Tudo bem. Você foi pego por manipular uma imagem na internet, e paga as consequências disso. Isso significa que você sabe o que é uma deepfake (até porque eu expliquei o conceito de forma bem resumida neste parágrafo).
Agora… e se a polícia invade a sua casa, faz uma acusação formal de que você se valeu da prática de deepfake para manipular a imagem de alguém… e você não faz a mais vaga ideia do que significa a palavra ‘deepfake’?
Foi exatamente isso o que aconteceu com Raffaella Spone nos EUA. E pode acontecer com qualquer um de nós.
Entenda o caso
Resumindo ao máximo o caso.
A filha de Spone queria ser líder de torcida do Victory Vipers, mas a mãe ficou preocupada com o comportamento das participantes do grupo, já que encontrou nas redes sociais jovens bebendo, fumando e com um comportamento considerado inadequado para adolescentes.
A mãe pegou as fotos na web e enviou para a filha e outros pais. O problema é que alguém na polícia da Pennsylvannia entendeu que o material enviado por Spone era uma deepfake.
Só que não. As fotos poderiam estar com uma qualidade baixíssima, mas eram imagens reais, e não manipuladas por computador. Stone nem mesmo tem um PC ou notebook em casa para manipular as imagens.
O problema é que os investigadores afirmaram que ela tinha admitido a modificação das imagens por deepfake, mas quando questionada sobre o termo ou explicação para essa prática, Raffaella não soube explicar o que era isso.
Uma investigação interna mostrou que os investigadores estavam tentando resolver o caso a todo custo, a ponto de mentir durante o processo.
Raffaella chegou a ser processada sob a acusação de assédio online, mas na prática ela só quis mostrar a preocupação genuína de uma mãe com algo que poderia ser perigoso para a filha.
Mal sabia Spone que quem ia precisar de ajuda (e rápido) era ela mesma.
Processinho vem…
Eu espero que a senhora Raffaella pense exatamente da mesma forma que eu, já que o estado da Pennsylvannia merece aquele processo gostoso para deixar de ser besta.
O duro é pensar que esse mesmo tipo de “desvio processual” ou “maledicência investigativa” (e eu estou inventando pelo menos um desses termos) não envolve dessa vez temas como… sei lá, vou chutar um… RACISMO ESTRUTURAL, por exemplo.
Não chamo o que aconteceu neste caso como erro. Isso passa bem longe de ser um erro. É claro que não tenho informações de bastidores, mas não seria surpresa descobrir no futuro que o caso só existiu por questões pessoais, e não por um caso efetivamente existir.
Uma simples busca na internet ou análise aprofundada das imagens poderia descobrir que o conteúdo não sofreu manipulação. Faltou uma boa dose de tecnologia ou de boa vontade para descobrir a verdade neste caso.
Não vou perder muito tempo nisso para investigar ou descobrir o que realmente aconteceu por trás dessa acusação falsa. Mas se em algum momento trombar com essa história novamente e constatar que tudo isso aconteceu por causa de um macho irritado porque virou ex, eu serei o primeiro a vir aqui para dizer o clássico…
EU JÁ SABIA!