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Edge 60 Fusion, e a falta de timing da Motorola

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A Motorola bem que tenta surpreender o consumidor brasileiro com lançamentos minimamente interessantes. E eu não serei aquele que vai ousar dizer que o Edge 60 Fusion não é um bom smartphone.

O modelo com certeza vai chamar a atenção dos fãs da Motorola por causa da experiência exclusiva da marca, o acabamento diferenciado e a boa relação custo-benefício. Bom, mais ou menos… estou sendo um pouco generoso aqui.

Mas o grande problema do Edge 60 Fusion não está nas especificações técnicas ou no seu preço sugerido. Está na falta de timing da Motorola no lançamento do dispositivo.

A Samsung até agradece por isso.

 

Uma concorrência cruel

O Motorola Edge 60 Fusion pode ser muito bem intencionado, e possui especificações técnicas bem interessantes, como uma tela com brilho elevado, um processador competente e muita memória para aplicativos e fluidez do Android.

Porém, o pobre coitado precisa enfrentar não apenas o Galaxy A56 5G no preço, como também o Galaxy A36 5G nas especificações técnicas, dando ao consumidor a liberdade de escolher aquele smartphone que é a melhor alternativa para as suas necessidades e condições financeiras.

E com a exceção de oferecer uma maior capacidade de armazenamento, o Edge 60 Fusion perde em praticamente tudo. Ou, no mínimo, entrega a mesma coisa, mas custando o mesmo que os smartphones de linha média mais populares do mercado.

Talvez a comparação entre os dispositivos não seja tão justa assim olhando para tudo de forma superficial. O Motorola Edge 60 Fusion tem pontos de destaque dentro das especificações, e para alguns usuários, ele pode efetivamente ser mais interessante.

Porém, lançar o dispositivo na mesma janela de tempo que os seus principais adversários de preço e segmento pode ser considerado um sinal de certa fraqueza. Não é apenas o “não podemos ficar atrás dos caras”. É quase um “se eu não lançar o Edge agora, ninguém compra ele”.

 

Uma redução de preços salva

Uma das salvações para o Edge 60 Fusion é a natural redução de preços que os smartphones Android normalmente recebem depois daqueles dois primeiros meses de empolgação dos early adopters, que vão comprar o dispositivo o quanto antes possível.

E não estou falando do desconto por Pix. Falo da queda de valor de venda, aquela “mágica e revolucionária” desvalorização que qualquer smartphone Android sofre (e que o iPhone nem chega perto de ter, por ser um mundo à parte).

E que a Motorola entenda que, da próxima vez, não dá para competir internamente com um lançamento da Samsung no mesmo segmento. Se para a Xiaomi fica difícil competir com o Galaxy A da vida, que dirá para a empresa que opta por não atualizar os smartphones dos seus clientes por mais de três anos?

Sim, eu sei… pauta recorrente quando falo da Motorola.

Mas vou pegar no pé da empresa até que todos os seus smartphones (incluindo os dispositivos de entrada) recebam os mais do que dignos quatro anos de atualizações do Android. Isso é o mínimo que os usuários merecem.

Se a Samsung consegue isso, por que a Motorola não é capaz?

Fica o questionamento.


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