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Como usar uma placa gráfica moderna em um slot PCI de 33 MHz

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A retrocompatibilidade está na moda, e pode resultar em experimentos surpreendentes, fora do comum e, em casos muito específicos, equipamentos simplesmente bizarros.

Vince, um destemido entusiasta dos computadores e videogames retrô, decidiu mergulhar de cabeça nessa aventura em busca do jogo do passado perfeito, e compartilhou o resultado de sua insanidade em seu canal no YouTube, o Circuit Rewind.

Seu objetivo: colocar à prova duas placas gráficas aparentemente incompatíveis, uma GeForce GT 1030 e uma poderosa GeForce RTX 3080, tudo isso em um antigo computador com interface PCI tradicional de 33 MHz.

E… como diz um dos meus canais preferidos no YouTube… “será que funciona”?

 

Pra que simplificar se você pode complicar?

A vontade de Vince em jogar os games do passado com a compatibilidade de dispositivos o leva a explorar terrenos até então inexplorados. E não é a primeira vez que ele se aventura nesse mundo de adaptações.

Pastas térmicas alternativas, mods de refrigeração, sistemas Raspberry Pi conectados a televisores antigos e até som sendo transmitido pelo antigo e esquecido porta paralela são apenas alguns dos experimentos que ele já ousou realizar.

Desta vez, o foco foi testar a combinação perfeita de componentes, o tempo gasto para alcançar esse objetivo e a paciência que um ser humano precisa ter para concluir esse experimento.

O primeiro desafio enfrentado por Vince foi fornecer energia suficiente para as placas gráficas, evitando possíveis erros de sistema. A solução engenhosa foi a adição de um adaptador de PCI Express x16 para x1, aqueles mesmos utilizados em atividades de mineração de criptomoedas.

A redução para x1 não foi obstáculo, pois uma conexão PCI Express x1 ainda supera a velocidade de uma tradicional ranhura PCI. Mas o truque não parou por aí. Além disso, a memória RAM do computador precisou ser reduzida de 8 para 4 gigabytes, garantindo o mapeamento e funcionamento adequado.

 

E os testes práticos? Como aconteceram?

Os testes não tardaram a começar. Dois jogos básicos, INK e Horizon Chase Turbo, rodaram perfeitamente na GeForce GT 1030. Contudo, o Ultra Street Fighter IV apresentou problemas de sincronização e quedas de framerate, que foram amenizados com uma redução nos gráficos.

Para surpresa geral, o Doom 2016, conhecido por exigir configurações potentes, não explodiu com o computador, mas entregou uma experiência abaixo dos 30 FPS. E foi comprovado por meio de diversos benchmarks que o adaptador de PCI Express a PCI afetou significativamente o desempenho da GT 1030.

Apesar de toda a excentricidade do experimento, a configuração funcional foi além das expectativas. Ambas as placas gráficas foram reconhecidas pelos drivers sem maiores complicações, evidenciando a eficácia do trabalho de Vince. Ainda assim, é inegável que esse tipo de proeza não é recomendado para usuários em busca de desempenho ideal em seus sistemas. É muito mais um capricho do que qualquer outra coisa.

Em última análise, o experimento de Vince se mostrou um exemplo ousado de como a retrocompatibilidade pode ser desafiadora e fascinante para quem tem paciência em ficar realizando vários ajustes de configurações para alcançar esse objetivo.

Através de uma combinação inusitada de tecnologias e a vontade incansável de empurrar os limites do possível, mentes curiosas podem realizar feitos muito interessantes. Embora sua configuração possa parecer absurda para muitos, sua ousadia abre caminho para que outros também explorem as possibilidades que residem entre o velho e o novo, redefinindo o que é considerado viável e lançando luz sobre o que antes era impensável.


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@oEduardoMoreira