Fato: eu envelheci.
Meus 42 anos, a diabetes, a calvície, o pouco tempo para jogar videogames e o desconhecimento de algumas mecânicas dos games atuais são provas claras que eu sou um ser humano de uma geração antiga.
Por outro lado, os mais jovens não conhecem alguns termos e elementos básicos sobre o funcionamento do computador. Por exemplo, não fazem ideia o que quer dizer termos como pastas ou arquivos, algo que utilizamos todos os dias no computador ou smartphone.
Mais: os mais jovens associam hoje esses termos ao armazenamento físico de documentos em pastas.
E errados eles não estão por completo.
Quando o seu dispositivo se transforma em uma caixa preta
Quando falamos para um jovem procurar um arquivo em uma determinada pasta no computador, ele não vai entender da mesma forma que a minha geração conseguiu assimilar. E existe uma explicação científica e bem racional para isso acontecer.
Desde 2017, as gerações mais jovens simplesmente pararam de usar o gerenciador de arquivos nos dispositivos informáticos. Por que? Porque simplesmente esta é uma geração que não procura mais os seus arquivos no smartphone ou computador. Elas vão direto para a internet para encontrar o que desejam.
Ou seja, se os jovens precisam de um determinado arquivo, eles procuram no Google porque muito provavelmente esse item está na web. Ou se é um arquivo pessoal, como um trabalho escolar ou um relatório profissional, a busca acontece em plataformas como Google Drive e OneDrive, e nos dois casos não existe uma associação direta com o Gerenciador de Arquivos clássico do Windows.
A associação dos termos pastas e arquivos com o Gerenciador de Arquivos faz parte de um marco temporal que é algo considerado natural para os mais velhos com o mundo da informática, algo que não acontece com os mais jovens que, na melhor das hipóteses, acaba armazenando os arquivos na área de trabalho do computador, deixando de lado a organização de arquivos em pastas.
Além disso, a juventude acaba utilizando também o diretório padrão oferecido pelo software utilizado por eles, e mesmo que esses apps acabem utilizando de forma direta o Gerenciador de Arquivos, a associação dos termos não fica estabelecida, pois tudo é armazenado de forma direta em uma única pasta.
Uma mudança de geração em curso
No final das contas, a juventude usa o buscador de arquivos clássico dentro dos próprios aplicativos e plataformas online, pulando o gerenciador de arquivos clássico, assim como eles utilizam essa ferramenta nas redes sociais ou no YouTube para localizar os vídeos que deseja assistir.
E nem podemos culpar os mais jovens por isso. Eles estão utilizando a tecnologia de acordo com a realidade deles, e não podemos interferir nisso. Quanto a nós, os mais velhos, vamos seguir adotando os termos de sempre, utilizando a informática e a tecnologia como sempre fizemos, armazenamos nossos arquivos e pastas no disco rígido ou SSD.
E precisamos ter claro que estamos testemunhando uma clara mudança de comportamento de geração, onde termos como pastas e arquivos vão simplesmente desaparecer. Para as novas gerações, organizar esses itens no equipamento informático é algo pouco prático, pois eles já se acostumaram a simplesmente buscar os arquivos e encontrá-los.
Em qualquer lugar.