Mais um episódio da série: “a prova que a sabedoria popular é burra”.
Boa parte das pessoas que passaram a vida questionando a relação entre dinheiro e felicidade, utilizando o jargão “o dinheiro não compra felicidade” é, definitivamente, pobre. E não sabe o que é ter dinheiro na vida.
Esse autêntico mantra contra o materialismo foi derrubado pela ciência, é claro. Um novo estudo do Dr. Matthew A. Killingsworth, pesquisador da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, revelou a coisa mais óbvia do mundo.
Sim, o dinheiro pode comprar felicidade. E quanto mais dinheiro, melhor.
Nem precisava de estudo para comprovar isso
Para quem não conhece o Dr. Matthew A. Killingsworth, estamos falando de um especialista em psicologia pela Universidade Harvard. E não do seu Zé, dono da venda da esquina.
Nada contra o seu Zé. Em alguns aspectos psicológicos (como, por exemplo, ouvir os cornos bêbados que ficam chorando as traições da esposa), ele é até melhor que o Dr. Matthew.
Mas quero dizer que quem está fazendo a afirmação de que o dinheiro traz sim felicidade é alguém que está muito acima da média para compreender como a nossa mente vai funcionar nessa relação materialista.
O Dr. Killingsworth assina o estudo “Money and Happiness: Extended Evidence Against Satiation”, que discute a relação entre dinheiro e felicidade.
Como metodologia, o novo estudo chama a atenção por abranger uma faixa mais ampla de renda, incluindo indivíduos com alto patrimônio líquido.
Além disso, ele combinou as novas informações com dados analisados em estudos anteriores, comparando as escalas de satisfação dos indivíduos pesquisados.
As principais conclusões do estudo revelam a óbvia associação positiva entre dinheiro e a felicidade, além de confirmar que ter mais dinheiro está ligado a maior felicidade no indivíduo.
Insisto que nem precisava se dar ao trabalho de fazer um estudo científico para comprovar aquilo que qualquer pessoa que tem ou não tem dinheiro na vida sabe muito bem.
O estudo também comprova outra realidade que, se não fosse um fato, a revista Caras simplesmente não existiria: pessoas ricas são mais felizes do que as com rendas mais modestas.
Mais do que isso: não existe um “teto” de felicidade para as pessoas muito ricas, desmistificando a ideia burramente disseminada de uma “meta de felicidade”.
Até porque, convenhamos: me apresente uma pessoa que disse: “eu quero ser feliz até esse ponto… pra mim está bom até aqui… mais do que isso é felicidade demais”.
Qual é a utilidade prática deste estudo?
Comparando com os dados coletados nos estudos anteriores, dá para estabelecer uma meta financeira que pode deixar qualquer norte-americano feliz.
O estudo que o Dr. Killingsworth realizou em 2010 sugere (por exemplo) um teto de felicidade em torno de US$ 75 mil anuais (ou R$ 417,750 reais, na cotação do dólar a R$ 5.57).
São menos de meio milhão de reais por ano. Mas para deixar o número mais tangível da realidade da maioria dos brasileiros, fica a pergunta:
Com um salário mensal de R$ 34.812,50… você seria feliz?
A minha resposta é: SIM, COM MUITA FACILIDADE!
Na prática o novo estudo é uma evolução do pensamento acadêmico sobre a relação entre riqueza e felicidade ao longo dos anos.
E toda essa investigação existe para levantar reflexões sobre o impacto dos resultados no entendimento da felicidade humana.
Além disso, é preciso levar em consideração alguns aspectos implícitos que não são analisados em dados por serem subjetivos. Como, por exemplo, como a liberdade e o controle sobre a vida podem contribuir ou atrapalhar a felicidade do indivíduo.
O novo estudo possui algumas limitações que são absolutamente naturais. Como, por exemplo, a necessidade de revisão dos dados por pares.
Até porque a felicidade econômica de um indivíduo pode mudar drasticamente pelo fato de ser casado ou ter filhos. A dinâmica financeira muda com mais de uma pessoa em uma casa.
O estudo completo também menciona dicas práticas para indivíduos e organizações baseadas nos resultados do estudo para um caminho mais viável para a felicidade em função dos ganhos financeiros.
Por fim, o estudo deixa claro que o dinheiro é sim importante, mas ele é apenas um dos muitos fatores que podem influenciar na felicidade de uma pessoa.
Fato é que o nefasto ditado popular agora pode ser respondido com a frase: “se dinheiro não traz felicidade, me dê o SEU dinheiro e seja feliz”.