Início » Games » Como a Nintendo quer dominar tudo com o Switch 2

Como a Nintendo quer dominar tudo com o Switch 2

Compartilhe

Não é um exagero: a Nintendo quer dominar tudo com o Switch 2.

O novo console híbrido entrega quase tudo o que os fãs da Nintendo queriam receber nessa atualização, e aquilo que os gamers que não se seduziram pelo Switch original realmente queriam, que era a possibilidade de rodar jogos AAA nele.

O grande lance é que o Nintendo Switch 2 está lotado de pequenos detalhes que são relevantes o suficiente para sustentar a afirmação de que tudo o que estamos testemunhando pode mudar para sempre a nossa relação com os videogames.

E nem todas essas mudanças podem ser encaradas como positivas.

 

Se tudo der certo, ferrou!

Acompanha o meu raciocínio.

O Nintendo Switch 2 é um console que roda os games casuais de hoje e sempre, e agora possui potência o suficiente para rodar os exigentes jogos AAA. Ou seja, se apresenta como a solução para atender a todos os públicos, algo que o Switch original nunca conseguiu.

Em função disso, o seu conceito híbrido permite uma experiência plena desses jogos em qualquer lugar, com diferentes dispositivos, e um potencial real de se adaptar a diferentes formatos de tela.

Some isso às tais “chaves de cartão de jogo”, que nada mais é do que um cartão proprietário onde você pode fazer o download do jogo virtual para salvar em um formato físico, mas com ativação e suporte online determinado pela Nintendo.

Ou seja, você comprou o jogo virtual, pode até passar para o físico para emprestar para um amigo por duas semanas ou para o irmão que tem outro Switch. Porém, o jogo só é seu enquanto a Nintendo mantém os servidores ativos.

De quebra, a Nintendo criou um sistema de retro compatibilidade que faz com que o jogador pague valores adicionais para receber as melhorias gráficas e de performance que o Switch 2 oferece, capitalizando mais um pouco em cima de títulos que já pertencem ao gamer.

E entrega tudo isso por um preço que é significativamente inferior aos seus concorrentes diretos (US$ 449 nos EUA), mas pelo menos 50% mais caro que o console da geração anterior?

É ou não é uma forma de querer dominar tudo?

 

Reinvenção da roda

De forma até silenciosa, a Nintendo está reinventando o mercado de videogames com o Switch 2. E não são todas as inovações que oferecem resultados positivos para o consumidor.

É quase certo que a concorrência vai querer “se inspirar” em algumas coisas que o Nintendo Switch 2 oferece como “novidade”, o que pode ser uma lástima a médio e longo prazos para os gamers.

Algumas das soluções não são exatamente novas. Cobrar pela retro compatibilidade através de complementos e melhorias nada mais é do que uma alternativa aos DLCs, com a “sutil” diferença de que a Nintendo está praticamente te obrigando a pagar. Caso contrário, o jogo que já é seu nem roda direito no Switch 2.

E o “golpe de mestre” em “resolver” o problema do “eu não consigo emprestar o jogo virtual para o meu amigo ou irmão” tem como efeito colateral o início do fim da mídia física proprietária, tal e como conhecemos hoje.

Se você pode vender o jogo na loja virtual e transferir o software para um cartucho proprietário e, ainda assim, controlar a gestão e funcionamento desse game de forma remota, esse é o último passo para o fim da propriedade material de software.

O que me consola é que, nesse exato momento, alguém morando em uma apertada kitnet de 12 metros quadrados em algum canto de Nova York está desenvolvendo uma solução para driblar algumas das restrições impostas pela Nintendo que mencionei neste artigo.

E o jurídico da Nintendo que lute com isso no futuro.


Compartilhe