Você sabe que ABSOLUTAMENTE NADA ACONTECEU na maior parte do tempo no GP de Mônaco de Fórmula 1 em 2024. Ninguém ultrapassou ninguém (minto: teve uma ultrapassagem do Bottas em cima do Sargeant, mas o piloto norte-americano conta tanto quanto o Avaí na série A do Brasileiro), ninguém ameaçou ninguém e tudo foi uma procissão chique televisionada.
Mas como eu preciso produzir pelo menos 500 palavras desse verdadeiro “vale do nada” que me faz sentir falta do GP da Emília-Romagna, vou tentar ao menos apresentar vários conteúdos atrelados aos principais pontos da corrida.
Começando por Charles Leclerc, que finalmente acabou com uma maldição.
Finalmente, a primeira vitória de LeClerc em casa
Você conhece algum outro piloto monegasco que tenha chegado perto de dirigir um carro de Fórmula 1?
Se conhece, parabéns, pois eu sou um ignorante. Então, é meio inútil ver o gerador de caracteres destacar que Charles LeClerc é o primeiro monegasco a vencer o GP de Mônaco. Não sabemos se teve outro que chegou perto de ter a chance.
De qualquer forma, parabéns para o “LELECO” (era o que estava rolando no Twitter depois da vitória), que preparou o carro ao longo de todo o final de semana para extrair o melhor ritmo de corrida possível, ao mesmo tempo que entregou a competência para se classificar na pole.
O que também era um risco, já que as chances de acidentes na largada são enormes… não é mesmo, dona Haas?
Sim… eu sei… ainda vou chegar neste tópico.
De certa forma, parabéns para a Ferrari, que fez um trabalho quase perfeito em Mônaco neste final de semana. Ver Fred Vasseur receber o troféu pela equipe é um sinal claro de que tem gente séria mandando na bagaça, e que a equipe aparentemente está no caminho certo.
E parabéns para Carlos Sainz, que se apresenta como um companheiro de equipe exemplar. Sinceramente, eu não sei se teria a mesma capacidade e profissionalismo nas mesmas condições que ele, que está de aviso prévio desde o começo da temporada, mas que não deixa de ser um piloto colaborativo e responsável com a equipe.
A Ferrari chegou?
É difícil dizer.
Estamos falando de Mônaco, uma pista que não exige muito da aerodinâmica dos carros ou de motores potentes. Mas levando em consideração as características da pista que são comuns a todos, podemos dizer que o grande problema da Ferrari nos últimos anos foi aparentemente resolvido de uma vez por todas.
A Ferrari finalmente parou de devorar pneus, e isso ficou claro no GP de Mônaco. Andar 75 de 78 voltas com o mesmo pneu duro e ver LeClerc abrir mais de 8 segundos de vantagem em relação ao Piastri para passar na linha de chegada sozinho é um sinal claro de que esse carro está mais equilibrado do que nos anos anteriores.
Porém, ainda entendo que a Ferrari tem que mostrar um pouco mais para superar a McLaren e se colocar como principal adversária da Red Bull em uma hipotética tentativa de título.
Ainda mais agora que finalmente entendemos que o RB20 não é um carro perfeito, já que Verstappen foi coadjuvante como há muito tempo não testemunhávamos na Fórmula 1.
Estou feliz pelo monegasco no final das contas. Ver a primeira vitória de um piloto em casa e sua alegria em função disso é algo que faz bem para todo mundo.
Ainda mais depois de uma corrida realmente insuportável.