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Coca-Cola conseguiu acabar com o Natal por usar IA em comercial icônico

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A aplicação de inteligência artificial em projetos audiovisuais, como os comerciais de Natal da Coca-Cola, revela uma delicada fronteira entre sucesso e constrangimento.

Na verdade, todos ainda estão tentando descobrir como utilizar a IA de forma eficiente nos mais diferentes campos. E no caso da produção de materiais em vídeo ou imagens, a curva de evolução ainda parece ser bem longa.

O que não impede em absolutamente nada que as pessoas se deem ao direito de criticar a iniciativa da Coca-Cola em apostar na combinação da IA com a nostalgia, já que aparentemente falharam miseravelmente.

 

Nostalgia com IA

Este ano, a Coca-Cola lançou três anúncios inspirados na icônica campanha “Holidays Are Coming” de 1995, utilizando ferramentas de IA generativas para sua criação.

Os comerciais incluem caminhões vermelhos em cenários nevados e a entrega de garrafas pelo Papai Noel, com slogans que contrastam autenticidade e criação por IA.

Absolutamente nada impediria a agência publicitária que a Coca-Cola contratou em refazer os comerciais tal e como eles foram produzidos na sua época, pois dessa forma seria um resgate efetivo da icônica campanha publicitária.

Mas como a IA permite que você acabe tomando o caminho mais rápido para qualquer coisa…

 

Reações negativas mais do que esperadas

O público reagiu criticamente nas redes sociais aos comerciais, apontando a falta de calor e autenticidade nos anúncios, Os termos “lixo” e “preguiçosos” foram utilizados nos comentários, e esses foram os termos mais brandos que você vai encontrar na busca pelas opiniões expressas.

A Coca-Cola argumenta que os anúncios são uma combinação de criatividade humana e tecnologia, permitindo uma produção mais rápida e econômica.

O problema é que, aparentemente, as pessoas não querem a publicidade barata e rápida. Querem campanhas bem elaboradas, principalmente quando o comercial vem de uma marca global, que fatura bilhões e cobra caro pelos seus produtos.

Vale lembrar que a Coca-Cola já utilizou IA em campanhas anteriores, como o Y3000 em 2022. Mas naquele caso, a campanha era 100% original, e não um remake de uma peça publicitária que, para muitos, jamais deveria ser revisada.

 

Não é só com a Coca-Cola

Outras marcas também enfrentaram críticas semelhantes ao usar IA em suas campanhas publicitárias, o que demonstra que existe uma certo consciente de coletivo sobre a rejeição dessa solução para essa finalidade.

E o motivo aqui é bem simples: o ser humano não quer ver o trabalho de outro ser humano ser desvalorizado pela tecnologia.

Entendo que ainda tem muitas pessoas que rejeitam o uso da Inteligência Artificial. E não podemos julgá-las por isso: o medo de serem substituídas por uma máquina acaba resultando nessa repulsa (quase) generalizada.

E, de fato, muitos trabalhadores já estão perdendo seus empregos por causa da maior presença da IA nas mais diferentes funções.

Como os setores vão equilibrar a presença da tecnologia e do fator humano nos mais diferentes setores da sociedade? Eu não faço a mínima ideia, e esse é um debate que só está começando.

Fato é que todos, inclusive a área de publicidade, terão que pensar nisso, sem perder o fator de inovação e a conexão emocional com as pessoas.


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