É isso mesmo que você está lendo: estamos a caminho de beber o café sem grãos de café.
Essa é uma das melhores e mais sustentáveis alternativas para mitigar os impactos ambientais associados ao cultivo tradicional de café. Por incrível que pareça, corremos o risco de ficar sem a deliciosa bebida no futuro, e já que preservar o meio ambiente “é coisa de esquerdista” para alguns idiotas…
Quem está criando o café sem grãos de café é a Atomo Coffee, uma startup com base em Seattle. Ela utiliza ingredientes alternativos com cascas de sementes de girassol e sementes de melancia para criar um café que imita o sabor e a textura da bebida convencional.
Por que o café sem grãos existe?
A necessidade de se criar alternativas ao café tradicional surge em parte por causa da real preocupação com a extinção de algumas variedades de café.
A produção do café arábica no mundo ainda é robusta e amplamente cultivada, mas as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade estão ameaçando a produção de grãos a longo prazo.
E, neste momento, quase ninguém está se preocupando com isso.
Logo, o café sem grãos pode ajudar a reduzir a pressão sobre os recursos naturais, e garantir ao menos o placebo que impede que alguns de nós se tornem psicopatas em potencial.
Sem falar no impacto ambiental que o cultivo do café gera nesse momento.
A produção convencional de café está ligada a um elevado desmatamento, contribuindo para a perda de florestas em todo o mundo, contribuindo par as mudanças do ecossistema que estamos testemunhando nos últimos anos.
Dados da ONU indicam que, desde 1990, o mundo perdeu 178 milhões de hectares de florestas, e o cultivo do café é um dos fatores que contribuem para essa crise ambiental.
Onde a Atomo Coffe pode contribuir positivamente
Por conta desse fator de inovação na produção de algo diferenciado, a empresa se autodenomina como a “Tesla do café”.
A Atomo Coffee argumenta que sua produção gera 93% menos emissões de carbono e utiliza 94% menos água. Ou seja, uma drástica redução no impacto ambiental e na extração de recursos naturais.
O processo envolve a moagem das sementes de azufaifa e outros ingredientes em uma mistura secreta que é então tratada quimicamente para replicar o sabor do café.
O resultado é uma bebida que promete manter as propriedades da cafeína, o que é algo fundamental para manter a humanidade em níveis minimamente aceitáveis de civilidade.
Eu sei que a maior preocupação das pessoas que consomem o café tradicional é sobre o sabor que o café sem grãos vai entregar, e eu entendo essas pessoas.
Outras iniciativas como o café à base de milho (o que não é uma alternativa sustentável, diga-se de passagem) existem, e não entregam exatamente a mesma experiência de consumir o café tradicional.
O café sem grãos tem o seu potencial, mas possui aceitação incerta por parte do coletivo. A Atomo Coffee ainda não conseguiu replicar o aroma de café fresco com sucesso, e isso é um problema que precisa ser resolvido antes do produto chegar ao mercado.
Além disso, o café sem grãos ainda é caro demais quando comparado com o café tradicional, o que se explica pelo simples fato de ser uma tecnologia ainda em desenvolvimento, com baixa produção em escala.
Neste momento, a Atomo Coffee está buscando parcerias com cafeterias para expandir a sua presença no mercado.
E se essa for a solução para se ter café no futuro sem destruir o planeta, que seja. Garantindo a cafeína nossa de cada dia que nos impede de cometer alguma atrocidade contra pessoas acéfalas e imbecis já está de bom tamanho.