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Beber café pela manhã pode te dar uma vida longa e próspera, segundo a ciência

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O corpo humano funciona como um sistema balanceado, onde o momento de consumir certos alimentos pode impactar diretamente o metabolismo.

Carboidratos, por exemplo, são ideais antes de atividades físicas para fornecer energia, enquanto o café, segundo estudos, traz benefícios específicos quando ingerido pela manhã.

Não vou julgar quem consome carboidratos e café à noite, pois sou uma dessas pessoas. Mas existe esse entendimento de que cada tipo de alimento deve ser consumido em um determinado horário, pois nosso organismo processa melhor alguns elementos em determinados horários.

Mas… vamos mais uma vez falar bem do café, minha bebida preferida, e seguir derrubando mitos que foram construídos ao longo de décadas, sem qualquer base científica.

E a mesma ciência agora derruba esses mitos.

 

Café e seus benefícios neurológicos e cardiovasculares

Pesquisas recentes demonstram que o café não apenas ajuda na disposição física e mental, mas também oferece benefícios neurológicos e cardiovasculares.

Um estudo publicado no European Heart Journal analisou a relação entre o horário de consumo de café e a mortalidade em adultos. A pesquisa acompanhou os hábitos de 44.725 pessoas nos EUA ao longo de quase duas décadas.

Dados adicionais de 1.463 indivíduos confirmaram os resultados, indicando que o momento do consumo de café tem impacto direto na saúde.

O estudo revelou que beber café na primeira hora do dia está associado a uma redução de 16% no risco de mortalidade por qualquer causa e 31% no risco de morte por doenças cardiovasculares.

Os benefícios são mais evidentes em comparação com o consumo de café em horários tardios, cujos efeitos positivos desaparecem ao longo do dia.

Até porque os efeitos da bebida são diluídos ao longo do tempo. A cafeína, que entra em ação pelo menos uma hora depois do consumo do café, perde seus efeitos com o passar do tempo.

O benefício do café matinal vai além da cafeína, pois ele contém compostos bioativos com propriedades anti-inflamatórias.

Esses são compostos muito eficazes tanto no café comum quanto no descafeinado, neutralizando a inflamação arterial que atinge seu pico pela manhã.

 

Beber café à noite mais atrapalha do que ajuda

É claro que nem tudo é perfeito com o café, e a regra de consumir a bebida no horário errado ainda é válida, e gera efeitos negativos no organismo humano.

Os pesquisadores sugerem que o consumo de café em horários tardios pode prejudicar os ritmos circadianos, influenciando hormônios como a melatonina, que regula o sono.

E o sono ruim aumenta os níveis de inflamação e pressão arterial, o que impacta negativamente a saúde cardiovascular.

Sem falar no aumento das chances de problemas neurológicos, como o mal de Alzheimer. Alguns estudos confirmam a associação da insônia com o acelerar da degradação neurológica no ser humano.

O professor Lu Qi, da Universidade de Tulane, e o cardiologista Thomas Lüscher destacam que o horário de consumo de café pode ser tão relevante quanto sua quantidade.

Ambos sugerem que diretrizes futuras considerem essa variável, enquanto mais estudos complementares são aguardados para consolidar as descobertas recentes.

 

Mitos e debates sobre o consumo de café

Apesar das evidências, os debates sobre a melhor forma de consumir café continuam, e vão perdurar durante algum tempo.

O mais importante é desmistificar as besteiras que falaram sobre o assunto ao longo de décadas, e sem qualquer tipo de base válida para tal discussão.

Muitos vão defender a ideia de que adiar o consumo aumenta os benefícios a longo prazo, enquanto outros vão seguir supondo de que a bebida pode efetivamente atrapalhar o sono quando consumida à noite.

Os estudos recentes desmentem algumas dessas afirmações, reforçando os benefícios do consumo matinal e afastando (inclusive) a ideia de que ele pode prejudicar a saúde de quem tem problemas no coração.

Os resultados são promissores, mas os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais estudos para validar essas descobertas em diferentes contextos e populações.

De qualquer forma, o que temos hoje já ajuda a consolidar o papel do café como parte de uma rotina saudável para qualquer pessoa.


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