Mais uma da série “o departamento de marketing da empresa recebeu dinheiro para fazer uma galera passar vergonha”. Algo bem comum no mercado de publicidade.
Para quem não sabe, a Canva (aquela mesma que você usa para fazer memes disfarçados de frase de reflexão) apresentou ao mundo o Canva Enterprise, uma ferramenta destinada à empresas com mais de 100 funcionários, oferecendo dessa forma uma solução universal para gerenciar a comunicação visual, a criação de conteúdo e a colaboração nos grupos de trabalho.
O produto é até bem pensado. O grande problema foi a forma que a Canva utilizou para apresentar a novidade: foi quase uma apropriação cultural involuntária.
A ideia soou melhor na cabeça deles…
O Canva Enterprise é bem interessante.
Ele possui recursos baseados em inteligência artificial generativa para transformar designs e oferecer uma maior comodidade no uso colaborativo, trabalhando com formas populares como Slack, Drive, Google Ads, SharePoint, Asana e outras para priorizar o trabalho colaborativo presencial e remoto, com uma promessa de uma maior segurança como um todo.
Certo. Fim da parte chata do texto.
O time de marketing do Canva teve a “espetacular” ideia de apresentar o Canva Enterprise com um rap, com o objetivo de viralizar o produto nas redes sociais. E isso aconteceu, mas não necessariamente do jeito certo.
O rap é divertido e tem ar nostálgico, mas foi considerado cringe por muita gente. Não foi exatamente a ideia mais original do mundo, mas aparentemente funcionou para a Canva, pois deu a visibilidade que o produto precisava.
Sinceramente? Não me agradou. Foi meio vergonhoso ver pessoas que, de forma genuína, não se identificam com o rap tentando fazer rimas maneiras em um cenário mais descolado.
E eu não tenho absolutamente nada contra a originalidade e a irreverência. Tanto, que estou tentando desesperadamente fazer isso nos meus artigos nos blogs.
Ser divertido e original é difícil
Não tenho nada contra campanhas de publicidade divertidas. Aliás, fui um daqueles que sempre apoiou o bullying que a Samsung fazia com a Apple por causa dos smartphones, e não vi nada de errado no polêmico comercial “Crush!” que a Apple fez para promover o novo iPad Pro (2024).
Mas devo reconhecer que é muito difícil ser original e divertido em um mundo onde tudo já foi inventado, e qualquer coisa que você tentar como algo novo é uma referência de alguma outra coisa.
Como é o caso do Canva Enterprise. O vídeo promocional do serviço me lembra os esquetes do The Lonely Island para o Saturday Night Live que, por sua vez, me lembra alguns covers do Weird Al Yankovic.
Nesse mundo do “nada se cria, tudo se copia”, as referências se tornam quase explícitas, o que dificulta a identificação da originalidade.
E sobre o “efeito cringe” que essa campanha publicitária causou nas pessoas, até consigo entender que o vídeo se tornou datado rapidamente. E pior: fica constrangedor quando as referências são feitas de forma forçada.
Até entendo a homenagem aos anos 80 e 90 e a clara aposta na nostalgia (já que são os geeks dessas duas décadas que mais vão utilizar o Canva Enterprise, pois hoje são adultos com dinheiro para gastar).
Mas se não são executadas da forma correta, se tornam referências caricatas, tirando a diversão de quem está assistindo.
De verdade… eu espero que alguém tenha gostado, pois para o meu gosto desceu bem quadrado.