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Sobre os meus 44 anos…

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São 22h de quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023.

Outro conteúdo estava programado para ir ao ar hoje, 9 de fevereiro de 2023. Porém, decidi mudar de planos para compartilhar algo um pouco mais pessoal, que vá além das pautas tradicionais de tecnologia. Quero fazer uma pausa dos comentários sobre os produtos que chegam ao mercado todos os dias, abrindo mão de falar do continuísmo da Apple, do conservadorismo da Samsung, e até mesmo deixar o pessoal da Motorola um pouco em paz por algum tempo.

Nos próximos dez minutos, eu quero refletir sobre os meus 44 anos de existência.

 

Penso, logo, existo…

Nos últimos anos da minha vida, eu tive tempo de sobra para refletir sobre uma porção de coisas. Principalmente nos últimos dois anos e 11 meses, onde a maior crise sanitária global me deixou em casa e muito preocupado com o medo de perder a vida por causa de uma doença sem cura que alguns idiotas chamaram por aí de “gripezinha”.

Calma, Eduardo… é melhor evitar expulsar os mais conservadores nos primeiros minutos dessa conversa.

Enfim, eu pensei muito em mim e nos rumos que a minha vida estava tomando. E com tanto tempo livre, encontrei tempo para também pensar nos outros. Pensei nas pessoas que eu mais amava, preocupado com a integridade física de todos. E eu realmente não achava que tinha tanta empatia assim na minha personalidade.

Quero deixar claro que não estou aqui para vender livros de autoajuda ou entregar fórmulas mágicas de felicidade. E nem de longe quero deixar para você a imagem de alguém que está tentando ser santo ou fazer o papel de bonzinho, pois abandonei esse personagem lá atrás, quando perdi a pessoa que mais amava pelos meus próprios erros.

E sei muito bem que pessoas que são santas demais escondem o diabo no corpo, ou guardam alguns esqueletos metafóricos em armários reais. Não estou falando das minhas reflexões para ser exemplo para quem quer que seja. Estou apenas compartilhando meus pensamentos porque, afinal de contas, eu tive tempo de sobra para pensar.

Refleti por muito tempo nas minhas decisões e atitudes, e posso afirmar que chego aos 44 anos com um saldo positivo. Afinal de contas, moro em um apartamento bacana no centro de Florianópolis, meus sites completaram 15 anos de atividades ininterruptas na internet, estou fazendo música com ótimos regentes nos corais, consigo me manter saudável apesar da diabetes, dos problemas renais, das crises de ansiedade e depressão, do TDAH e da era do neofascismo que comandou o Brasil entre 2019 e 2022.

Aliás, viver com o mínimo de dignidade na Ilha da Magia é um desafio constante.

Mas o mais importante ao chegar neste estágio da minha vida é perceber que entreguei o melhor de mim em tudo o que fiz e ainda faço, e foi exatamente por manter essa postura que estou aqui, conversando com você através desse espaço virtual, enquanto ouço um samba-enredo que está entrando pela janela do escritório em um volume cada vez mais alto.

 

…mas sei que nada sei

Sou feliz por poder compreender de forma mais clara o mundo ao meu redor, observando as posturas individuais e o comportamento do coletivo. Isso foi fundamental para entender o meu lugar no mundo, e tentando contribuir com o meu melhor para o progresso do todo, e ao mesmo tempo não me vitimizando diante das injustiças.

Mesmo porque, em algumas situações, a culpa era minha, e não da grama que sempre foi verde.

Tal perspectiva pode ser difícil de compreender para algumas pessoas que ainda estão com a visão limitada para o seu próprio mundo, o que é algo bem comum em locais onde o coletivo possui aquilo que eu chamo de “visão de ilha”. Mas eu posso explicar melhor o que quero dizer sem ser tão prolixo como fui nos últimos 45 segundos.

Eu só sei tudo o que sei porque eu quis aprender tudo o que podia. Porque, na prática, eu nada sei. Estou aprendendo o tempo todo com você, com Lewis Hamilton, com Bill Gates, com o cachorro que passa todos os dias na porta do meu prédio, com as notas musicais em uma partitura, e principalmente, com a vida ao meu redor.

Me colocar na posição de eterno aprendiz me ofereceu uma perspectiva muito mais ampla de todas as minhas possibilidades de crescimento, o que me entrega como consequência, resultado ou até mesmo prêmio poderes ilimitados. Acredite, eu fui muito mais longe do que sempre acreditei que poderia chegar.

É claro que o conhecimento adquirido ao longo de 44 anos tem a mesma utilidade que mascar chicletes para resolver uma operação de álgebra se eu não colocasse nada do que aprendi em prática. E eu levei um bom tempo até compreender que a parte mais complexa e dolorosa de toda e qualquer jornada é justamente executar o que se aprende na escola da vida.

Ter que abrir mão de conceitos previamente estabelecidos por pessoas que nunca estiveram no seu lugar no mundo, abandonar a ideia de jamais decepcionar as pessoas que você mais ama, aguentar a dor em não olhar para trás para seguir em frente e se libertar da prisão de sempre agradar a todos são desafios constantes da minha existência. Até hoje eu tenho dificuldades em não decepcionar aquelas pessoas que eu dedico os meus mais nobres e profundos sentimentos. Porém, conforme vou envelhecendo, percebo que isso é algo inevitável.

De qualquer forma, aprendi ao longo desses 44 anos que é muito importante ser feliz sem que isso custe a felicidade alheia. Por outro lado, não abaixar a cabeça para quem quer que seja e saber dizer “não” quando necessário também são sinônimos de felicidade.

E eu não precisei comprar nenhum livro do Lair Ribeiro ou do Paulo Coelho para chegar a essa conclusão.

De novo… isso aqui virou conversa de autoajuda ou papo de coach.

E eu já estou chegando nos dez minutos que mencionei lá no começo.

 

Aí… obrigado por me ajudar a chegar aos 44 anos

Se você chegou até aqui, é sinal de que você gosta de mim o suficiente para receber um agradecimento especial por testemunhar a minha história. Sem falar que você é parte da Resistência, e quem conhece a mitologia de Star Wars sabe muito bem do que eu estou falando.

Quero agradecer por estar aqui nos meus 44 anos de existência terrena. Quando penso em tudo o que aconteceu, tenho a plena convicção que tudo valeu a pena, mesmo com todos os dissabores que fazem parte do caminho. Bom, quero dizer, podia ter menos racismo no mundo e um pouco menos de gente chata no meu caminho. Mas os melhores filmes que assisti na vida não contavam com felicidade constante nos seus roteiros.

A grande maioria das pessoas que vão acessar esse conteúdo a partir de 9 de fevereiro de 2023 não me conhecem. Nunca se encontraram comigo no mundo real, e provavelmente vão me encontrar a partir de alguma ferramenta de buscas controlada por uma Inteligência Artificial que vai escravizar a humanidade daqui a 50 anos. E é isso o que acho incrível em nossas vidas no presente.

A mesma internet que é tão amaldiçoada por aqueles que entendem que ela só serve para disseminar o ódio, a discórdia, as diferenças políticas e os nudes que maridos e esposas com casamentos falidos trocam com ninfetinhas ou jovens estudantes do primeiro ano de medicina é a responsável por permitir que eu compartilhe alguns dos meus pensamentos mais sinceros sobre a minha existência neste planeta.

E se você chegou até aqui, é porque se importou minimamente comigo, ou com o que eu tenho a dizer.

Por isso, só por isso, e principalmente por isso: muito obrigado!

Para aqueles que me conhecem, saibam que vocês fazem parte dessa história. Mesmo que você me conheça há pouco tempo, sem saber qual é o meu nome nos corais ou que só me encontra uma vez por semana pela simples convenção social, entenda que é parte integrante de minha jornada. Quem entra na vida de alguém não sai nunca mais. Logo, eu agradeço por você fazer parte da minha narrativa de alguma forma.

E para as pessoas que eu mais amo… para os seres mais amados, tanto aqueles que estão ao meu lado ou fisicamente distantes quanto aqueles que viraram estrelinhas no céu…

Muito obrigado por existirem na minha vida.

Obrigado por me ajudarem a ser alguém bem melhor do que imaginei. Por me entregarem as ferramentas necessárias para que eu pudesse insistir, resistir, persistir e prevalecer. Obrigado pelo apoio incondicional, pela ajuda financeira, pelo incentivo moral, pelo amor exagerado, e em alguns casos, até mesmo pelo prazer mental, emocional e físico. Mesmo porque o afeto sincero e pleno sempre se manifesta de corpo e alma.

Enfim, eu sei que devo celebrar os meus 44 anos de vida. Mas tenho muito a agradecer a todos que permitiram que a minha vida até aqui fosse muito além do lugar comum.

Pronto. É isso. Vou lá comer bolo com churrasco e frutos do mar, não necessariamente nessa mesma ordem. Porque eu mereço.

Porque 44 é um número muito emblemático. Soa muito bem quando é pronunciado com alegria.

Experimente. Repita comigo: quarenta e quatro.


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@oEduardoMoreira