA), com apenas US$ 538 de investimento inicial. E muitos consideram que foi neste local que nasceu o Vale do Silício.
O local foi restaurado para refletir como era o início da HP na época, em detalhes. De cortinas feitas com o mesmo tecido da época até o papel de parede original da cozinha da casa. Tudo foi recriado.
Voltar para lá é como voltar ao passado, e a recriação histórica do prédio é uma forma de contar um importante capítulo do mundo da tecnologia.
Uma empresa inovadora desde o começo

Logo na sala de estar, você encontra o primeiro produto desenvolvido pela HP: o oscilador de áudio 200A, que teve como um dos seus clientes ninguém menos que a Walt Disney Studios.
O produto era revolucionário na época, e foi utilizado na produção de filmes como “Fantasia”, por ser simples e eficiente no design. Foi nesse momento que a HP começou a ser vista como sinônimo de inovação.

O nome 200A não foi por acaso. A HP saltou o 100A para dar a entender que já contava com alguma experiência no mercado, como uma estratégia de marketing para conquistar a confiança dos seus primeiros clientes.
A parceria da HP com Walt Disney Studios resultou no oscilador 200B, também conhecido como “oscilador Disney”, o que ajudou a consolidar financeiramente a empresa.
O modelo do oscilador foi adaptado especificamente para os estúdios, garantindo que a HP se consolidasse no mercado como fornecedora de soluções para grandes indústrias.
Logo, é correto dizer que a HP conseguiu prosperar (muito em partes) por causa da Disney.

A HP pode ser considerada uma empresa “familiar” no seu nascimento. Tanto que Lucille Packard e Flora Lamson Hewlett, esposas dos fundadores, fizeram parte do primeiro gruop de funcionários, cuidando da correspondência, marketing e contabilidade.
Até hoje, as duas são consideradas fundamentais para a estruturação dos negócios da HP em seus primeiros anos.

A garagem de menos de 20 metros quadrados em que a HP começou contrasta com as multimilionárias startups de hoje. Seu início modesto foi pautado por inovação e persistência para superar a falta de recursos da época.

Para se ter uma ideia do que estou falando, Packard dormia em uma cama dobrável na sala de jantar, e a pintura dos primeiros produtos era feita no forno da cozinha.
A cultura corporativa da HP como legado

A HP deixa como legado no mundo da tecnologia a sua cultura empresarial, que estimulava o espírito colaborativo e a criatividade entre os seus funcionários.
Helwett e Packard faziam questão de criar um ambiente de trabalho que promovia a sinergia e integração entre seus funcionários, com clubes de funcionários e incentivos para hobbies pessoais.
Esse é um dos segredos do sucesso da empresa, e um modelo de gestão que é replicado até hoje em outras gigantes do setor.

Em 2000, a então CEO Carly Fiorina liderou a compra e restauração da garagem da HP, em um movimento que foi interpretado como uma tentativa de reconectar a empresa com suas raízes e sua história de inovação.
E tudo o que pode ser encontrado na garagem hoje nos lembra sobre a cultura das startups e inovação que formaram o que é hoje o Vale do Silício.

É inegável que a HP é diretamente responsável pela construção dessa cultura, com uma importância histórica indiscutível.
E que toda essa história inspire a outras empresas a promoverem a inovação para soluções tecnológicas que podem contribuir de forma efetiva para o nosso mundo.

Se você puder, vale a pena esticar sua viagem aos EUA para Palo Alto. Os geeks mais convictos precisam fazer essa visita.

