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Exclusividade nos jogos para plataformas móveis: se acontecer, todos saem perdendo

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juegos

Apple, Google e Amazon começaram a disputar em mais um terreno dos dispositivos móveis: os games. Em um mercado em plena expansão, e com um elevado potencial lucrativo para os próximos anos (aliás, potencial que já se mostra real, pois é uma das categorias de aplicativos que mais gera lucros aos desenvolvedores), as gigantes do mundo mobile começam a disputar os direitos de exclusividade de alguns títulos com as desenvolvedoras mais populares do mercado. E isso está longe de ser uma boa notícia para os amantes dos games, na minha modesta (mais muito válida) opinião.

É claro que do ponto de vista das gigantes do mundo mobile, esse é um movimento mais que acertado. Afinal de contas, ter apenas em suas mãos um título que é muito desejado pelos usuários pode significar um passo decisivo para o aumento na participação de mercado com o seu sistema operacional, ou a manutenção da fidelidade de um gamer com aquela plataforma.

Por outro lado, a gente já viu esse filme antes, e os resultados não foram tão saudáveis assim para o mercado de games como um todo.

sonic

Você se lembra da batalha que Nintendo e Sega travaram durante anos pelo posto do console mais popular do mercado? Mario e Sonic foram os símbolos máximos dessa disputa, que foi marcada pelas exclusividades, que recheavam o calendário de lançamentos de cada sistema.

Sonic, Super Mario World, Streets of Rage, Donkey Kong Country, Bonanza Bros, Super Metroid, Shinobi…. eu poderia ficar horas aqui ampliando a lista dos jogos exclusivos. E esses (e vários outros) jogos eram motivos mais que suficientes para comprar um determinado console, e a escolha entre um deles era uma tarefa muito complicada. No final das contas, cada plataforma optou por se especializar em um perfil diferente de consumidor.

A cada lançamento exclusivo, um golpe era desferido contra a outra plataforma, e cada sistema buscava atrair não apenas os gamers, mas também os desenvolvedores. Os dois consoles construíram catálogos de jogos muito completos, onde era realmente difícil definir qual era o melhor entre o Sega Mega Drive e o Super Nintendo (e sim, eu sei que você tem a sua preferência, mas isso não está em questão nesse momento).

Porém, com o passar dos anos, os títulos exclusivos foram se tornando cada vez mais raros, já que tecnicamente os consoles estavam se tornando mais e mais similares, sem falar que era mais vantajoso para uma desenvolvedora de jogos oferecer títulos para as duas plataformas que estavam em expansão nesse mercado de games (Microsoft e Sony, com Xbox e PlayStation). A geração do PS3, Xbox 360 e Nintendo Wii é a prova mais clara disso, pois mesmo que esses produtos estivessem pensados para públicos diferentes, as suas similaridades técnicas permitiam que os programadores adotassem a estratégia de lançar os títulos para todos esses consoles, sem medo, nem preconceito.

Jogos de tiro, esportivos, futebol, luta, ação… praticamente todos os tipos de jogos poderiam ser facilmente adaptados entre as plataformas, o que faz com que  a exclusividade não faça mais muito sentido. A maioria dos jogos que temos hoje são compatíveis com os principais consoles do mercado, e a exclusividade nos games caiu no esquecimento. Em resumo: é melhor dividir para conquistar.

cut-rope

O cenário atual dos games para as plataformas móveis determina uma espécie de “meio termo” entre os dois mundos, onde alguns títulos – como por exemplo Cut the Rope 2 – passam pelo processo de “exclusividade temporária”. Não agrada ninguém, mas é o menos pior. Durante algum tempo ou o iOS ou o Android recebe a exclusividade do lançamento, para que outras plataformas recebam o jogo em um momento posterior.

Nesse ponto, a Apple larga em vantagem, pois como possui uma plataforma de vendas mais rentável que o Android, pode exigir um maoir nível de fidelização dos desenvolvedores. E pagar uma montanha de dinheiro por isso. O único ponto de questionamento é se os videogames possuem esse peso todo para estabelecer uma regra ou segmento que, repito, tende a contrariar muita gente logo de cara.

Não vejo como positivo a tal exclusividade nos jogos porque, hoje, não faz mais sentido. Temos um mercado mais amplo, com maior flexibilidade de programadores migrarem de uma plataforma para outra, e no final das contas, o que os developers querem mesmo é lucrar. Seja, pelo iOS, uma plataforma mais fiel, seja pelo Android, que tem mais de 80% de mercado (o que é um potencial que não pode ser desprezado), entendo que o melhor para todo mundo é que essa tal exclusividade toda nos games simplesmente não aconteça.

Repito: temos smartphones muito bons, com tecnologias e especificações semelhantes. Não faz muito sentido uma plataforma ficar com alguns jogos, enquanto que outras ficam a ver navio. Todo mundo quer jogar, indústria do “mobile games””. Entenda isso.


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@oEduardoMoreira