Me importei tanto com esse GP da Emilia-Romagna de Fórmula 1 em 2024, que estou escrevendo esse artigo pela mais pura obrigação. A minha vontade de falar sobre a pior corrida da temporada é menor do que zero.
Mas faço isso porque quero cumprir com um compromisso comigo mesmo. E porque, de alguma forma, esses conteúdos são bem acessados neste blog e no meu canal de vídeos no YouTube.
Por isso, vou tentar cavar as tais 500 palavras (mínimas) para falar sobre uma corrida que aconteceu muito pouco para justificar um artigo completo. Um autêntico “vale do nada” em Ímola.
O que é digno de nota
É quase um “vencedores e perdedores” em forma de artigo completo, pois essa corrida nem teve momentos dignos para fazer um Top 5. Então, vamos lá cavar algumas observações.
Max Verstappen voltou a vencer e, mais uma vez, mostrar para todo mundo como ele faz a diferença na Red Bull. Aproveitou o vácuo com muita inteligência no sábado, e soube administrar a corrida para fazer o suficiente para vencer no domingo, levando em consideração (também) a queda de ritmo do carro e o melhor desempenho de Norris no final da corrida.
Existem duas evidências de que o RB20 não é mais o carro absurdamente dominante da temporada:
- Verstappen não abriu 10 segundos ou mais na liderança;
- Ele recebeu advertência de bandeira branca e preta por ultrapassar os limites de pista, o que mostra que ele estava em máxima performance para manter o seu ritmo.
Enquanto isso, Sergio Pérez foi mais uma vez medíocre, com uma estratégia de pneus que não ajudou e erros individuais em pista. Dessa forma, ele pede para ser questionado na equipe em plena dança das cadeiras dos pilotos.
Lando Norris não venceu, mas foi um vencedor. Assim como Piastri também foi, já que o undercut pra cima do Carlos Sainz funcionou, mostrando que a McLaren se consolidou como segunda força na temporada, com potencial real de bater a Red Bull em pista.
Mais três voltas, e Norris pelo menos lutaria com Verstappen pela vitória.
Já a Ferrari pode ser considerada uma perdedora porque prometeu e não cumpriu. Na verdade, quem prometeu foi o Fred Vasseur, que garantiu um carro que poderia lutar pela vitória, mas sequer conseguiu superar a McLaren em pista.
LeClerc entra em modo “o menos pior”, já que o terceiro lugar não pode ser considerado um prêmio de consolação. Para Sainz, tomar o undercut de Piastri e ficar apagado depois disso é mais um sinal que esse rapaz começou a sentir a realidade dos fatos: a Ferrari não é sequer o seu presente, o que o obriga a pensar no futuro.
A Mercedes continua naquele “vale do nada”, chegando juntas e se consolidando como uma quarta força apenas porque a Aston Martin consegue ser pior em todos os sentidos.
Hamilton cumpre tabela, Russell não faz grande coisa, e Toto Wolff com aquela cara de quem está cheirando o peido dos outros. Sorte deles que Alonso teve um final de semana com um acidente, e que Lance Stroll ainda é pago pelo pai.
E o último grande vencedor do cansativo GP da Emilia-Romagna é mesmo o Tsunoda, que mesmo ficando uma volta atrás do líder, chegou em décimo e marcou pontos. Diferente do seu companheiro de equipe, que vai voltar para a Austrália em algum momento.
Eu simplesmente não ligo para os demais 10 carros no grid nessa corrida, pois não fizeram absolutamente nada de extraordinário. Nem mesmo o Sargeant chamou um Safety Car dessa vez, o que é algo decepcionante.
Que Mônaco seja melhor (o que duvido)
Na semana que vem, temos o GP de Mônaco como parte do melhor final de semana do ano para quem ama o automobilismo. E a única coisa que estamos pedindo é por uma corrida melhor… algo que dificilmente vai acontecer.
Pode até ser que, quem sabe, a Ferrari acabe surpreendendo porque LeClerc está correndo em casa. Ou que a Red Bull enfrente dificuldades por causa da McLaren.
Mas como estamos falando de um local onde as ultrapassagens são ainda mais difíceis do que em Ímola, é melhor rezar para chover. Só com pista molhada é que alguma coisa de diferente tende a acontecer.
De qualquer forma, acho muito difícil ser algo ainda mais horroroso do que essa prova em Ímola. Foi uma corrida insuportável e esquecível.
A polêmica da camiseta rendeu mais emoção do que essa corrida. Fato.