Donald Trump pode, sozinho, ferrar com todo o setor de tecnologia ao redor do mundo. As recentes tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos sobre produtos importados prometem impactar o mercado de eletrônicos de consumo em todo o planeta, de forma catastrófica.
Smartphones, laptops, tablets, smartwatches… pense em qualquer dispositivo eletrônico que você sabe que é importado. A previsão é de um aumento de preços sem precedentes para o consumidor final, que terá que lidar com a sandice de Trump.
Tarifar China e Vietnã com impostos obscenos sobre o valor final de cada produto tem como consequência prática elevar todos os custos de produção e importação, complicando a vida de fornecedores e fabricantes.
Neste artigo, vamos entender melhor o buraco que o mundo será arrastado se o cenário atual não mudar. Ou se Donald Trump não cair em si e mudar de ideia.
A conta sempre vem
Com a imposição de tarifas de 54% sobre produtos chineses e 46% sobre produtos vietnamitas, os custos de produção de vários dispositivos eletrônicos nos Estados Unidos simplesmente dispararam, o que vai se refletir de forma direta nos preços desses produtos para o consumidor final.
Especialistas indicam que, a menos que as empresas absorvam esses custos adicionais, os consumidores enfrentarão aumentos de preços que serão pesados. Smartphones devem ter um aumento de custo de 20%, e aparelhos auditivos podem sofrer aumentos ainda maiores.
As repercussões das tarifas já são evidentes no mercado financeiro. Empresas de tecnologia de grande porte, como a Apple, registraram fortes quedas em suas ações nos últimos dois dias.
A Apple, por exemplo, viu suas ações caírem aproximadamente 9%, a maior queda em cinco anos, enquanto a Amazon teve uma redução de cerca de 7%. E tudo isso é reflexo das preocupações dos investidores sobre o impacto das tarifas nos custos operacionais e na demanda dos consumidores.
O que fazer para evitar o pior?
Diante do cenário de aumentos iminentes nos preços, especialistas sugerem que os consumidores considerem antecipar a compra de determinados produtos.
Itens como fones de ouvido com cancelamento de ruído, smart TVs e eletrodomésticos estão entre as categorias recomendadas para aquisição antes que os aumentos entrem em vigor, evitando dessa forma o impacto direto das tarifas nos preços para o consumidor final.
Falando especificamente do iPhone, esse é o produto que pode ser seriamente prejudicado com os novos impostos de Trump. Como o telefone possui peças majoritariamente produzidas na Ásia, o preço da próxima geração do produto tende a ser ainda mais caro do que já é.
As taxas de Trump também vão afetar a economia e a indústria norte-americana em um sentido amplo. As despesas das famílias vão aumentar, e vai ficar cada vez mais difícil manter o estilo de vida ou até mesmo garantir a alimentação para os filhos em casa.
Sem falar nos impactos econômicos nos países mais afetados pelos novos impostos. O Vietnã pode perder nada menos que 6% do seu PIB devido à sua dependência do comércio com os EUA.
Enquanto isso, a Índia e até mesmo o Brasil, enfrentando tarifas mais baixas, buscam capitalizar as mudanças nas dinâmicas comerciais para fortalecer sua posição no mercado.
As decisões de Trump têm efeitos abrangentes em diferentes regiões do planeta, afetando as estratégias de empresas, alterando a ordem dos mercados financeiros e com enorme potencial para redefinir cadeias inteiras de suprimentos globais.
É potencialmente perigoso que apenas uma pessoa tenha tanto poder para influenciar a economia global. Mas para quem discorda disso, volte a conversar quando o iPhone 17 alcançar um preço simplesmente inatingível para a maioria de nós, meros mortais.
Via The Verge