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De graça? Até o Mac OS X agora!

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MacOsXMavericks

Ah, Apple… sempre com alguma surpresa… para começar, o evento de ontem (22) foi uma surpresa para a Nokia, que até sete dias atrás não suspeitava que teria um evento na Califórnia com a empresa de Cupertino. Depois, quebrou a perna de milhares de blogs que falaram “iPad 5” e apresentaram um “iPad Air” (dessa parte eu gostei, confesso) – sem falar que o produto é relativamente diferente dos vazamentos. Por fim… o Mac OS X Mavericks de graça. E é disso que eu quero falar nesse post.

Ontem, o tempo fechou no Twitter. Bloqueei pessoas, discuti com amigos, troquei ideias… e agora estou escrevendo esse post. Pois é meu blog pessoal, e aqui está a minha opinião pessoal sobre o assunto. Para deixar bem claro o que penso. Até mesmo para esclarecer alguns pontos para mentes mais fracas (aqui eu falo dos fanboys mesmo – se tem amigos que são, me desculpe, mas não mudo minha forma de pensar, ainda mais porque sempre achei o fanboy um ser humano chato pra caceta).

O Mac OS X Mavericks é a mais recente versão do sistema operacional para os computadores da Apple (Mac Pro, MacBook Pro, Mac Mini, MacBook Air, iMac e todas as variantes que não citei nessa sentença). O sistema é um software que integra o produto computador (faz parte desse conjunto), e como todo sistema operacional, passa por atualizações periódicas. Dessa vez, para agradar a clientela, a Apple decidiu oferecer essa nova versão de graça para usuários de algumas versões anteriores (Snow Leopard, Lion e Mountain Lion). Até aí, tudo bem.

Agora, o que testemunhei ontem foi uma injustificada manifestação de comemoração, como se tivessem ganho na loteria federal acumulada, por uma decisão que, convenhamos, a Apple poderia ter tomado há tempos. Inclusive para quebrar as pernas daquela que é vista pelos fanboys como “a inimiga mortal”: a Microsoft.

Nem vou aqui lembrar que, em 1997, foi Bill Gates que salvou a Apple da falência, quando Steve Jobs decidiu ir com o pires na mão pedir ajuda financeira, em troca de retirar todos os processos movidos contra Gates. Até porque os processos não rendiam nenhum dinheiro para a Apple. Mas, deixemos isso de lado. Águas passadas não movem moinhos (mas é só para lembrar para “não cuspir na mão que estendeu ajuda”).

Eu entendo que o negócio da Apple nunca foi o desenvolvimento de software, diferente da Microsoft, que se apoiou nisso por quase 30 anos. A Apple, desde o seu primeiro dia, sempre se calcou no hardware. Na experiência de produto “premium”, de oferecer algo que fosse diferenciado e único, mas se focando no produto físico. O Mac OS X está lá para gerenciar tudo, mas convenhamos: me dizer que ele é o principal motivo para produtos como o MacBook Pro ou Mac Pro existir, é contar mentira para si mesmo.

A Apple gasta horas em seus eventos descrevendo o quão poderoso o seu hardware é, o quão ele é ajustado para um bom desempenho, o que um tela Retina pode mudar na sua vida, entre tantas outras maravilhas que tais equipamentos podem fazer. Tudo isso é muito válido e justo. Mas a empresa claramente expõe isso como foco principal. Investe bilhões em desenvolvimento de novas soluções, desde o ponto de retirar milímetros dos componentes do novo iPad Air, até na combinação de um potente processador com uma unidade de SSD de 1 TB.

O software? O Mac OS X? É importante, mas não é o principal para a Apple. E isso está muito claro.

Pois bem… então… por que cobrar pela atualização do sistema operacional, já que a própria Apple não coloca o software dos seus computadores como ponto principal dos seus produtos?

Particularmente, não acho que a Apple investe no desenvolvimento do Mac OS X  nem a metade de todo o esforço e dinheiro investido na composição de hardware dos seus produtos. A prova é o Mac Pro, que é um verdadeiro projeto de engenharia industrial, para chegar no formato que ele possui. Eu confesso: eu pago muito pau para o novo Mac Pro (mesmo ele tendo um preço proibitivo para mim), mas honestamente: com tantos recursos, especificações técnicas e características de hardware, o Mac OS X é um detalhe.

Logo, bater palmas para o fato da Apple oferecer o Mac OS X Mavericks de graça? Exagero, pessoal. Escrever “Chupa, Microsoft”, como se eles tivessem cuspido na cara de vocês? É coisa de babaca sim! Babaca, fanboy, virgem… seja lá o que for. Só é uma comemoração de algo que a Apple poderia fazer faz tempo, sem problema algum.

Ainda mais com os valores cobrados pelos seus computadores, tanto aqui quanto nos Estados Unidos.

Eu não desmereço os computadores Macs. Acho equipamentos ótimos no quesito experiência de uso, mas na maioria dos casos são supervalorizados por muita gente. Eu entendo que aqueles que encaram como um INVESTIMENTO PRODUTIVO, ou seja, sabe que precisa do Mac para ganhar dinheiro, pode e deve investir no melhor. E, nesse ponto, alguns computadores Mac justificam o seu investimento.

De novo: não quero aqui dizer o que cada um faz com o seu dinheiro. Mas é meu direito discordar daqueles que querem um MacBook Pro que pode custar até R$ 13 mil apenas para efemeridades, ou para “se mostrar”. E até para eles, eu entendo que a nova versão do Mac OS tem que ser de graça sim! É obrigação, não é favor.

Eu vejo os modelos Mac como investimento. Se algum dia a vida me permitir a compra de um desses computadores, mesmo que seja o MacBook Air, será para que, de forma prioritária, eu trabalhe com ele. Ganhe dinheiro. Precisa ser um investimento, e não um luxo. E um investimento elevado. Logo, o que custa para a Apple abrir mão de US$ 69 (valor que eles cobraram nos EUA em algumas das versões anteriores) para valorizar o investimento do usuário?

Simples assim.

Em nenhum momento eu comparei as plataformas Windows e Mac. Para mim, bom mesmo é o cara que está por trás do computador e pronto. Eu trabalho bem com Windows, Mac, Linux… sou foda? Não. Só não sou preconceituoso.

Além disso, tem fanboys que ficaram tão cegos com Phil Schiller, que se esqueceu de pontos importantes, como a própria mudança de perspectiva da Microsoft no seu próprio negócio de software. Aliás, as pessoas são meio cegas: a Microsoft de 1995 não existe mais. Até eles se tocaram que o mercado de software para computadores não rende mais dinheiro, pois as vendas de PCs estão em queda constante (estacionou no último trimestre).

Logo, até a Microsoft já ofereceu o update para o Windows 8.1 DE GRAÇA (para quem já tem o Windows 8, que em 2012, custou menos de US$ 40), coisa que eles não fariam em outros tempos. Não é o ideal? Para muitos, não. Mas é uma mudança.

Outra coisa: aplaudir uma empresa que segue tratando com indiferença o mercado brasileiro no segmento mais lucrativo, naquele que mais interessa para Tim Cook hoje, ou naquele que hoje rende mais lucro para a própria Apple (mobilidade – smartphones e tablets) é, no mínimo, falta de critérios. Eu entendo elogiar a iniciativa de oferecer o Mac OS X de graça (e, de novo, sigo entendendo que isso pouco representa para a Apple, pois poderiam fazer bem antes). Mas não venham xingar a Apple depois, quando eles cobrarem R$ 3.600 em um iPhone, ou quando eles levarem quase um ano para lançarem os novos iPads, certo?

Enfim, é o que penso. Talvez o meu perfil de blogueiro de tecnologia, que desde 2008 acompanha esse mercado de perto, recebendo pedrada de tudo quanto é lado, tenha me ensinado a ser uma coisa que os fanboys não são: ser imparcial. Eu não puxo o saco de nenhum fabricante, não faço lobby para nenhuma marca, escrevo bem e mal sobre qualquer empresa, dentro de uma perspectiva de quem acompanha todos os dias (e de forma muito mais próxima) os movimentos desse mercado.

E, na boa? Estou melhor assim. Eu amo tecnologia, não uma marca. Eu sei trabalhar com várias plataformas por gostar de tecnologia, e não de uma marca. E sou feliz assim.

E até o Mac OS X Mavericks é de graça agora. Sinal dos tempos. Dos tempos pós “era Steve Jobs”.


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@oEduardoMoreira