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Como seria se… Ayrton Senna sobrevivesse ao 1 de maio de 1994

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Sim. Multiverso. De novo.

Amanhã, vamos chorar as saudades. Hoje, vamos tentar imaginar o que teria acontecido se aquele pesadelo em forma de realidade jamais tivesse acontecido, tal e como conhecemos.

Quem sabe assim ficamos um pouco melhor de alguma forma.

Se Ayrton Senna saísse vivo daquela Williams número 2 após a batida na curva Tamburello em 1 de maio de 1994, o mundo da Fórmula 1 estaria significativamente diferente hoje.

Mas não vou trabalhar o cenário do todo.

Quero ficar apenas no futuro de Senna. Como poderia ser a sua trajetória se a fatalidade não existisse?

A partir de agora, algumas respostas.

 

As bases desse “estudo”

Antes de qualquer coisa, peço aos fãs de Senna mais hardcores ou aos mais céticos que liguem o modo “suspensão de descrença” antes mesmo de continuar.

Eu não estou desrespeitando a imagem de Senna, e entendo que tenho o direito de fazer esse exercício totalmente imaginativo, pois testemunhei a carreira do piloto na íntegra, assim como muitos de vocês que vão ler este artigo.

Logo, vamos devagar com o hate, pois não tenho paciência para gente insuportável, que acha que o mundo só pode ser do seu jeito, ou que não QI acima de 90 para se abrir par ao contraditório.

Dito isso…

Minha análise argumentativa terá como base principal os fatos do mundo real a partir de 1994, mas substituindo alguns personagens pontuais por Ayrton Senna.

Por exemplo, os desempenhos de Damon Hill e Jacques Villeneuve podem ser aplicados ao tricampeão brasileiro sem maiores dificuldades em alguns casos.

Outros detalhes pontuais também serão aplicados, como uma hipotética performance em algum ano, ou uma alteração na movimentação de mercado, o que vai me obrigar a criar linhas alternativas nessa análise.

Eu poderia até mesmo partir de outros eventos que poderiam ser alterados antes mesmo de 1 de maio de 1994. Por exemplo: “como seria se Senna aceitasse a proposta da Williams antes”, mas esse não é o ponto neste caso.

Estou partindo do princípio que Ayrton Senna SOBREVIVEU ao acidente na curva Tamburello, na volta 7 do GP de San Marino do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 1994.

Neste cenário hipotético, ele não teve sequelas do acidente, e decidiu continuar a sua carreira normalmente.

 

1994

Logo de cara, temos dois cenários hipotéticos.

 

CENÁRIO #1

Senna sobrevive ao acidente, mas como estamos falando de um impacto a mais de 200 km/h, o mais provável é que ele tivesse algum tipo de contusão ou concussão.

Vou aplicar neste caso que as consequências do acidente são similares às de Rubens Barrichello, que quase perdeu a vida na mesma pista nos treinos de sexta-feira (29 de abril de 1994).

Barrichello saiu daquele acidente “apenas” com o nariz quebrado, o que não o impediu de pilotar a Jordan no GP de Mônaco que aconteceu duas semanas depois.

Eu realmente não acredito que aquele acidente com Senna resultaria em um retorno imediato às pistas. Foi uma pancada muito forte que, na nossa realidade, resultou em três graves traumas na cabeça.

Mas como estamos em um cenário hipotético, vou considerar como aceitável uma concussão de Senna, o que deixaria ele de fora do GP de Mônaco, com um retorno na corrida seguinte, o GP da Espanha.

 

CENÁRIO #2

Senna sai caminhando do carro após o acidente na curva Tamburello, e tudo o que eu disse no cenário #1 é descartado.

E eu acabo de perder preciosos minutos da minha vida escrevendo algo que não serviu para absolutamente nada (e eu peço desculpas a quem perdeu tempo lendo).

Nos dois cenários, Senna muito provavelmente terminaria o GP de Mônaco sem pontos. É óbvio que Ayrton é muito melhor que Damon Hill, mas considerando que o piloto inglês abandonou a prova (e que vamos adotar essa regra para simular os resultados práticos), o brasileiro ficaria no vazio, e só teria a sua primeira vitória no campeonato no GP da Espanha.

Mas eu vou abrir uma exceção da regra neste caso pontual, pois estamos falando do “Rei de Mônaco”. Ele venceria Schumacher naquela pista.

A partir de agora, o campeonato segue, dentro das regras que estabeleci no começo do artigo.

Senna venceria na Espanha, mas Schumacher venceria no Canadá e na França, pois o motor Ford Zetec prevaleceria em uma Benneton impecável. O brasileiro ficaria em segundo nas duas provas.

Schumacher seria desclassificado na Grã-Bretanha e abandonaria na Alemanha. Senna venceria em Silverstone, mas dificilmente venceria em Hockenheim, pois a Williams ainda não estava em pé de igualdade com a Benneton.

Mas muito provavelmente o brasileiro não terminaria em oitavo, tal e como Hill fez. Seria pelo menos na posição de pontos. Vamos colocar um sexto lugar, só para ser humilde.

Schumacher terminaria a primeira metade da temporada vencendo na Hungria, com Senna em segundo.

Aquela Williams voltou melhor na segunda metade de 1994, e Hill se beneficiou de todas as punições e desclassificações que Schumacher sofreu na Bélgica, Itália e Portugal.

Logo, Senna venceria essas três corridas, e Schumacher terminaria com zero pontos em todas.

Schumacher venceria o GP da Europa, com Senna em segundo. E o brasileiro venceria no Japão, com o alemão em segundo.

E sobre o fatídico GP da Austrália…

Novamente, dois cenários hipotéticos:

 

CENÁRIO #1

Como Senna estaria na frente em pontos (lembra do GP de Mônaco e do GP da Alemanha), Schumacher simplesmente não faria com o brasileiro a polêmica manobra que fez com Hill.

Em um circuito de rua como o de Adelaide, onde a potência de motor não era o determinante, Senna teria sim chances de prevalecer, e poderia se tornar tetracampeão em uma disputa acirrada com Schumacher.

Vou considerar neste cenário Senna como campeão, considerando apenas o histórico do brasileiro nesse tipo de circuito (as seis vitórias em Mônaco, as performances em Detroit e Phoenix etc.)

 

CENÁRIO #2

No pior cenário possível (onde Senna abandona o GP de Mônaco, mas conquista pelo menos um ponto na Alemanha), os dois estariam empatados em pontos (92).

Ou Schumacher estaria um ponto na frente, tal e como ficou com a disputa com Damon Hill.

Schumacher tentaria o mesmo movimento com Senna? Talvez. Suponho que sim. Ou talvez não, por causa do histórico de 1989.

Aqui, entendo que Schumacher conquistaria o seu primeiro título mundial, frustrando os brasileiros.

 

Para a continuação desse estudo, vou considerar o cenário onde Senna venceu o campeonato de 1994, pois diante de todas as variáveis hipotéticas, uma constante prevalece: o brasileiro é muito mais piloto que Damon Hill, e teria resultados melhores que o britânico naquele campeonato.

 

1995

O massacre de Schumacher na Benneton foi incontestável, e a Williams entregou um carro menos confiável que no ano anterior. Mesmo assim, não era uma porcaria, considerando o fato de que David Coulthard foi o terceiro colocado no campeonato de pilotos.

Aqui, precisamos levar em consideração o quanto Senna poderia contribuir para o desenvolvimento daquele carro. E… o que ele poderia fazer em uma eventual parceria com Adrian Newey?

Poderíamos ter uma combinação imbatível no futuro.

De qualquer forma, olhando objetivamente para os fatos, é muito difícil pensar que Senna venceria em 1995.

Schumacher teve 9 vitórias naquele ano. Senna eventualmente poderia roubar as vitórias do Brasil e de Mônaco, onde Coulthard e Hill chegaram em segundo, mostrando que a Williams foi competitiva nas duas provas.

Porém, naquele ano, a Williams quebrou demais. Hill e Coulthard tiveram 15 quebras acumuladas em 32 possibilidades de conclusão de corridas. É muita coisa para enfrentar uma Benneton muito mais confiável.

De novo: como seria o desenvolvimento da Williams com a expertise de Senna?

Como temos muitos “se” neste caso (e nem mesmo toda a minha imaginação consegue ignorar isso), Michael Schumacher conquista o seu primeiro título mundial.

E aqui, temos mais um campo hipotético que precisa ser considerado.

 

O que Senna faria a partir de agora?

Tenha em mente que Ayrton Senna já é um piloto de 36 anos, com quatro títulos mundiais. Naquela época, os pilotos que chegavam nessa idade estavam pensando de forma efetiva na aposentadoria.

Todos os contemporâneos de Senna já estão aposentados em 1996, com exceção de Gerhard Berger. Certamente Senna estaria pensando em novos desafios, seja dentro ou fora da Fórmula 1.

Não é nenhum absurdo pensar em uma hipotética aposentadoria de Senna já em 1996. Ou uma mudança para a Ferrari, já que a tal lenda urbana da mudança para Maranello parece ser mesmo real.

Hoje, todos sabem que o “projeto Schumacher” era, na verdade, o “projeto Senna”.

Porém, como hoje conhecemos como a mente do brasileiro trabalhou a sua visão de futuro (ele recusou a Williams duas vezes quando poderia sair da McLaren lá atrás), também não é um absurdo pensar que ele ficaria na Williams por mais dois anos.

Eu explico.

Ayrton Senna e Adrian Newey estariam trabalhando juntos. E digo mais: com Patrick Head na equipe, já que Newey não teria desistido da equipe britânica por causa da traição de Head e Frank Williams, que contrataram Jacques Villeneuve na base do sopetão.

Aliás, nesse cenário hipotético, as chances de Jacques Villeneuve jamais existir na Fórmula 1 eram enormes. Com Senna na Williams e Damon Hill como um competente segundo piloto, não haveria a necessidade de contratar o então vencedor das 500 Milhas de Indianápolis.

E se Hill se cansasse de ser coadjuvante de Senna, a Williams ou buscaria David Coulthard, tal e como fez em 1995, ou inventaria um Hanz-Harold Frentzen (algo que a equipe faria no futuro) como um segundo piloto que jamais ameaçaria a hierarquia do brasileiro na equipe.

Enquanto isso, a Ferrari, que estava sedenta para sair do jejum de títulos desde 1979, iria atrás de Michael Schumacher de qualquer maneira. Uma aposta que se pagaria no futuro de qualquer forma.

A busca pelo recorde de Juan Mauel Fangio, a possibilidade de ter um carro vencedor nas mãos (algo que a Ferrari não poderia oferecer a curto e médio prazos) e a idade avançada seriam os motivos para uma permanência de Senna na Williams.

Ele mesmo saberia que não teria mais muito tempo para buscar os cinco títulos mundiais. E eu mesmo reconheço que Senna (ao lado de Nuno Cobra) revolucionou o aspecto de condicionamento físico entre os pilotos de Fórmula 1.

Porém, não vejo Senna repetindo as carreiras longevas de Fernando Alonso e Lewis Hamilton, por uma simples questão de mentalidade de um piloto que era de outra geração, com outras visões da Fórmula 1.

Alonso e Hamilton são evoluções do que Senna foi na preparação física, na força mental e nas habilidades. E isso é algo que temos que reconhecer pelo cenário de momento da Fórmula 1 moderna.

Então, vamos assumir a partir de agora o seguinte cenário:

  • Aryton Senna permanece na Williams para mais duas temporadas, pilotando um carro que, no mínimo, tem o mesmo desempenho que Hill e Villeneuve pilotaram em 1996 e 1997.
  • Michael Schumacher sai da Benneton para assumir o volante da Ferrari, e começa a reconstruir a estrutura daquela equipe (praticamente) do zero.
  • Jacques Villeneuve não existe nessa Fórmula 1.

 

1996

Lembrando sempre que essa Williams poderia ser ainda melhor, mas vou ignorar isso, só para facilitar a nossa vida.

Ayrton Senna receberia o quinto título mundial naquele banquete chique da FIA, pelas mãos de Juan Manuel Fangio. Prost aplaudiria de pé, Mansell seria meio indiferente, e Piquet, um invejoso, nem compareceria à cerimônia.

Como aquela Williams foi dominante, Senna dominaria o campeonato com facilidade. E isso, porque estou me esquecendo em como o seu recorde de pole-positions poderia ser ampliado, considerando os campeonatos disputados até agora.

Sem adversários a altura, o piloto brasileiro poderia acumular mais do que as 9 vitórias que Hill conquistou naquele ano. Não é nenhum absurdo colocar nessa conta o total de 12 triunfos no campeonato, pois vou descartar os quatro abandonos que Damon teve em 16 corridas.

Aliás, nesse universo hipotético, Damon Hill não teria nenhum título mundial para chamar de seu e (muito provavelmente) teria saído da Williams antes, seja por descontentamento dele mesmo pela humilhação, seja porque Frank Williams iria se cansar dele.

E mesmo considerando a possibilidade de Frank e Head manterem a “traição” com Adrian Newey e mandar chamar Jacques Villeneuve para ser o segundo piloto de Senna (algo que, insisto, eu duvido que aconteceria), o carro de 1997 já estava pronto.

O último carro assinado por Adrian Newey na Williams.

 

1997

Damon Hll vazou mesmo da Williams. Foi lá passar vergonha na Arrows. Na verdade (e estou falando sério), eu acho que o que aconteceu com Hill foi uma baita injustiça, e (talvez) uma das decisões mais burras de Frank Williams.

Depois disso, a Williams nunca mais foi a mesma. Newey foi para a McLaren, e deixou nas mãos de Senna um carro competente o suficiente para que o brasileiro conquistasse o seu sexto título mundial.

Olhando para os números, foi bem menos fácil do que pareceu. Considerando os resultados de Jacques Villeneuve naquele ano, Senna teria cinco abandonos e uma desclassificação, enquanto que Schumacher na Ferrari daria trabalho para o brasileiro e esperanças para os italianos, com cinco vitórias.

É claro que temos que considerar a variável Senna, o que significa que o desempenho do brasileiro seria melhor que o do canadense campeão do mundo. Sem falar que a desclassificação no Japão não se aplicaria à Ayrton, o que faria com que esse campeonato se decidisse antes da prova final, o GP da Europa.

Por outro lado, perderíamos aquele treino classificatório maravilhoso, onde Schumacher, Villeneuve e Frentzen cravaram o mesmo tempo para a pole-position.

De qualquer forma, o equilíbrio do campeonato de 1997 pode ser analisado da seguinte forma: Schumacher poderia não ter uma Ferrari a altura da Williams, mas se beneficiou do fato de Villeneuve, mesmo sendo rápido, não ser um piloto a altura daquele carro.

Senna certamente teria resultados melhores na Bélgica e na Itália (por exemplo), e aquela Williams eventualmente poderia ter menos abandonos. Mas no caso das quebras, vou evitar cair tanto no campo hipotético ou da aleatoriedade de possíveis resultados positivos do brasileiro que poderiam não se materializar, nem mesmo neste exercício de imaginação.

Mas um fato seria definitivo para certificar a conquista de Senna em 1997.

Michael Schumacher foi desclassificado do campeonato inteiro por tentar a manobra de 1994 em Villeneuve, jogando o carro para cima do piloto canadense e, dessa vez, se dando mal.

Tal e como em 1994, se os dois saíssem da corrida, Schumacher seria o campeão, pois estava na frente na tabela de pontos quando o GP da Europa começou.

Mas como eu entendo que Senna teria números melhores que Villeneuve, não só entendo que Schumacher não tentaria o movimento (e, se tentasse, perderia), como também que o campeonato seria liquidado no Japão, pois a desclassificação aplicada ao canadense naquela prova certamente não aconteceria com o brasileiro…

…porque Senna não era burro, pois jamais iria ignorar bandeiras amarelas durante um treino de classificação (foi por esse motivo que Jacques Villeneuve foi desclassificado da prova).

 

O fim da carreira de Ayrton Senna na Fórmula 1

Com seis títulos mundiais conquistados, dono do recorde absoluto de pole-positions, detentor do recorde de vitórias na categoria (naquele momento; considerando todo o nosso exercício hipotético, seriam pelo menos 67 vitórias, contando apenas aqueles que seriam certas), com várias voltas mais rápidas no bolso e com um legado mais do que consolidado, Ayrton Senna estaria pronto para anunciar a sua aposentadoria da Fórmula 1, aos 38 anos.

No meu entendimento, o sonho de pilotar uma Ferrari só aconteceria se dentro de Senna existisse uma paixão incontrolável pela equipe, algo que foi compartilhado em várias oportunidades por relatos de pessoas próximas do piloto.

E se Senna fosse para a Ferrari em 1996, muito provavelmente trocaria dois títulos mundiais por um, se tornando pentacampeão em 1997.

Sinceramente, eu não acredito que Senna faria a troca apenas pelo caminhão de dinheiro que Maranello iria descarregar na porta da casa dele. Sem um cenário factível para vencer, ele não sairia de uma Williams com enorme potencial.

De qualquer forma, com Senna se aposentando aos 38 anos, a única grande mudança no mundo prático seria mesmo um Michael Schumacher hexacampeão… que receberia o prêmio no banquete da FIA das mãos do brasileiro.

Quem sabe Rubens Barrichello teria uma carreira mais vitoriosa, sem ter que carregar nos ombros toda a pressão de ser “o novo Ayrton Senna”, algo que a imprensa e boa parte da torcida brasileira impôs de forma até cruel para o piloto.

Talvez a Fórmula 1 não seria tão segura como é hoje, e outros pilotos teriam perdido a vida antes de Jules Bianchi em 2014. E o cenário seria ainda mais diferente do que esse que tracei neste longo exercício ficcional.

Mas tudo o que escrevi aqui foi carregado de otimismo, onde tudo deu minimamente certo, e ninguém se feriu com gravidade. Incluindo Ayrton Senna.

Eu imagino hoje um Senna como uma espécie de Niki Lauda. Após a aposentadoria, ele poderia se tornar um consultor de equipe. Provavelmente da McLaren, que poderia ser gigante até hoje.

Muito provavelmente os caminhos de Ayrton Senna e Lewis Hamilton se cruzariam de qualquer maneira. Como seria Hamilton hoje com Senna como seu mentor? Quantos títulos Lewis teria?

Como seria se…

A pior parte em terminar este longo artigo é a tristeza que se sente ao pensar em como seria bom ter Ayrton Senna em nossa realidade.

Tudo bem, teríamos uma Fórmula 1 bem diferente hoje. Mas… eu tenho muita curiosidade em saber como seria o pensamento de Senna diante de pilotos tão geniais como são Max Verstappen, Lando Norris, Charles LeClerc, Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Carlons Sainz, George Russell, Oscar Piastri…

Me arrisco a dizer que a atual geração é a melhor de todos os tempos. Melhor que a “era de ouro” da Fórmula 1. São muitos talentos incríveis juntos.

Mas é triste pensar que perdemos de forma trágica aquele que tinha o real potencial para se tornar o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos.

É triste voltar para a realidade.

Pior ainda é pensar que, amanhã, será 1 de maio de 2024.

E essa triste realidade vai completar 30 anos.

 

P.S.: eu me esqueci de um terceiro cenário hipotético sobre o 1 de maio de 1994, que deixei para o final.

 

CENÁRIO #3

O GP de San Marino jamais foi realizado.

Com os acidentes de Rubens Barrichello na sexta-feira e, principalmente, com a morte de Roland Ratzemberger no treino de sábado (30 de abril de 1994), os organizadores do evento seriam obrigados a suspender o evento do final de semana.

Bem sabemos que existe um cruel histórico da categoria em seguir com os eventos, mesmo com a perda de vidas em pista.

Na época, havia uma tradição estúpida do “o piloto aceita comprar o risco ao assumir o volante de um Fórmula 1”. O que se transmutou na prática no “os interesses comerciais estão acima de tudo”.

Um eventual cancelamento do GP de San Marino em função da morte de Ratzemberger resultaria em prejuízos enormes para os organizadores, que teriam que devolver uma quantia milionária para patrocinadores, canais de TV e público que compareceu ao autódromo.

E, naquela época, isso era considerado “um absurdo”.

Os tempos mudaram.

A mesma Fórmula 1, capitalista a ponto de esnobar de forma patética uma marca poderosa como a Andretti por não querer dividir os lucros bilionários entre 11 equipes, hoje se vê obrigada a cancelar etapas por imprevistos climáticos, crises sanitárias e conflitos bélicos.

Em nome da integridade dos envolvidos.

No passado, jamais aconteceria dessa forma.

Infelizmente, aquele 1 de maio de 1994 aconteceu. E ele nunca deveria existir na nossa realidade.

Aquele GP de San Marino tinha sim que ser cancelado.

E em nossa realidade, esse seria o único cenário prático que salvaria a vida de Ayrton Senna.


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@oEduardoMoreira