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Só os influencers “amigões” de assessorias que se dão bem no Brasil?

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Eu comecei a escrever sobre tecnologia na internet em 2008, e no começo eu achava tudo lindo e maravilhoso. Antes, era apenas um hobby, onde eu queria melhorar o meu conhecimento e experimentar novas tecnologias, além de comentar as grandes novidades do mundo tech.

É uma grande paixão. E, como em toda grande paixão, no começo você quer mostrar ao mundo que é feliz uma vez que está apaixonado. E, com isso, ser o cara mais legal do mundo escrevendo em blogs. Mas antes de você tem o Nick Ellis, o que torna impossível você ser o cara mais legal da blogosfera. Mas tudo bem, sem crise.

Porém, o TargetHD.net estava crescendo, e eu comecei a frequentar alguns eventos. E comecei a perceber o que acontecia de verdade entre os produtores de conteúdo.

Hoje, eu compareço em eventos ao lado daqueles que, em 2008, eram os meus ídolos (e são até hoje), como Nick Ellis e Bia Kunze. E isso foi fundamental para poder crescer no segmento. Ao longo de 11 anos escrevendo sobre tecnologia na internet, eu conheci gente muito bacana, alguns outros mais reservados, e também vi aqueles que se valem da conveniência de “ser legal com todo mundo, ou falar bem de todas as marcas” se darem bem.

Algumas assessorias dão prioridade para veículos maiores com audiências maiores. Algo bem lógico, pois as marcas querem audiência. O que eu não entendo é dar prestígio e audiência para quem tem um trabalho de baixa qualidade, feito “nas coxas”.

Descrições superficiais, testes simples e uma conclusão positiva. Sempre um parecer positivo, com poucos defeitos. Lembrando que não existe produto perfeito, e que sempre é possível evoluir.

Aliás, é parte do nosso trabalho apontar os problemas dos produtos, para que os nossos leitores e as marcas fiquem sabendo disso e façam alguma coisa. Tanto o consumidor, que não compra o produto, como as marcas, que podem melhorar o mesmo via atualização de software (ou na próxima versão do produto.

Todo site precisa ser o mais isento possível, de modo que os leitores tenham uma ideia clara do que quer comprar. Algumas marcas podem até ficar chateadas comigo, mas eu não consigo fazer esse trabalho de outra forma.

As marcas deveriam optar por quem realmente trabalha em um meio super competitivo, e tenta passar um feedback de valor para o consumidor. Mas nem sempre isso é bem visto: muitas vezes, o escolhido para receber produtos em primeira mão é o amigão das assessorias.

Por isso eu estou admirando cada vez mais os produtores de conteúdo que tem a coragem de falar mal de um produto ou serviço. Ao menos mostram os problemas na tentativa que se encontrem soluções.

De qualquer forma, deixo claro que o meio jornalístico é livre, e cada um escreve sobre o que quiser. Também não vou apontar o dedo na cara de ninguém. No final, tudo depende dos leitores e das marcas. Esses dois lados do processo precisam fazer as melhores escolhas com a informação que tem nas mãos.

E vida que segue.


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@oEduardoMoreira