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É claro que tem corrupção no comércio de NFT…

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Confesso que essa história do NFT está me irritando em níveis que jamais poderia imaginar que seriam alcançados. E olha, que nem estou falando de inveja aqui, já que não estou ganhando dinheiro com isso.

Falo sobre o abuso do tema e, principalmente, nas práticas questionáveis em tentar lucrar com isso.

A empresa Chainalysis realizou um estudo sobre táticas de especulação e lavagem de dinheiro através de compra e venta de NFTs. Uma dessas técnicas passam inclusive pela compra das próprias peças para inflar os preços dos itens, além é claro das vendas de produtos falsos no formato.

 

 

 

Gente honesta… “cidadão de bem”…

O estudo detectou 262 vendedores participantes dos principais mercados de NFT da internet que usam a prática que é conhecida hoje como “lavagem de operações”. O esquema aqui é bem simples: esses vendedores compram os próprios NFTs que eles colocam à venda, com o único objetivo de inflar os preços dos itens.

Não há uma reinvenção na roda da criminalidade neste caso, já que a mesma estratégia era utilizada no passado para inflar os valores de ações na Bolsa ou subir os preços em leilões no eBay. A diferença aqui é que as compras dos NFTs acontecem com auto pagamentos através de uma carteira digital para outra, usando criptomoedas.

Quando a venda falsa era concluída, o dono do item devolvia o dinheiro para ele mesmo. E isso faz com que a única mudança prática na transação esteja no valor do produto.

A tática em si nem sempre funciona, mas quando ela funciona, parece compensar o golpe. 110 desses vendedores ganharam quase US$ 9 milhões inflando os valores originais dos seus itens de NFT, enquanto que 152 vendedores perderam “apenas” US$ 416 mil no golpe.

A lavagem de dinheiro na compra e venda de NFTs também foi detectada pelo estudo, e contas associadas com este tipo de golpe compraram itens com valores superiores a US$ 1 milhão. E como os itens normalmente são pagos com criptomoedas que não permitem o rastreamento de origem e destino das transações, o caminho é perfeito para violar as leis existentes em vários países.

 

 

 

Nada contra o NFT, mas…

Quem sou eu para ter algo contra a tecnologia? Seria uma enorme contradição da minha parte.

Logo, sou o primeiro a dizer que não tenho absolutamente nada contra o NFT, as criptomoedas, os deep fakes e outras tecnologias que apareceram nos últimos anos. Porém, em todos os casos mencionados neste parágrafo, sinto que a coisa está saindo do controle, e é preciso observar o caminho que as novas tecnologias vão tomar.

Estão perdendo a mão no NFT, e a impressão que fica é que vão acabar com a brincadeira antes do hype esfriar. Não estou falando de uma legislação que vão barrar a prática de compra e venda desse formato de itens não tangíveis, mas sim a própria prática dos usuários com fins maliciosos que vão matar com a confiança de muita gente.

Recomendo aos mais indecisos (eu, inclusive) que pensem umas dez vezes antes de se aventurarem no universo dos NFTs. E, se ainda assim, decidirem apostar nesse mercado, que tomem o máximo de cuidado possível para que o final do processo não seja um enorme prejuízo.


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@oEduardoMoreira