Vamos combinar que o GP do Canadá de Fórmula 1 de 2024 foi a melhor corrida da temporada até agora, mesmo não sendo essa maravilha toda? E é fácil alcançar esse status de “melhor corrida”, já que tudo o que vimos até agora (com raras exceções) foi um vale do completo nada em termos de competitividade?
Felizmente, o Canadá entregou o que prometia por causa da previsão do tempo. Já que São Pedro decidiu roteirizar a corrida, encontramos uma série de alternativas e disputas em todo o pelotão, mas principalmente entre os ponteiros.
Max Verstappen venceu pela sobrevivência e estratégia, em uma corrida que deixou alguns tópicos importantes que vou desenvolver ao longo da semana.
Muitas coisas aconteceram, e é difícil resumir tudo isso
Mais uma vez, Max Verstappen mostrou que é mesmo o melhor piloto da categoria, já que garantiu o bom resultado da sua Red Bull no braço, tanto no treino classificatório com aquela volta mágica que igualou o desempenho de George Russell, quanto na corrida, já que conduziu com maestria com a estratégia correta.
Talvez a vitória de Verstappen não fosse algo crível se a McLaren não tivesse errado na estratégia com Lando Norris na entrada do primeiro Safety Car. Mas… nunca saberemos. Lando poderia estar mais consistente, mas a Red Bull preparou bem seu carro para avançar em uma pista seca.
E Sergio Pérez “justificou” sua renovação por mais dois anos na Red Bull com aquela batida isolada, que resultou (mais uma vez) em menos pontos para a equipe. Dessa forma, é correto dizer que o campeonato de construtores da equipe dos energéticos está oficialmente ameaçado.
A McLaren poderia sair vencedora do GP do Canadá, mas a estratégia com Norris foi muito estranha. Por duas oportunidades, o piloto inglês não foi para a troca de pneus, e essas decisões selaram o destino do piloto na corrida.
De qualquer forma, Norris chegou em segundo e Piastri em quinto, mostrando que a McLaren soube se recuperar na sua disputa interna com a Ferrari e se apresentando (de novo) como principal adversária da Red Bull.
Sobre a Ferrari, pouco a dizer. Um final de semana para esquecer, com um classificatório terrível e uma corrida cheia de problemas para LeClerc (que abandonou com falhas no motor) e Sainz (que rodou e bateu em Alexander Albon, chamando o Safety Car pela segunda vez).
E sobre a Mercedes, é evidente que o carro melhorou de forma considerável nas últimas corridas, mostrando que a evolução não foi por pontualidade de uma ou outra pista. No Canadá, a equipe flertou com uma vitória (algo que achei meio ousado por parte deles), que efetivamente poderia ter acontecido se Russell não tivesse errado com Piastri, ou se Hamilton estivesse com pneus médios.
Do mais, segue Verstappen na frente
Com 60 vitórias na carreira, Max Verstappen é o terceiro maior vencedor da história da Fórmula 1, e consegue uma espécie de “recuperação” depois de tantos problemas nas últimas corridas.
A vitória não quer dizer que a dominância da Red Bull voltou. A concorrência existe, e os problemas para a equipe dos energéticos, também. Mas ao menos o time mostra poder de reação no início da segunda metade da temporada.
Pensando no fato que a McLaren continua com o seu desenvolvimento e tenta deixar a Ferrari para trás na sua luta para ser co-protagonista da temporada, ao menos temos um campeonato mais interessante e com real potencial de maior alternância nas vitórias.
E olhando para o GP do Canadá de forma isolada, com tantas ultrapassagens e disputas, é correto também pensar que esse domínio absoluto da Red Bull realmente acabou. Ainda tem o melhor carro, mas não vai massacrar a concorrência como fez no ano passado.
Parte de mim deseja sim que a Mercedes melhore para colocar um “algo a mais” na disputa do campeonato, mas vou esperar até o GP da Espanha para realmente entender se a equipe chegou na briga com Ferrari e McLaren.
E vida que segue. Nos encontramos daqui a duas semanas (isso é, se os jogos da Eurocopa 2024 deixarem).