Você pode não saber disso, já que existem vários outros assuntos bem mais interessantes no mundo da tecnologia. E eu sei que parte da minha missão com esse blog é manter você bem informado, inclusive nos bastidores do mundo tech.
Muita gente não sabe, mas o relacionamento entre Elon Musk e Bill Gates é tenso a algum tempo, e o motivo não poderia ser outro: o dinheiro. A raiz do problema está nos investimentos de curto prazo em Tesla por parte do fundador da Microsoft.
O conflito entre os dois foi amplamente documentado na biografia de Musk, escrita por Walter Isaacson. A disputa gira em torno da visão de Elon sobre os investimentos de Gates, especialmente em relação às apostas contra a Tesla.
Entenda o conflito
Uma publicação recente de Musk em seu perfil no X reacendeu o conflito com Gates, destacando a contínua distância entre os dois bilionários.
Elon criticou publicamente Bill por suas posições em relação à Tesla, sugerindo que tais apostas contrárias à empresa de carros elétricos serão “aniquiladas” quando a empresa resolver totalmente o problema de autonomia de seus veículos e iniciar a produção em massa do robô humanoide Optimus.
O que Gates está fazendo é conhecido no mundo do mercado financeiro como “investimentos em curto”, que são apostas na queda de um valor de mercado. É quase como um “estou apostando no seu fracasso, pois vou lucrar com isso”.
Ao vender ações emprestadas, os investidores esperam recomprá-las a um preço menor, lucrando com a diferença. No entanto, se o valor das ações aumentar, os investidores em curto podem enfrentar prejuízos consideráveis, pois precisarão comprar as ações a um preço mais alto para devolvê-las.
Essa tensão entre Musk e Gates intensificou-se em 2022, quando Elon descobriu que Bill tinha 500 milhões de dólares em posições curtas contra Tesla.
Isso levou Musk a interromper qualquer colaboração filantrópica com Gates, afirmando que não podia levar a sério a filantropia do cofundador da Microsoft em relação ao clima enquanto ele apostava contra Tesla.
Gates “mantém o apoio” à Tesla
Apesar do conflito, Gates segue se manifestando publicamente sobre a Tesla, sinalizando seu apoio à empresa de carros elétricos. Bom, pelo menos ele aparentemente está apoiando a marca de alguma forma.
Gates fez recentemente elogios públicos sobre os esforços da empresa na eletrificação automotiva, mas internamente não se sabe se tudo isso é retórica do executivo. Investigações da Fortune não conseguiram confirmar se Bill ainda mantém suas posições em curto contra Tesla, embora as declarações de Musk sugiram que ele pode ter lucrado com a recente queda das ações da empresa.
A promessa de Musk de “aniquilar” os investidores em curto está ligada de forma direta aos problemas que a própria Tesla precisa contornar, e é difícil imaginar que isso será o suficiente para que a empresa consiga superar o valor de mercado de gigantes como NVIDIA, Apple e a própria Microsoft.
É claro que a previsão é para um aumento astronômico nos lucros da Tesla, com uma previsão de margens de até 50% para cada robô humanoide que a empresa comercializar. A previsão de lucro potencial é de nada menos que US$ 5 trilhões por ano se a frota de robotáxis vingar.
Porém, é preciso ver os dois lados da moeda: se tudo der certo, a Tesla vai para o topo do mercado tecnológico; se der errado, É melhor Elon Musk se acalmar e começar a usar a calculadora de forma mais sábia e intensa.
Musk vai “aniquilar” Gates?
Acho bem difícil que isso aconteça, e toda essa retórica de Musk é, mais uma vez, um falatório de alguém que não sabe quando parar de falar.
Gates ainda é um dos homens mais ricos do mundo, e construiu um império ao seu redor tão sustentável com a Microsoft (e até mesmo com seus projetos de filantropia), que dificilmente ele será aniquilado por quem quer que seja.
Principalmente por Elon Musk, um executivo que está transformando lentamente o finado Twitter em um autêntico rascunho do que ele foi um dia.
Ou seja, são dois homens bilionários batendo boca nas redes sociais (ou pelo menos um deles falando bobagens em tom messiânico) do que efetivamente uma briga com a qual realmente nós temos que nos importar.
Eu mesmo só escrevi o artigo como uma mera curiosidade de momento do mundo tech e nada mais. Por mim, os dois que se matem em um octógono, que não dou a mínima.