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Como um CD anônimo pode virar viral

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Dizem que toda boa história começa com um “era uma vez”. E quero acreditar que o que vou compartilhar com você neste artigo é sim uma boa história, mesmo que o histórico recente deste blog aponte exatamente para o contrário.

Quero dizer… as qualidades dos artigos caíram um bocado, e eu tenho quase certeza de que ninguém mais lê isso aqui. Mas… vamos tentar acreditar que posso mudar a situação a partir de agora.

Então… era uma vez…

Uma mulher alemã encontrou um CD anônimo em sua caixa de correio com a etiqueta “de graça, de um vizinho” e decidiu reproduzi-lo no player do carro, considerando que seria mais seguro que no computador.

Essa mesma mulher alemã decidiu fazer o registro em vídeo do momento, e publicou toda a experiência no TikTolk. E é claro que ela viralizou, pois sem isso não havia motivo algum para escrever essa história.

 

Por que o vídeo virou viral?

Pela ousadia.

Afinal de contas, nossa protagonista estava executando uma mídia física de alguns anos de idade e de origem desconhecida. Ela ao menos teve a preocupação de executar o conteúdo primeiro em um equipamento menos suscetível a vírus e malwares, que é o seu carro.

E… mesmo assim…

Temos que presumir que o carro era dos mais antigos, já que os modernos contam com sistema operacional embarcado, com softwares de assistência e monitoramento por câmeras. Sério, um carro da BYD pode ser mais inteligente que o meu próprio smartphone.

Enfim, a mulher viralizou nas redes sociais porque todo mundo passou boa parte do tempo comentando sobre a sua coragem em rodar um CD desconhecido em pleno 2025.

Coragem, ousadia, desinformação ou vontade de ver o carro pegando um vírus. Seja como for, ela virou notícia.

 

E o que tinha no tal CD, afinal de contas?

Ótima pergunta.

O CD continha 62 faixas de áudio com músicas populares de artistas como Lady Gaga, Andrea Berg e Wir sind Helden, além de alguns fragmentos cômicos, sem qualquer conteúdo malicioso aparente.

O problema é que as pessoas nas redes sociais aparentemente não ficaram completamente satisfeitas com o que viram ou ouviram daquele CD. O vídeo gerou especulações variadas, desde teorias sobre gases venenosos até vírus ocultos e correntes em cadeia onde cada pessoa adicionaria uma música antes de repassar o disco.

Confesso que essa parte das teorias sobre o conteúdo do CD foi parcialmente divertida. E é traço da curiosidade humana.

As pessoas gostam de especular sobre tudo e todos, exercitando o lado criativo da mente para encontrar respostas sobre temas que fogem de sua compreensão. Ou porque querem se sentir mais confortáveis diante do inexplicável.

Enfim, estou apenas teorizando.

Até a nossa protagonista começou a teorizar sobre o que fez aquele CD parar até ela. A mulher encontrou uma referência no Facebook sobre um casamento antigo onde padrinhos distribuíram CDs similares como brincadeira, mas a teoria não se confirmou completamente devido às músicas recentes presentes no disco.

 

Como o CD foi parar ali?

A conclusão mais plausível indica que pode ter sido obra de pessoas mais velhas com boas intenções, possivelmente relacionada a alguma comemoração de aniversário de casamento. Quem localizou o CD realmente não sabe ao certo por que o item chegou até ela, e não sei se isso é tão relevante assim enquanto ela estava se divertindo ao som de Lady Gaga.

Palavras de nossa protagonista e seu relato no TikTok:

“Eu revisei brevemente esse CD novamente em casa: ele tem 65 faixas e nada mais vem. Em outras palavras, volte diretamente para o tribunal um. Não há nada escondido ou algo assim. Os adesivos não são tóxicos… pelo menos até agora não notei nada.

Eu acho que, por causa do tipo de letra, eles são simplesmente ‘boomers’, realmente, pessoas mais velhas ou algo assim. E então ontem eu estava procurando um monte no Facebook. E já havia um CD assim há cinco anos: uma mulher escreveu que aparentemente foi originalmente feito para o casamento de uma certa Susanne e Marco, por seus padrinhos.

Então, talvez eles façam isso agora para o aniversário de casamento ou algo assim. Porque há coisas muito novas nele. Quero dizer, havia Zartmann e Lady Gaga e músicas como essas que saíram há algumas semanas. É por isso que tenho certeza de que é ilegal gravar CDs assim. E é por isso que eu acho que é realmente algo feito com boas intenções. Ou devo levá-lo à polícia?”

 

É seguro reproduzir um CD desconhecido?

Olha, eu me esforcei para transformar esse limão em uma limonada ao deixar essa história um pouco mais divertida. Pelo menos tentei.

Mas não posso terminar essa missiva eletrônica falando um pouco sério.

Vou voltar a um ponto que mencionei mais cedo no artigo: estou presumindo que o carro dessa mulher seja um pouco mais antigo, ou que não possui um sistema informatizado moderno. Caso contrário, ela correu relativos riscos de ficar com um enorme peso de papel com um motor e quatro rodas.

Alguns especialistas reforçam que a ideia de reproduzir CDs desconhecidos em players de carro é completamente seguro não é inteiramente verdadeira, justamente porque os sistemas automotivos mais modernos com recursos avançados são gerenciados por software.

E todo software pode ser infectado por um vírus, malware ou aplicativo malicioso.

CDs de áudio convencionais dificilmente causam danos físicos, pois existem única e exclusivamente para tocar música. Já os players modernos com sistemas operacionais integrados, USB ou conexão à internet podem ser vulneráveis a exploits específicos.

Aliás, uma das tendências mais recentes do mundo da tecnologia moderna é o aumento de ameaças digitais para equipamentos informáticos que, em um passado não muito distante, sequer sonhavam em ter um software avançado de gerenciamento.

Como são os casos de carros, fechaduras eletrônicas, sistemas de automação e controle e vários outros equipamentos que foram modernizados para se tornarem inteligentes.

Existe uma regra na tecnologia moderna que todo usuário deve seguir (hoje e sempre): mídias de origem desconhecida, sejam CDs, DVDs ou pendrives, não devem ser utilizadas devido aos riscos reais de comprometimento da segurança digital dos dispositivos.

A não ser é claro que você goste de viver perigosamente. Ou queira virar meme na internet pela ousadia.


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@oEduardoMoreira