Sam Altman está queimando dinheiro com a OpenAI como se não houvesse o amanhã. E o problema é que o amanhã existe, e pode resultar no fim do ChatGPT por falta de recursos financeiros.
O dinheiro da Microsoft não é infinito, e alguns analistas afirmam que a OpenAi está gastando muito mais do que arrecada, em uma estratégia insustentável.
Os investidores estão preocupados, e Sam Altman também deveria se preocupar. Então, a pergunta mais óbvia do mundo neste exato momento é: até que ponto a OpenAI aguenta desse jeito?
Não sei se vou entregar respostas objetivas neste artigo, mas vou me esforçar para oferecer entretenimento através das palavras.
Não tem assinantes o suficiente
Neste momento, a OpenAI tem cerca de 10 milhões de assinantes pagantes, além de um milhão de planos corporativos mais caros, gerando uma receita mensal estimada em 225 milhões de dólares.
Isso resulta em uma receita anual próxima a 2,7 bilhões de dólares, o que seria muito dinheiro para qualquer empresa… mas não é o suficiente para cobrir as obscenas despesas que a empresa possui.
Despesas essas que não param de aumentar por causa do desenvolvimento e da manutenção de seus modelos de IA.
A OpenAI não para de desenvolver os seus chatbots. Recentemente lançou a o1, que deve transformar o GPT-4o em um imbecil que não sabe fazer contas.
E não existe nenhum avanço tecnológico que não envolve dinheiro. Muito dinheiro. Pilhas de dinheiro quando falamos de Inteligência Artificial.
Sam Altman vai atrás de mais dinheiro
Para manter o castelo de cartas em pé, a OpenAI tenta levantar uma nova rodada de investimentos. Há quem diga que a empresa pode conseguir dessa vez mais US$ 6.5 bilhões.
Se conseguir essa grana toda, a OpenAI pode valer US$ 150 bilhões, o que a transformaria em uma das maiores startups do mundo. O problema é que o serviço que ela oferece para o grande público passa bem longe de ser “pequeno”.
E “ir atrás do dinheiro” é algo bem diferente da premissa inicial da OpenAI, que tinha uma natureza “sem fins lucrativos”. Até porque não existe almoço grátis, e servidores não se pagam com “nossa, que legal, veja o que o ChatGPT é capaz de fazer”.
Ou seja, Sam Altman tem vários motivos para colocar a OpenAI no modelo de empresa tradicional, apesar de todos os protestos.
No meio disso tudo, temos o o1, novo modelo de IA da empresa que chegou ao mundo sem ser tão revolucionário quanto foi prometido que seria.
As primeiras avaliações indicam que as respostas mais precisas dependem de um processamento mais lento, o que pode desagradar os usuários mais imediatistas.
E por tabela, a concorrência está chegando, e turbinada por gigantes da tecnologia como Google, Microsoft, Meta e Apple, que estão desenvolvendo suas soluções para não dependerem da alternativa da OpenAI.
Em comum, todas as big techs podem trabalhar a longo prazo para desenvolver suas soluções. Já a OpenAI, que não tem tanta grana assim, precisa impressionar agora.
Depender de alianças estratégias fortes (incluindo a própria Microsoft) possui ônus e bônus. Por um lado, você recebe muito dinheiro. Por outro lado, se os investidores se cansarem de você (e da lentidão em entregar soluções), o dinheiro vai desaparecer.
Se a sangria financeira da OpenAI continuar, e tanto a evolução das plataformas quanto a recuperação do dinheiro investido nessas soluções forem tão lentas quanto se projetam hoje, é correto dizer que Sam Altman será abandonado.
E o futuro do ChatGPT, que alguns afirmam que pode desaparecer em 12 meses, é mais do que incerto. É duvidoso.
Passei a desconfiar de Sam Altman depois de tudo o que aconteceu na sua “saída” da OpenAI. E depois que ele clonou a voz da Scarlet Johansson na cara dura, minha desconfiança só aumentou.
Agora, pense sobre o que passa pela cabeça dos investidores da OpenAI neste exato momento, e fica fácil entender por que o cenário do ChatGPT é com um futuro bem complexo.