Mais uma daquelas histórias inspiradoras para aqueles que resistem em não desistir dos seus sonhos empreendedores. É o meu caso neste momento. Então, é mais um artigo que estou escrevendo para mim mesmo.
Aos 24 anos, Jane Lu deixou um emprego tradicional para seguir seu projeto de empreendedorismo. E da mesma forma que acontece com qualquer pessoa que assume tal passo na vida, a decisão foi marcada pela incerteza, mas também por uma visão ousada e destemida.
Nem preciso dizer que tudo deu certo no final, pois este artigo existe. Mas é interessante ver como que Jane alcançou o seu objetivo.
O começo é sempre desafiador
Jane é filha de uma família de imigrantes que se mudou da China para a Austrália quando ela tinha oito anos, e enfrentou todas as típicas dificuldades de alguém que se muda para outro país, como o idioma e a adaptação cultural.
Durante a infância, seus pais realizaram trabalhos temporários e de baixa remuneração, enfrentando uma situação econômica difícil na Austrália.
Jane então percebeu a condição financeira limitada que ela se encontrava ao enfrentar o grande mal da humanidade: o preconceito.
Quando um colega a chamou de “pobre” na cara dura, Jane se sentiu motivada a buscar algo maior para ela mesma e para os pais.
Isso passou bem longe de ser uma tarefa fácil. Ao mesmo tempo, seria a jornada mais edificante de sua vida.
A pressão profissional
Jane então decidiu estudar em uma boa universidade australiana, o que lhe rendeu um emprego na KPMG, uma das “Quatro Grandes” empresas do mercado financeiro do país.
O problema é que ela vivia em uma rotina diária que a massacrava: a universidade era das 9h da manhã até às 17h, e o seu trabalho começava às 17h e seguia até as 21h.
A pressão por estabilidade e sucesso financeiro era constante, mas nada disso satisfazia suas ambições pessoais. Ao mesmo tempo, Jane era cercada de pessoas que falavam em ter negócios secundários para obter dinheiro ou desenvolver a sua própria empresa.
Algo que Jane passou a fazer depois da universidade: atuou no seu posto de finanças coorporativas durante o dia e apostou no seu negócio próprio à noite e nos finais de semana.
Até que Jane se cansou. E lançou a Showpo.
A virada e o nascimento da Showpo
O desejo de sair do caminho tradicional levou Jane a criar a Showpo, uma loja online focada em moda feminina. Tal e como todo empreendimento próprio, a loja teve um começo problemático, com recursos limitados e uma intensa curva de aprendizado em negócios digitais.
Jane fez o movimento certo na hora certa. Ela mesma reconhece que se sentia em uma prisão na rotina corporativa, e com a recuperação da crise econômica na Austrália, sentiu que era o momento de dar o passo para o seu próprio negócio.
Ela deixou o mercado corporativo em junho de 2010, quando passou metade de um dia tentando remover uma referência de uma planilha do Excel que fez o documento ser bloqueado por completo… e se desesperou por isso.
Para não chocar os pais, seguiu usando roupas de escritório e saindo de casa para fingir que ainda trabalhava no antigo emprego. Quando, na verdade, construía a Showpo na sua garagem.
Lu estava desempregada e procurando um emprego quando contactou a única amiga que conhecia que tinha um negócio próprio, que a encaminhou para um profissional que conhecia na indústria do varejo da moda.
Uma semana após abrir a Showpo, a loja fez a primeira venda, mesmo sem ter dinheiro para investir em marketing. Tudo foi feito pelas redes sociais, com o objetivo de viralizar a loja.
Lu é a única dona da Showpo, e entende que essa experiência foi o melhor curso intensivo em negócios que viveu na vida, já que teve que fracassar algumas vezes para aprender de verdade como fazer.
No primeiro mês que Lu assumiu a Showpo por conta própria, conseguiu dobrar as vendas da empresa para US$ 9 mil por mês. Depois de dois anos, a loja alcançou uma taxa de crescimento de US$ 1 milhão.
Atualmente, a Showpo fatura mais de US$ 100 milhões anualmente.
Jane compartilha com orgulho a trajetória da empresa, destacando a importância da resiliência e da inovação no setor de e-commerce. Ela reforça que sair da zona de conforto e acreditar em si mesmo pode transformar desafios em oportunidades.