Press "Enter" to skip to content
Início » Games » De novo, os videogames levam a culpa. Dessa vez, por causa do desafio da Baleia Azul

De novo, os videogames levam a culpa. Dessa vez, por causa do desafio da Baleia Azul

Compartilhe

Sinceramente, eu não consigo fazer a associação real dos videogames com a violência. Eu tenho 39 anos, e nunca saí dando Hadouken em ninguém, nunca comi cogumelos para ficar maior e nem saí correndo em alta velocidade para pegar anéis dourados. Muito menos matei as pessoas com uma AK47.

Sempre entendi que essa problemática com os videogames está muito mais ligada a outros fatores que envolvem o desenvolvimento do indivíduo do que a influência de um meio de entretenimento sobre o seu comportamento. Por exemplo, por que diabos os pais não controlam o tempo em que ele está jogando videogame, ou monitoram o comportamento diferente da criança?

Será que não é responsabilidade dos pais cuidarem do crescimento dos filhos?

Sei lá… sempre tenho o pensamento que colocar a culpa na mídia e nos videogames é varrer para debaixo do tapete um problema que está dentro do núcleo familiar.

Tal teoria ganha força quando o governo da Arábia Saudita decide banir do país 47 títulos de videogames com temática adulta porque aconteceram dois casos de suicídio diretamente relacionados com o desafio da Baleia Azul, aquele induzia crianças e adolescentes a uma série de situações, incluindo a auto mutilação e, como já citado, o suicídio.

Detalhe: o governo árabe toma essa medida sem qualquer explicação mais elaborada.

Só eu estou vendo algo errado nisso? O que diabos o desafio da Baleia Azul tem a ver com, por exemplo, Fortnite?

Isso mesmo. Absolutamente nada.

E, mesmo que tivesse alguma coisa a ver, sem qualquer tipo de explicação por parte das autoridades locais deixa tudo muito vago e até perigoso de se interpretar.

Não é o melhor recado para os pais, jovens, crianças e sociedade como um todo. É, mais uma vez, querer empurrar a responsabilidade sobre os problemas que deveriam ser resolvidos de forma mais elaborada (como, por exemplo, uma campanha de conscientização dos pais sobre como observar melhor o comportamento dos seus filhos, ou até mesmo sobre os cuidados que os jovens devem ter no convívio nas redes sociais).

Mas… não. Banir é muito mais prático e rápido. Mesmo não sendo algo eficiente.

Limitar a liberdade de escolha sem racionalizar o que melhor poderia ser feito para resolver o real problema é algo muito complexo para algumas autoridades. Ate lá, testemunhamos decisões esdrúxulas, que seguem culpando a mídia e o entretenimento pelas tragédias que, em muitos casos, começam em casa.

Tudo errado.


Compartilhe
@oEduardoMoreira