Seis desfalques, esquema tático inexistente, sem entrosamento… contra a atual campeã mundial.
Sorte a nossa que Messi e Lautaro Martínez não jogaram. Com eles, seria um novo 7 a 1, em plena Buenos Aires.
Argentina 4, Brasil 1. O que dizer?
Chame isso de lição. Dura. Necessária. Se bem que, sinceramente… eu duvido que Ednaldo Rodrigues (presidente da CBF – que foi reeleito “do nada” por aclamação unânime pelas federações e pelos clubes das séries A e B) ou o Dorival Júnior (que, no momento em que este artigo foi redigido, ainda era técnico desse time – mas duvido que fique no cargo depois de ontem) aprendam alguma coisa com tudo o que acontecue.
Exiba esse jogo com uma tarja: “Diga não às drogas” para o seu filho, e ele vai entender o recado.
Poucas vezes vi uma Seleção Brasileira tão patética. Faltou tudo.
Foi pavoroso. Medíocre. Humilhante.
Cala a boca, Raphinha!
Parte desta derrota tem nome: Raphinha.
Lembra da entrevista ao Romário? Aquela bravata que rodou o mundo e, claro, chegou aos ouvidos argentinos?
“Porrada neles”, você disse. Dentro e fora de campo.
Enquanto deveria estudar o adversário, treinar, preparar a mente para a batalha em Buenos Aires, você preferiu inflamar os ânimos com palavras vazias.
Romário tem história para falar. Você, Raphinha, com essa atuação, mal se distingue de um vendedor ambulante na Praça da Sé.
Sua fala impensada só adiciona combustível à fogueira do nosso descontentamento geral. E, pelo visto, foi altamente inspirador para os argentinos, que entraram em campo classificados para a Copa do Mundo de 2026 e com alguma motivação para aplicar uma goleada histórica.
As suas palavras, Raphinha, alimentaram um monstro, que se voltou contra nós.
Parabéns, seu imbecil!
Uma decadência ignorada
Para quem acompanha o futebol com olhar a sério e QI acima de 90, não há surpresa em absolutamente nada do que estamos testemunhando nos últimos 11 anos.
O futebol brasileiro morreu em 2014, naquele 7 a 1 contra a Alemanha. Ali, acabou. O que vemos hoje é apenas o reflexo da inércia, da recusa em encarar a realidade.
Se fôssemos sérios, teríamos fechado para balanço, replanejado tudo. Mas… não. Tratamos a maior humilhação da história do futebol brasileiro como “ponto fora da curva”.
Quantos “pontos fora da curva” ainda vamos colecionar?
Desde 2014, as humilhações se acumulam. O buraco só aumenta. E o fundo parece não existir.
Seria pessimismo demais da minha parte achar que o Brasil corre o sério risco de não se classificar para a Copa do Mundo? Ou sou só eu olhando tudo com frieza e alinhando opiniões com a realidade dos fatos?
Será que o time da CBF está esperando a eliminação inédita para completar todos os recordes históricos negativos que esse atual ciclo quebrou para só então tomar providências sobre o assunto?
Vários questionamentos.
Dorival Júnior, a incompetência em forma de gente
Outro culpado evidente pela desgraça de ontem.
Sua inadequação para o cargo deveria ter ficado clara na Copa América. Teve tempo para treinar e, o mais importante, para criar um plano de jogo. E foi um fracasso completo, não adicionando nada ao time nos aspectos táticos.
Se Dorival Júnior for demitido agora, será uma demissão tardia.
A Seleção Brasileira não tem um plano de jogo, muito menos um plano B para quando está em uma situação desfavorável. Não tem resposta para a adversidade. Aposta tudo no talento individual, sobrecarregando Vini Jr., Rodrygo, Raphinha.
Como exigir brilho de alguns dos melhores jogadores do mundo sem organização? Não há aproximação, triangulação, jogadas ensaiadas. Nada.
Enquanto isso, a Argentina nos deu uma aula. Com triangulações, movimentação, infiltrações. Lembrou até esquemas vitoriosos de outros esportes.
E o Dorival diante de tudo isso?
Uma estátua inerte na beira do campo, com cara de quem comeu algo estragado.
Ele, que cravou o Brasil na final da Copa de 2026, agora assiste ao time se afogar. Conselho? Nem tirem o visto para os EUA. A chance maior é assistir tudo de casa, assim como eu vou fazer.
O verdadeiro culpado
O sistema de Dorival Júnior – que, repito, é um sistema inexistente – é perfeito para queimar jogadores.
Gerson, que foi bem contra a Colômbia, sai queimado contra a Argentina. Marquinhos? Obrigado pelos serviços, mas já deu. Guilherme Arana, Bruno Guimarães… a lista de quem não entrega o suficiente é longa.
Mas culpar apenas os jogadores é fácil demais. Eles são convocados e escalados por Dorival. Um técnico sem plano tático, sem respostas.
E quem colocou Dorival lá, depois de prometer Ancelotti? Quem permitiu que chegássemos a este ponto?
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Ele é o principal responsável por tudo o que está acontecendo neste momento com a Seleção Brasileira.
Nesta mesma semana de vexame histórico – a maior derrota para a Argentina em mais de 60 anos, a pior em eliminatórias – ele foi reeleito presidente da CBF, por aclamação. Com os votos dos presidentes das federações e dos clubes da Série A e B.
Ele não recebeu o meu voto. Nem o seu. Foram os votos de quem deveria zelar pelo nosso futebol.
Então, parem de mirar apenas em Raphinha, Vini Jr. ou Dorival. A culpa estrutural tem nome e sobrenome.
Ednaldo Rodrigues comanda a CBF à sua imagem e semelhança, e a Seleção Brasileira se transformou no rascunho da cara dele: um catadão que luta para não afundar de vez.
O enterro simbólico
A Argentina não fez mais gols por pena. Por pura dó. Porque se cansou de ficar esmurrando o moleque catarrento da quinta série que foi essa Seleção Brasileira ontem.
O sentimento de piedade por parte dos argentinos ficou evidente. Após o 2 a 0, simplesmente relaxaram. Tomaram um gol por falha individual deles, não por mérito tático nosso. Recobraram o controle, fizeram o terceiro, e o quarto veio quase por inércia.
Tiveram pena.
Um minuto de silêncio simbólico pelo Brasil morto em campo.
Repito: o futebol brasileiro morreu em 2014. O que vemos hoje é o corpo em decomposição, o chorume saindo das vísceras, e os urubus sobrevoando a carniça.
Quando um time de verdade, organizado, campeão do mundo, nos enfrenta, o resultado é este: massacre. Humilhação. Sete palmos de terra na nossa cova futebolística.
Torcedor brasileiro mais indignado, eu entendo como você se sente. Mas… reconheça os fatos. E comece a repensar a sua relação com a Seleção Brasileira o quanto antes. Não dá mais para ficar se iludindo.
E passou da hora do torcedor brasileiro cobrar quem realmente merece ser cobrado.