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É o “início do fim” da dominância do iPad?

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A Apple revelou ontem (23) os seus resultados financeiros relativos ao segundo trimestre de 2014, e mesmo com números considerados positivos (levando em conta o período do ano, que é naturalmente o mais fraco no comércio como um todo), principalmente por conta das vendas do iPhone – que hoje é o produto mais vendido da empresa -, um detalhe começou a tirar o sono de muitos: a queda nas vendas do iPad, que tem o primeiro sinal claro que sua dominância no mercado de tablets pode estar chegando ao fim.

Foram pouco mais de 16 milhões de unidades vendidas do iPad em todas as suas versões disponíveis no momento. Esse número é inferior ao estimado para o período (19 milhões) e abaixo do volume vendido no mesmo período em 2013 (19.5 milhões), mostrando aqui que os tablets da Apple estão sim em um movimento de retração no mercado. Lembrando que desde o lançamento do iPad, ele sempre foi considerado o tablet dominante.

Motivos não faltam para essa mudança acontecer. O primeiro deles é algo evidente: a concorrência existe, e em grande número. Opções no mercado não faltam, e eu não precismo me prender ao exemplo da Samsung. ASUS, LG, Sony, HP, Amazon, Lenovo, Microsoft (bom, naquelas) e vários outros fabricantes menores oferecem diversas opções de tablets, que atendem perfeitamente as necessidades da maioria dos usuários.

O segundo motivo vem na tabela do primeiro: o fator preço. Não vou discutir qualidade, sistema operacional e experiência de uso. Fato é que todos os concorrentes da Apple oferecem as mesmas funcionalidades básicas, que atendem as necessidades da maioria, mas que custam bem menos que o iPad. E gostando você ou não, esse é sim um fator que influencia e muito o consumidor na hora da compra. Se vai gostar depois do tablet, isso é outra história. Mas que a tendência é ir sempre pelo mais barato, isso é fato.

Um terceiro motivo pode se explicar nessa equação, mas com uma força menor, ao meu ver: a concorrência com os chamados “phablets”.

Com a crescente oferta de smartphones com telas de 5-6 polegadas, alguns usuários estão preferindo abrir mão dos tablets e optando por esses “tablets de bolso”, combinando a experiência de uso de uma tela maior com a portabilidade que um telefone inteligente pode oferecer. Eu coloco esse fator como menos influente porque, na maioria dos casos, um phablet é ainda mais caro que um tablet, e não são eles que prioritariamente estão canibalizando o mercado do iPad.

Por outro lado, vamos tentar ver o outro lado da moeda na questão.

Só agora o iPad está perdendo força no mercado. Durante pelo menos três anos, ele foi o produto dominante no segmento de tablets, e até hoje é considerado o “modelo referência” para o consumidor e para os concorrentes. Acho o iPad Air uma boa reformulação do tablet que era basicamente o mesmo desde o seu lançamento, e o iPad mini é um excelente tablet. Porém, com tanta concorrência – e custando mais caro que a concorrência – fica difícil mesmo manter a liderança no mercado.

Aliás, levando em consideração que é a Apple, com os seus preços “diferenciados”, é até uma vitória que o iPad tenha ficado tanto tempo como líder do seu segmento.

Além disso, é preciso esperar as vendas do segundo trimestre para saber se esse movimento de queda se consolida. É claro que não ajuda muito o fato da Apple não apresentar novos produtos até o segundo semestre (pelo menos), mas como bem sabemos, o primeiro trimestre de qualquer ano é o mais fraco de todos. Vamos esperar para ver o que acontece nesses próximos três meses.

De qualquer forma, (ainda) não é o fim do mundo essa queda do iPad no mercado. É algo até considerado natural, levando em conta os aspectos aqui abordados. As pessoas se esquecem que, tal como tudo nessa vida, o mundo da tecnologia também vive de ciclos. Talvez seja mesmo a hora do iPad encerrar o seu ciclo de dominância no mercado de tablets.


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@oEduardoMoreira