Doom é um jogo que roda em qualquer coisa. E essa coisa nem precisa ser do mundo da tecnologia: gadgets comuns, impressoras, testes de gravidez, exames de ultrassom, tratores, lâmpadas inteligentes, bactérias, batatas… a lista é longa.
Tá. Lembra do Nintendo Alarmo, aquele despertador que permite que você trave o alarme quando levanta da cama e que pode resultar no fim do seu relacionamento afetivo porque sua namorada vai achar que você gasta uma grana preta com coisas de criança?
Pois bem… alguém adaptou esse despertador para que ele execute Doom, combinando nostalgia, criatividade e um enorme tempo livre na vida.
Como Doom roda no despertador da Nintendo
O hacker GaryOberNicht conseguiu executar Doom no Alarmo sem modificar fisicamente o dispositivo, o que já é uma façanha por si só.
Ou talvez não, já que enviar o jogo via software para o dispositivo não deve ser algo tão complexo assim.
Ele compartilhou o feito em um vídeo no Mastodon e no X, onde vemos como o botão de cogumelo do despertador pode ser usado para movimentar o personagem, enquanto os botões adicionais servem para atirar e interagir com o cenário.
É uma funcionalidade intuitiva para um jogo que não tem muitos comandos, o que ajuda ainda mais a facilitar o processo de hacking.
O segredo do sucesso para o Hack foi o uso de um firmware externo e personalizado. Inspirado pela primeira invasão do firmware do Alarmo feita por um hacker chamado Spinda, Gary usou um modo USB-C do dispositivo para redirecioná-lo a um firmware totalmente customizado do despertador.
Isso permitiu rodar o jogo a partir de um arquivo USB sem alterar a estrutura interna do despertador.
Disponibilidade no GitHub
Gary disponibilizou tanto o software quanto as instruções detalhadas no GitHub, para quem deseja replicar o feito dele com a sua unidade do Nintendo Alarmo.
O processo é considerado acessível para qualquer proprietário de Alarmo que possui alguma experiência em tecnologia.
Você pode rodar o jogo no despertador de forma mais rápida que faria em um computador, pois pode dispensar a exibição da tela de abertura do dispositivo.
É de se imaginar que outros usuários mais habilidosos com dispositivos eletrônicos tentem fazer com que outros jogos ou programas sejam executados no Alarmo.
O único problema aqui (e nem precisa ser um Sherlock Holmes para concluir que modificar o Alarmo pode gerar problemas legais) é se a Nintendo não gostar que as pessoas estão modificando de forma não autorizada o seu produto, que é lotado de propriedades intelectuais.
O que eu acho uma pena.
Não é de hoje que a Nintendo acaba com a diversão dos mais criativos, limitando a capacidade de reinvenção de hardware e software.
De qualquer forma, façanhas como essa só fortalece a comunidade de entusiastas no modding, com pessoas que mostram sua criatividade e compartilham o conhecimento técnico para que outras pessoas se beneficiem dessas possibilidades tecnológicas.
O mix de tecnologia com nostalgia é algo pleno neste caso. E a lista de dispositivos que podem rodar Doom acabou de aumentar, recebendo um integrante de peso.
E que as pessoas continuem desafiando umas às outras na hora de personalizar e customizar os seus gadgets.