Isso é o clássico caso de erguer a placa do “EU JÁ SABIA”.
Sei que pego no pé da Motorola boa parte do tempo nesse blog, no TargetHD.net e nos canais de vídeos que tenho no YouTube. Mas… vamos ser sinceros: todo mundo sabia que um dia isso poderia acontecer, não é mesmo?
Não vou fazer uma análise do Motorola Moto E32 em busca de respostas para ele explodir e incendiar no bolso de uma calça jeans de uma usuária em Anápolis (GO). Quero analisar o contexto do todo.
Caramba… estamos falando de uma mini bomba relógio ambulante, se parar para pensar.
Não deveria mais existir
O Moto E32 é de 2022, e já era de gosto altamente duvidoso naquela época. Que dirá quase três anos depois do seu lançamento, e totalmente abandonado pela Motorola.
Processador Unisoc T606, 4 GB de RAM 64 GB de armazenamento, câmera principal de 16 MP, câmera frontal de 8 MP, nada de NFC, tela IPS de 6.5 polegadas…
Ele é o básico do básico. E esse não é o ponto.
Não quero aqui questionar a qualidade de construção dos telefones da Motorola, mas quanto mais velho o dispositivo fica, maiores são as chances de problemas.
Isso é regra para todo e qualquer telefone.
Mas… no caso do Moto E32, parece que as chances são ainda maiores.
Além dele ser todo errado nas especificações, o telefone não deveria estar na vida da usuária por tanto tempo, mesmo que eu defenda o uso por muito tempo.
E o motivo é simples: esse é um telefone de entrada de toda regra, com todos os desgastes naturais de um dispositivo dessa categoria, que não vai funcionar pelo mesmo período que um dispositivo intermediário ou premium.
De quebra, a Motorola reduziu ao máximo a vida útil do Moto E32, que só recebeu dois anos de atualizações do Android. Mas não creio que o incidente foi resultante de ausência de updates.
Deu azar? Sim. Mas era esperado…
Sei que dinheiro não dá em árvore, e muito provavelmente a usuária vítima do incidente não tem essa grana toda pra comprar um smartphone novo.
E eu espero, sinceramente, que ela esteja bem.
Mas… lamento pelo azar que ela teve com o Moto E32 incendiário, pois dá pra dizer que isso poderia sim ter acontecido a qualquer momento, mais cedo ou mais tarde.
Tudo joga contra o telefone e, por tabela, contra a usuária. Ficar com um telefone desses por mais tempo que o suporte e a garantia oferecem é, literalmente, um jogo de risco.
Uma pequena bola de fogo, diriam os adeptos do funk carioca.
A Motorola oferecer todo auxílio e suporte para a proprietária do smartphone é o mínimo que se pede.
Afinal de contas, a perna dela quase virou churrasco com o incidente.
E a Moto que se explique sobre como e por que o incidente ocorreu. E que fabrique telefones que aguentem o calor do Brasil e das brasileiras.
As mulheres brasileiras não são obrigadas a virar leitoa a pururuca só porque a Motorola não imagina que vão usar o telefone no bolso da calça.